2x15: let the light in

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Giovanna deixou o beijo fluir, se permitindo ter esse gosto na sua boca de novo. Seus dedos percorriam pelos fios de cabelo dele, o cheiro amadeirado ia invadindo seus sentidos até que ela estivesse embriagada de Alexandre Nero. Porém, como toda embriaguez, vez ou outra a mente tinha seus momentos, e ela se lembrou de que esse homem com a boca colada na sua era comprometido. Com a pouca força que tinha, o empurrou devagar, e soube de imediato que abrir os olhos foi um erro. Ele estava com o rosto vermelho, o olhar carregado de desejo e lábios inchados e Giovanna foi automaticamente transportada para tempos mais simples, onde o tinha em sua cama quando quisesse.

— O que está fazendo? — ela perguntou em um sussurro.

— Um ato desesperado, implorando para que você não fique com Mário. Nem com ninguém, por enquanto... eu...

— O que está me pedindo não é justo, você tem Lívia.

— Não tem Lívia, não tem mais Lívia, ela foi embora. — ele falou rapidamente, sem soltar a cintura da mulher.

— E aí veio correndo até mim?

— Eu deveria ter feito isso assim que nos encontramos no Mall quando voltamos.

Ele se afastou o suficiente para respirar fundo e focar em tua que queria falar.

— Eu sei o que está pensando, que estou aqui só porque ela foi embora e que estou carente e tudo mais, mas não é a verdade. — ele olhou fundo em seus olhos. — A verdade, Giovanna, é a mesma que a sua. O que você sente, eu sinto. Tenha em mente que sempre foi você, também.

O olhar dela mudou.

— Você me ouviu naquele dia.

— Eu sonhei com você o tempo todo, desde o sequestro, só tem você na minha cabeça. Quando disse que só encontro paz nos meus sonhos, era por isso. Porque eu só sonho com você, Giovanna. E eu sei que pode pensar que estou sendo um grande filho da mãe aqui, que o amor é essa bagunça toda, mas não culpe o sentimento, culpe a mim que estou uma verdadeira bagunça.

Ela o olhou por um tempo, sentia a brisa do mar em seu rosto a lembrando do homem que ela acabou de partir o coração ao dizer que não poderia ter nada com ele, que apesar de tudo, seria extremamente injusto o envolver em uma história que não cabia. Até agora, ela só via o lado feio do amor, era só dor, decepção, sentimento amargo de ciúme na boca.

— Eu não sei se consigo... agora...

— Não, não precisa ser agora. Vamos dar tempo ao tempo, mas eu quero que tenha certeza de que eu vou melhorar, eu estou me cuidando. Também tenho raiva de mim mesmo, tenho raiva por ter feito você sofrer, por ter feito Lívia sofrer, por ter me tornado irreconhecível até para meu filho, mas eu juro... eu juro que vou melhorar. Eu vou voltar a ser o homem por quem se apaixonou. E enquanto isso, se não quiser ter nada... íntimo, eu vou respeitar.

A mente dela travou em todas as memórias sensuais e no beijo que acabaram de trocar, tinha certeza que caso se rendessem a paixão, as coisas não andariam do jeito que teria. Tinha que se ajeitar primeiro, para então ajeitar espaço na vida um do outro. Era tempo de cura.

Para ela e para ele.

— A gente pode voltar ao que éramos antes, eu tenho certeza. — ele falou um pouco mais sério agora. — Eu tenho certeza, Gio, que se tentarmos, vamos ser imbatíveis. A nossa parceria, nossa amizade, sempre vão ser a coisa mais importante para mim. É a nossa base, sempre foi.

Alexandre percebeu que era pareceu concordar com o que ele falava. Segurou na mão dela.

— Janta comigo essa noite, lá em casa mesmo, podemos pedir comida chinesa como nos velhos tempos, do jeito que sempre fazíamos. Como amigos.

Parts of the WholeWhere stories live. Discover now