Parts of the Whole

3x03: new memories, new life

Giovanna fechou os olhos, passou as mãos pelo cabelo, fechou a tela do notebook com força. Era impossível, isso não ia dar certo. Olhou para Alexandre e Dylan na mesa de jantar, o agente ajudando o filho na lição de casa. Contar para o menino sobre a gravidez foi a coisa mais fácil do mundo, ele aceitou como se fosse um presente de natal, a ideia de ser irmão mais velho quase fazendo o menino esquecer da lição de casa. Ela sabia que agora que eles iriam de fato precisar acelerar uma mudança. Quatro meses em sua barriga, com Dylan pulando de um lado para o outro, de casa para a outra. Precisavam de um lugar deles.

50/50. Era o que ele queria. Era impossível achar um lugar quem ambos gostassem e que fosse acessível para o bolso dele.

Sentiu um beijo em seu rosto, mãos firmes em seus ombros.

— Cansada? — ele sussurrou antes de beijar seu rosto de novo.

— A gente precisa achar um lugar, agora que o Dylan sabe...

— O Dylan saber te deixa com mais medo do que seu pai saber?

— Meu pai nem mora em DC, ele não me preocupa, mas o bem estar do seu filho sim.

Nero sentou ao lado dela, tirando o notebook de sua mão. Colocou a mão na barriga dela,sentia o volume despontando, a vida deles estava ali, se desenvolvendo de forma saudável, e Giovanna ficava cada dia mais radiante. Seu cabelo, seu rosto, seu corpo.

— O que te preocupa?

— Me preocupa você não me deixar bancar uma maior parte da casa que a gente quer.

Ele balançou a cabeça, sorrindo.

— Não me venha com essa, eu disse que vou achar uma casa, e vou achar, e vamos pagar uma pechincha.

— Eu quero um lugar espaçoso.

— Eu sei, com jardim para uma casa na árvore e piscina, meu amor, relaxa. — ele see inclinou e a beijou devagar.

— Dylan? — ela perguntou entre beijos e mais beijos que ele dava por seu pescoço.

— No quarto dele.

— No quarto de hóspedes. — ela o corrigiu, se deixando ser empurrada no sofá.

— Você sempre tem que corrigir tudo?

— Sim, para você não esquecer que o tempo está passando.

— Impossível esquecer. — ele falou sorrindo contra a boca dela, a beijando novamente com vontade, a calando de vez.

Giovanna sentia o corpo em brasa. Malditos hormônios que pareciam transformar seus pensamentos em geleia. Sentia a mão dele subir por sua camiseta, e quase se deixou levar, quando ouviu um barulho vindo do quarto que agora era ocupado por Dylan.

— Pai! Já estou pronto para a cama! — o menino chamou do cômodo, fazendo com que Giovanna afastasse o homem de cima dela.

Ofegantes, os dois se encararam com sorrisos culpados. Alexandre saiu de cima dela, sentando no sofá novamente, passando a mão pelo cabelo. Observando o estado daquele pai de família, Giovanna lhe deu um beijo no rosto e levantou.

— Eu vou lá.

O ambiente, que anteriormente era neutro, feito para visitas casuais, começava a clamar a verdadeira posse. Desenhos colados na parede cuja a cama estava encostada, brinquedos no canto do quarto, uma mochila de dinossauro em cima da cadeira. Giovanna, que já sabia muito bem que sua vida não era só sua desde que Alexandre entrou nela, via as evidências daquela invasão, tanto do lado de fora quanto em seu interior. Dylan a olhava com um sorriso, se aconchegando melhor naquela cama enorme para ele. A antropóloga sentou na beirada, arrumando a coberta nele.