Londres, março de 1842.
Christian Francis Ross, um homem que aprendeu desde cedo as dificuldades da vida. O reconhecimento que aguardou pela vida inteira, enfim chegou. Mas com tantas mudanças, surge a vontade de enfim dar sentido e finalmente conta...
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Lurdes
Mal tive tempo de ver Christian, pois tinha uma pendencia para resolver. Descobri onde o conde Stanwick possui moradia aqui em Londres e tomei a decisão de ir até lá. Minha filha deve morar com ele, suponho. A anos que não a vejo e não esperava por os olhos nela novamente, mas talvez seja bom para termos uma conversa importante.
Fico frente a frente com a residência, suspiro e adentro. Bato na aldrava e o mordomo gentil abre a porá para mim.
—Bom dia senhora, deseja falar com quem? —ele me questiona.
—Bom dia senhor, quero falar com a Brenda. —ele assente e abre espaço para que eu adentre.
—Deseja algo para beber? —nego sua oferta e então ele me direciona a uma sala com dois sofás e três poltronas, a cor é azulada e ao lado da janela possui um ramalhete de rosas amarelas e entre elas algumas margaridas. —A chamarei, aguarde um instante.
—Muito obrigada, senhor. —sorrio para ele.
Longos minutos se passam e eu ouço a voz que perturba meus sonhos e que uma porcentagem de mim se arrepende por tê-la renegado.
—Mamãe? —a voz doce de Brenda ecoa pelos meus ouvidos e eu cerro os olhos.
Me viro para ela e a vejo ao lado do portal duplo, seu traje é fino e rosado, cheio de pérolas caríssimas e rendas francesas. Seu rosto se tornou semelhante ao meu, algumas rugas do indicio da velhice se aproximam se sua expressão, mas sua face segue jovial e belo.
—Brenda. —a cumprimento.
—Mamãe, não se sujará ao ter que estar no mesmo cômodo que eu? —faço menção de responde-la, mas ela me corta. —Pois foi isso que me disse a anos trás quando eu quis voltar para o seu lado.
—Você me deixou com uma criança inocente para se aventurar por sabe se lá onde. Tem noção da responsabilidade que deixou nos meus braços?
—Eu era imatura!
—Eu me joguei aos seus pés para que não fosse!
—Mas quando enfim voltei, me escorraçou como se eu fosse um animal sem valor algum!
—Brenda, como ficaria a cabeça do Christian com a sua repentina volta? Você era uma meretriz e como as pessoas iriam agir com uma pobre criança que a todo momento era diminuída por ser bastarda?
—Nós teríamos dado um jeito, mamãe. —os olhos dela marejam de maneira descontrolada.
—Jeito? Brenda, você ousou dormir com o falecido duque!
—Ele que me procurou!
—Ele foi um infeliz! Deus que perdoe falar de alguém que não pode contestar... —suspiro. —Mas ele era um homem! Ele não precisava se preocupar com a própria reputação!
