capítulo 3

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Luanne Araújo 📖

Não vou te dizer que já me acostumei com os olhares que recebo pelas pessoas, porque vou está mentindo... Às vezes eu sinto vontade de me esconder e nunca mais sair. Mas aí eu lembro que tenho uma filha, que precisa de mim.

Preciso ser forte, aguentar. Ensina isso a ela...

Camila: O Guto, ele me tira do sério! Como um cara daquele consegue me tirar do sério assim?! Aquele preto! Safado! Sem sal!

Ri com a irritação dela. Guto e Camila se conhecem desde da adolescência, ou seja, tem amor envolvido aí dês de cedo.

Luanne: Vocês já conversaram?

Camila: Convesar?! Ele estava de papinho com outra!

Luanne: Camila, ele estava orientando a garota. Nova moradora!

Camila: Orientando?! - Ela riu. - Conheço aquele preto! Sei que estava dando moral!

Luanne: Eu estava lá... - Falei já no tédio.

Camila: Não interessa!

Escutei a Mel chora e já fui atrás. Ao aumentar os passos pelo o ambiente, senti meu corpo ser esbarra com alguém. Pela força do impacto, senti todo meu corpo vibra e meu ombro doer. Pelo força, eu fui para trás sentindo mãos grossas e fortes me segurarem. Gemi de dor por causa do meu ombro.

Luanne: Aí...

- Você está bem? - Uma voz grossa e rouca soou pelo meus ouvidos. Pelo tom que estava, pode desifrar que estava preocupado. Ergui o olhar e me deparei com o homem de ontem. O que me chamou bastante atenção...

Luanne: Aí... - Foi a única coisa que eu consegui dizer. O garoto me ajudou a ser ergue, arrumei minha roupa e fiz careta.

- Você está bem? - Ele perguntou novamente.

Luanne: É... Eu estou... Sim... Desculpa... Eu... É que... - O choro da Mel aumentou, passei por ele e corri até minha filha que estava no colo da Jéssica.

Jéssica: Que homão, em! Agora sim pode dizer que caiu nos braços de um deus...

Revirei os olhos pegando minha filha.

Luanne: Shi... Mamãe está aqui... - Balancei ela e me virei na direção das pessoas, entre elas, o homem que acabei de esbarrar. Ele está de pé ainda, no mesmo lugar, me olhando. Andei em sua direção com a Mel no meu colo. - Me desculpe.

- Desculpe?! - Me olhou confuso. - Eu que esbarrei em você. Foi mal aí!

Luanne: De boa... - Murmurei e ele continuou a me olhar. - É...

- Aí, Siqueira! Vai vim sentar não?! - O garoto olhou na direção do menor e balançou a cabeça. Siqueira...

Ele passou por mim e pela minha filha e eu continuei a observar seus passos.

Camila: Ei! Para de babar! - Olhei para ela que riu e eu andei na direção da sua mesa. Me sentei novamente e dei o peito para a Mel que já estava mais calma. - Que homão, em! Quem é?!

Luanne: Não sei... Nunca nem vi ele pelo o morro... - Disse olhando para sua mesa e dos outros cinco caras. - Vi ele ontem na verdade, chegou com um menor na moto. Se eu não me engano, Guto conhece ele.

Camila concordou, mas logo voltamos para nossa conversar, fofocas na verdade.

Depois de comer e colocar a Mel para dormir. Voltei para meu expediente e Camila voltou para seu trabalho. Por conta da Mel está muito agitada hoje, fiquei só no caixa.

Guto: Iai... - Entrou comprimentando algumas pessoas e quando me viu, balançou a cabeça acenando. Mandei beijo para ele que fingiu que pegou e guardou no bolso. Parei com a palhaçada observando ele ir até a mesa dos meninos, onde está o Siqueira. 

Jéssica: Pô, Carlla! Vai lá, meu Deus!

Carlla: Não vou não! Meu ex tá lá, irmã. - Disse ser apoiando no balcão e eu ergui a sobrancelha.

Jéssica: Não quero ir atender os clientes não! Só porque o ex dela tá lá no meio dos envolvidos.

Carlla: Ele é envolvido! - Confirmou.

Luanne: E porque tu não vai lá? - Perguntei para Jéssica que saiu para a cozinha sem ao menos me responder.

Carlla: Me julga, mas o ex dela também tá lá e não quer ver ele pintado nem de ouro! - Revirei os olhos e me levantei com a Mel no canguru.

Luanne: Eu vou lá, fica aqui. - Elema concordou, levantei o balcão e sair indo até a mesa com a caneta e um bloco de notas na mão. - Boa tarde!

Comprimentei os caras. Todos me responderam na hora.

Luanne: Querem mais alguma coisa?

- Quero saber porque a mandada da Carlla não veio me atender!

Luanne: Desculpe, mas eu não sei lhe informar sobre isso.

- Otária da Jéssica também não veio, deixa ela comigo! - Me segurei para não revira os olhos.

Luanne: Vai querer alguma coisa, Guto? - Ele me olhou, tirando a atenção do celular.

Guto: Tá dormindo? - Ser referiu a Mel. Concordei tirando o pano do seu rosto e mostrando a ele. - Hum... Me ver o preto do dia e uma cerveja.

Anotei e perguntei se era só isso.

Siqueira: Quero um refrigerante, e saber teu nome também. - Olhei para ele e ergui a sobrancelha. Todos na mesa começaram a zuar o cara, Guto riu e me olhou.

Luanne: Qual refrigerante?

Siqueira: Laranja. - Anotei e concordei. - Mas aí, tu não respondeu qual é teu nome.

Luanne: Quando você olha o céu toda noite, vai saber qual é meu nome. - Ele franziu o cenho.

Guto: Me ver ela aí... - Deixei o bloco de notas na mesa e a caneta. Dei o pano para ele e tirei a Mel com cuidado. Entrei para o Guto e logo sair dali.

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