2x18: make you feel my love

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dedicado a josynha @jogn75 e a tamires ignacio (feliz aniversario ❤️)



A primavera dava suas caras nas cores nas árvores e no cheiro de pólen, para terror dos alérgicos. Giovanna tinha horror a outra coisa, como a notícia na televisão que via agora. Taffet estava morta, foi achada morta na cadeia e ainda estavam tentando explicar. Isso, no dia em que seu pai saia da cadeira, ela não sabe se era permitido ficar feliz como ela estava querendo se sentir.

Nero falaria em justiça divina, e ela acreditaria nisso para ficar em paz.

— Stapes, você viu? — Nero apareceu ansioso, entrando na sala dela.

— Acabei de ver. Acha que isso pode cair no meu pai?

— Não acho que foi ele.

Giovanna o olhou como se soubesse mais.

— Está dizendo isso para que eu fique com a consciência tranquila.

— Acho que deveríamos só levar o seu pai para comer uma boa carne, só isso. Ei, Fred vai ficar na condicional porque as provas permitem isso, então vamos pensar que a justiça foi feita.

Giovanna olhou para o computador e suspirou. Claro que ela estava feliz com a ideia de ter a convivência com seu pai de novo, assim como seu irmão saiu da cadeia a tempo de comemorar seu aniversário com ela. Era bom aos poucos ir se curando, colando a memória de sua família, e estar construindo uma família de novo, nova em tudo.

— Para um policial, você gosta muito do meu pai.

— Vamos deixar as profissões de lado, sim?

Ele se aproximou dela, se inclinou na mesa e a beijou suavemente nos lábios. Giovanna retribuiu com pudor.

— Estamos no trabalho.

— Você está bem? Estou te achando tão... diferente?

— Nero, você imagina muitas coisas.

— Sei... você trate de almoçar, sim? O seu pai vai para sua casa?

— Ele vai passar aqui antes, mas disse que já tem um lugar para ir. Eu prefiro não saber.

Alexandre voltou para o FBI e Giovanna ficou olhando o calendário. Os dias estavam passando muito rápido. E ela só começou a perceber isso nos últimos dias.

— Dra. Antonelli? — a voz de Marjorie a puxou para a realidade. — Acabei, podemos discutir.

Chegar em casa naquele dia foi diferente de todas as outras vezes. Primeiro porque já ouvia um barulho alto da televisão e duas vozes masculinas animadas. Giovanna abriu a porta devagar, mas suspeitava que se abrisse abruptamente nenhum dos dois homens no sofá iria perceber.

Seu pai e Alexandre bebiam cerveja, comiam amendoim e assistiam algum esporte de homens no gelo se batendo gratuitamente. Ela olhou o relógio, já era quase sete da noite e essa distração explicava porque Alexandre não tinha mandado nenhuma mensagem perguntando o que iriam comer hoje.

— Vejo que já está bem acomodado, pai. — ela falou colocando a mão na cintura.

Os dois a olharam como crianças pegas no flagra, foi impossível não sorrir e balançar a cabeça em negação. Seu pai veio até ela e lhe deu um abraço forte, ao qual ela retribuiu de bom grado. Ele passou a mão por seu rosto como se colocasse na memória suas novas linhas de expressão que não existiam da última vez que se viram.

— Prometo não errar mais com você. Essa vida acabou, como um dia eu falei para sua mãe que iria.

Giovanna concordou, mas não conseguiu falar nada. Olhou de canto para Alexandre e o via sorrindo, provavelmente feliz por essa reconciliação pai e filha.

Parts of the WholeWhere stories live. Discover now