Londres, março de 1842.
Christian Francis Ross, um homem que aprendeu desde cedo as dificuldades da vida. O reconhecimento que aguardou pela vida inteira, enfim chegou. Mas com tantas mudanças, surge a vontade de enfim dar sentido e finalmente conta...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Melissa
Duas semanas após o nascimento dos gêmeos, hoje é o dia que deixarei de ser da pobreza, me tornarei uma mulher casada. Katherine providenciou o traje de noiva. Segundo ela, da melhor modista da sociedade londrina. Devo confessar que vestido é um traje, que jamais pensei em usá-lo.
A renda cor creme vai do meu meio de meu pescoço, até os meus pulsos. Em minha cintura há um tipo de faixa grossa, que dá o fim ao corpete delicado até o inicio da saia esbelta. Em meu cabelo fiz questão de colocar a presilha dourada que herdei de minha mãe. A dama de companhia de minha futura cunhada fez questão de aparar os pelos altos de minha sobrancelha. Em meu rosto, uma maquiagem leve. Meus cabelos estão presos em minha nuca em formato de rosa, alguns fios calculados estão ao lado de meu rosto. O véu rendado é posto sobre meus olhos, me olho no espelho e fico satisfeita com o que meus olhos observam.
Lis adentra sorrateiramente ao quarto da mansão Royer.
—Chris já se encaminhou para a igreja, conforme o combinado. —assinto. —Anime-se cara irmã, ele é um homem bondoso.
—Sim, vamos. —iremos em uma carruagem separadas. Irei com a minha irmã e minha futura cunhada e sua filha adotiva.
Abro a porta e saio, afim de evitar conversas com Elisabeth. Desço pela escada central, indo de encontro ao hall. Os funcionários estão a mil, para o banquete que será servido após a cerimônia. O mordomo se aproxima de minha pessoa e realiza uma leve reverencia, mas logo ponho minha mão sobre seu ombro, para sinalizar que o ato não é necessário.
—Srta. Wood, deixaram este bilhete a ti. —asseguro por entre as minhas mãos o envelope envelhecido.
—Obrigada, senhor. —ele assente e se retira.
—De quem é? —Lis me questiona.
—Não sei. —sei do que se trata, mas estou cheia de pessoas a volta e preciso privacidade.
—Não vai abrir? —sua voz é chorosa e eu nego com a cabeça.
—Vamos? —a garotinha surge com sua perspicaz voz.
—Se elas estiverem prontas, sim filha.
—Estamos sim. —respondo a Katherine. Nos encaminhamos a igreja, meu pai adotivo irá realizar a cerimônia. Guardo o envelope pequeno por dentre as flores do buquê.
Saímos pelas portas centrais, olho envolta do local. É de tirar o fôlego, o vento calmo me trás o cheiro suave floral, com certa porcentagem de flores de laranjeira. A carruagem com o brasão da família está estacionada, para nos levar ao local que selará meu destino para todo o sempre. Engulo em seco, tendo de controlar minha respiração e em um impulso, minhas mãos se agarram ao buquê com certa força.
Sinto alguém pôr a mão em minhas costas, me incentivando a prosseguir. Olho para o lado e vejo que é a menina de feições amáveis.
—Estarei contigo, titia. —chego a conclusão que mesmo sem os atos matrimoniais, ela já me adotou.
