1x08: breathe me

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Quando a música acabou, o encantando acabou junto. O olhar dele clareou como se o nublado em sua mente desaparecesse, e o sol o cegasse. Nero a soltou devagar, e Giovanna não sabia exatamente o que fazer. Eles voltaram do hotel, para seus quartos separados, e a rotina dos dois continuou daquele jeito até conseguirem pegar o assassino, que no final das contas, acabou sendo a própria veterinária.

A vítima, Scott Hudson, estava tendo um caso com Anne Wilson, os dois se aventuraram na floresta para uma noite romântica, sendo seguidos pela veterinária e mortos. 

O clássico crime passional que sempre levava Giovanna a crer que o amor era de fato irracional, machucava, e não era nada confiável. Essa mulher alegava amar o homem, e ainda assim foi capaz de matá-lo como se nada fosse. 

— Você está pensativa. — Nero falou enquanto fechava a bolsa de viagem. 

Eles estavam prontos para voltar para casa, Giovanna o esperava com sua mochila nas costas, os cabelos presos, com os acessórios que gostava de usar, mas que dificilmente lembrava. Naquela manhã teve tempo. 

— Em casos como esse, e digo, não é o primeiro que eu vejo... me confirmam que o amor não é saudável. 

Nero endireitou a postura na hora. 

— Ei, ei, calma aí, o que está dizendo? É lógico que o amor é saudável. — ele se voltou para ela, se aproximou. 

— Essa mulher matou duas pessoas 'por amor', ela entrou na viatura da polícia dizendo que o amava, que só queria ficar com ele, e foi capaz de fazer o que fez, e ainda matou uma moça inocente com a vida pela frente. 

— Stapes, ei... aquilo não era amor, era doença... não pode se basear naquilo. 

Alexandre tocou os ombros dela, se aproximou. Nessa viagem algo quebrou dentro dele, confessava. Se odiava por isso, era óbvio, trabalhavam juntos há quase 2 meses e ele não foi capaz de segurar o mesmo encantamento que surgiu na época daquele primeiro caso que trabalharam juntos. No primeiro caso que tiveram juntos. 

Esse passado era intocável. 

E isso, esse sentimento, era tão perigoso. A vida deles era perigosa demais para esse tipo de envolvimento. 

Giovanna olhou para a mão dele em seu ombro com estranhamento e ele tirou devagar, retomando a postura. 

— Amar alguém, querer estar com alguém, fazer amor com quem se ama... é muito diferente de tudo isso que você viu aqui. É sobre dar e receber, é uma troca, uma parceria. 

— Dar um nome bonito não muda os fatos. 

— Fazer amor é diferente. 

— Diferente como? É só sexo. 

— Deve estar se relacionamento com as pessoas erradas então. 

Ao se darem conta da proximidade, não havia escapatória aqui. Nero estava quente por essa mulher que só o tirava do sério com esse jeito arrogante e sabe tudo, com esse olhar doce, sorriso bonito e bunda gostosa. Era um misto de coisas que mexiam com ele de forma que nunca sentiu antes. 

Não daria nome. 

Não ousaria. 

Ele ia beijá-la. E pelo olhar dela até sua boca, ela ia receber com gosto. 

Dar e receber. 

Mas as batidas as porta acordou os dois. O funcionário do hotel, também, obviamente, encantado com a Doutora Antonelli, estava oferecendo ajuda com a bagagem. Bagagem que ele sabia que não era pesada e que não precisava de ajudar. Nero ia matar esse moleque. 

Parts of the WholeWhere stories live. Discover now