3x01: the beginning

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Ele acariciava sua barriga devagar, tudo que poderia fazer agora era isso, já que as últimas duas horas se dedicou a dar todos os orgasmos que essa mulher com cabelo bagunçado, rosto vermelho e semblante satisfeito poderia receber. Claro que não chegou nem perto do ideal, mas já era um começo para o resto da vida deles.

Sua reação naquela calçada foi a de qualquer homem apaixonado ao saber que sua amada está grávida, carregando um prova do amor deles em carne.

Ele era o maldito mais abençoado desse mundo. Tinha no olhar um brilho, e via o reflexo daquilo nela.

— Grávida... — ele sussurrou naquela intimidade da bolha dos dois.

Giovanna olhou para a barriga ainda lisa e colocou sua mão sobre a dele. Seus dedos se remexiam juntos, e ele viu a pulseira dourada quase como uma marca do comprometimento dos dois. Do quanto ela estava pronta para isso.

— Um choque muito grande? — ela sussurrou de volta.

— O melhor de todos, Giovanna. Vamos ter um filho, eu e você... é tão... louco.

— Irracional?

— Nós somos irracionais, meu bem, por isso somos bons juntos.

Ela sorriu para ele, ainda com preguiça.

— Precisamos dormir, temos trabalho amanhã.

— Não temos, não. Qual é, acha mesmo que Sheron vai sair de perto da Alessandra? Ela vai mimar aquele bebê mais que nós todos.

Giovanna o olhou mais séria.

— Você está feliz? Digo, eu sei que não era seu cenário ideal para formar uma família.

— Você acha mesmo que vou me prender nas minhas fantasias de um jovem amargurado quando a realidade que eu tenho aqui é bem melhor? Esqueça tudo, eu tenho a mulher que eu amo na minha cama, tenho um filho nosso se desenvolvendo, ela me ama, eu a amo.

Nero deitou sobre ela, devagar, quase como se agora ela fosse de porcelana. Ela sabia que esse cuidado não iria diminuir tão cedo. Muito pelo contrário, a tendência era aumentar, e ela teria que se acostumar com isso.

— Você vai ser uma mãe incrível. Não duvide disso nunca nessa vida.

Giovanna acordou cedo no dia seguinte. Sentiu uma mão firme em sua barriga, quente e protetora, e se deixou demorar dentro daquele calor. Tinha lido uma vez que existia um certo milagre nos encontros, conseguia compreender isso na prática. Não entendia destino, milagre e fé, tudo que Nero acreditava, mas entendia os dois, e entendia que em outro universo talvez os dois nem tivessem se encontrado. Diferentes demais, em meios mais diferentes ainda.

Mas se encontraram, e a prova estava em seu útero, menor que a ponta de seu dedo. Como algo tão pequeno podia gerar tamanho rebuliço, desconfigurar tudo e finalmente colocar tudo no lugar?

Que poder era esse?

Nem ao menos o conhecia e já sabia: faria qualquer coisa para proteger esse pequeno ser, e sabia que Nero faria igual.

Se desvencilhou devagar, o homem, no sono pesado e pacífico, nem percebeu. Ela caminhou até o banheiro dele. Vinha deixando algumas coisas como seus produtos de cuidado com a pele, escova de dente, coisas básicas.

Foi só colocar a escova de dente na boca, sentir o gosto da pasta, que tudo que tinha comido na noite anterior subiu, e ela só teve tempo de se ajoelhar na privada. Não demorou para sentir uma mão grande segurar seu cabelo e acariciar suas costas.

Quando ela parou, respirou fundo.

— Está melhor? Por que não me chamou?

— Não é como se eu estivesse prevendo. — ela resmungou, desviando o olhar do dele.

Parts of the WholeWhere stories live. Discover now