Capitulo 8

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-O que mais como assim?

Acordo assustada com a voz de meu marido berrando ao telefone. Ele estava tremendo e agarrava o celular para manter as mãos firmes.

-Como assim morreu?-pergunta-Eu vou para aí.

Ele joga o celular na parede e passa as mãos pelos cabelos, ao ver que eu o observo tenta por a respiração em ordem.

-Amália faça as malas-diz-Vamos viajar.

-O que? para onde?-pergunto-O que esta acontecendo?

-Vá fazer as malas e nada de perguntas-berra então sai do quarto.

Não sei por que mais por instinto peguei a mala em que Carlos trouxera minhas antigas roupas e mais algumas peças novas que gostei um pouco. Vesti short, tênis e uma blusa de manga prendendo meu cabelo. Ao entrar no quarto meu marido me avalia e da um ar de riso.

-Se nao estivesse com presa mandaria você trocar de roupa-dz ele.-Aonde vamos esta no fim do inverno vai sentir frio.

Ele pega minha mala e sai do quarto, não sabia o que estava a acontecendo, não queria ir, mas era melhor eu ir andando ou carregada talvez até sedada.
Ainda estava escuro o que ainda era mais estranho, deveria ser umas 23horas. O motorista teve a ordem de ir o mais rápido possível e foi o que aconteceu.
Olhei para o meu marido ao meu lado, ele parecia distante, tinha a cabeça encostada no vidro da janela e olhava para a lua no céu não sabia o que estava acontecendo, mas coisa boa não era.

[P.O.V Herdeiro da Máfia]

Ao chegarmos ao aeroporto particular da mafia saltamos do carro o mais rápido possível, aviam dois segurança conosco, Amália parecia estar atenta e louca para pergunta (Alias ela ama fazer isso) mais ao invés disso se manteve calada.

-Chefinho-diz Tedd ao me aproximar.

Tedd era meu piloto particular , além disso era um amigo ele era a única pessoa que me fazia rir quando estou irritado, fazíamos aula de pilotagem juntos e ele acabou se tornando meu piloto.

-Amália-digo olhando para ela-Esse é Teodoro e Tedd essa é Amália, olha eu to com presa vamos logo temos que estar na Inglaterra o mais rápido possível.

-Prazer- diz Tedd e então entrou no avião.

Entramos no avião e ao me sentar na poltrona a frente de Amália vejo como seus olhos estão arregalados.

-Inglaterra?-pergunta.

-Não diga nada-digo em um tom firme-Sem perguntas, sem nenhuma palavra.

Ela se manteu em silencio, mas também não me olhou apenas se encolheu na cadeira e olhou para a janela. Depois de duas horas ela caiu no sono, eu a observei quieto, não disse nada, apenas me manto quieto. Depois de um tempo peguei um cobertor e a cobri.
O avião pousou apos cinco horas, não consegui pregar os olhos, não conseguia pensar, não conseguia fazer nada que não fosse olhar para Amália ou para a janela.

-Amália-sacolhejo-a.

Ela acorda no susto e ao me ver solta um gemido de desprazer.

-Ah é você -diz-São que horas?

-Em Londres são umas 9 horas da manhã-digo.

Tedd apareceu na cabine e sorriu.

-Chegamos-diz ele.

Levantei-me rapidamente e fui até a mala pegando dois casacos e luvas.

-Acho melhor vestir isso-digo entregando um casaco bege para Amália e umas luvas pretas.-Esta frio lá fora.

Vesti o casaco e sai do avião. Avia neve em toda parte, mas também avia um pouco de sol o que já facilitava um pouco.

-Uau-diz Amália ao aparecer do meu lado.-Essa vista é linda, nossa esta muito frio.

Caminhamos até o carro, minha casa não ficava muito longe dali, mas pedi para o motorista ir o mais rápido possível e foi dito e feito.
Ao passar pelos grandes portões pude ver que aviam carros, e mais carros no quintal.

-Chegamos chefe-diz o motorista e eu saltei do carro.

Corri até dentro de casa encontrando varias pessoas na sala.

-Finalmente-diz Miguel.

-Cadê Melissa?-pergunto.

Ela apareceu na sala, sua aparência era mais velha, seus cabelos estavam soltos e embolados, meu rosto pálido e cheio de rugas, não entendo como isso aconteceu em tao pouco tempo. Corri até ela e lhe dei um forte abraço.

-O que aconteceu?-pergunto exasperado.-Como isso aconteceu, fale Melissa.

-Eu não sei-soluça ela-Ele falava ao telefone , gritava coisas em português eu não consegui entender então de repente ele passou mal e quando a ambulância chegou...-ela fez uma pausa e soluçou-Já era tarde.

Eu a apertei com mais força. Sim o meu pai morreu e agora tudo estava em minhas maos. Depois de um tempo Melissa me olhou e alisou meu rosto.

-O enterro vai ser ao meio dia-diz-Você deve estar cansado deveria subir e descansar.

Assenti e olhei para trás e vi Amália, ela parecia aflita, não sei ao certo, mas assim que Mellisa correu para abraça-lá, ela relaxou pelo menos um pouco.

-Eu sinto muito-diz abraçando Melissa.

Subi as escadas indo em direção ao escritório de meu pai, chegando lá uma sensação estranha me dominou, eu só entrei ali poucas vezes e sempre que entrava sentia a mesma sensação, como se tivesse algo aqui para mim, mas eu não pudesse mexer não sei ao certo. Passei a mao por sua cadeira lembrando, respirei fundo sentindo seu cheiro e notando comi finalmente alguma coisa na minha vida parecia real e concreta.

-Oi-encontro Amália na porta-Sinto muito.

-Não sinta-digo.-Todo mundo morre um dia.

-Mais ele era seu pai, você deve estar arrasado.

-Não tenho tempo para isso.

Saio do escritório e vou para meu quarto trancando a porta.
Não conseguir dormir então fiquei pensando, pensando em tudo, no meu pai, ne Melissa, ne Amália e na minha mãe.
As 12h00 começara a missa, meu pai acreditava bastante em deus dizia que ele era quem salvaria a todos nós um dia e que todo caminho era uma escolha, eu não acreditava muito nisso fazer o que.
Todos estavam de preto, olhos tapados por óculos escuros, eu me recusei usava óculos que chorava e eu não estava chorando e não queria que achassem que eu chorei. Amália estava ao meu lado, seu braço entrelaçado no meu e pela primeira vez desde que ela entrou em minha vida, ou seja uma semana atrás. Nem parecia que tem todo esse tempo, mas tem e a cada dia se prolonga mais.

-Eu posso ficar um minuto sozinho com ele?-peço e o padre assente.

Todos saem aos poucos me deixando ali sozinho com o corpo de meu pai. Eu caminho até ele e observo-o.

-Nunca pensei que eu o veria assim-digo-Tao.. Fragiu, fraco, é irônico não, mas eu não quero falar disso agora. Você já sabia não sabia?Planejou tudo isso não? Por que não me preparou antes? Na verdade por que não me disse antes? Que engraçado eu to falando com um morto, mas enfim eu vim aqui pra dizer que eu não vou desistir pai, vou continuar no seu lugar e levar a mafia e outro nivel.-peguei uma faca que guardava onde estava a arma e cortei a palma de minha mão deixei o sangue escorrer por um segundo e segurei a mao direta de meu pai. -Eu juro comandar a mafia, com honra, sabedoria e força, crescer e fortalecer ainda mais o patrimônio de meu pai com a graça de deus e a força dos homens. -Fecho meus olhos e comecei a horário pai nosso. -... e não lhes deixei cair em tentação, mas livrai-os do mal, Amém.

Abro meus olhos e uma luz reflete nos meus olhos e é quando vejo o crucifixo prata do meu pai, ele sempre o usou nunca o tirou para nada nessa vida, usava como proteção. Peguei o crucifixo e o segurei junto a mão de meu pai e a beijei.
Todos me olhavam atento quando a primeira terra foi jogada em cima do caixão do meu pai, mas Melissa ficou aterrorizada ao me ver com o crucifixo, mas preferiu não dizer nada. Nem precisava dizer nada, eu fiz um pacto com meu pai, um pacto que vou carregar até me juntar a ele onde quer que esteja.

A Traficada (Editando)Where stories live. Discover now