Capitulo 17

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Capitulo 17

Voltei a dormir no quarto com meu marido, eu não o avia perdoado, mas também me sentia menos sozinha.
Que engraçado, uma garota que mora há um ano e meio sozinha se sentindo sozinha agora. Bom, acho que é pelo falo de eu estar em um lugar onde não conheço ninguém, sou uma estranha para ser exata.
Meu marido passou a noite em claro no escritório, falava ao telefone em varias línguas e em algumas vezes podia jurar que ele xingava ou algo assim. Pela manhã assim quando acordei, ele ainda estava acordado.

-Bom dia Melissa. -digo ao chegar à cozinha.

-Bom dia, esta bem?

-Sim. -respondo. -Ele ficou acordado a noite toda.

-Sim, esta atrás de aliados.

-Nossa às vezes eu penso que isso aqui é só um sonho, mas agora estou ganhando provas de que é mais real do que penso.

Ela deu um meio sorriso.

-Talvez essa realidade não seja tão má quanto pensa, Lia. -diz enquanto terminava uma bandeja. -Querida, você pode levar essa bandeja para ele?

Assenti e peguei a bandeja levando até o escritório. A porta estava encostada a abri sem bater, meu marido estava de costas falava ao telefone, vestia apenas uma calça de moletom cinza, seu cabelo perfeitamente arrumado estava bagunçado e serio, ele estava lindo.

-Ok, eu irei. -diz antes de desligar e ao se virar me olhou. -Bom dia.

-Melissa mandou isso para você. -digo.

-Pode deixar ai.

Me aproximo e ao deixar a bandeja em cima da mesa meus olhos param em uma lista com alguns nomes, uns tinham riscos em vermelho.

-Existe uma máfia em Portugal? -pergunto olhando em seus olhos.

Ele assentiu.

-Sim existe. -responde. -Estava pensando em falar com você a respeito, alias você é de lá.

-Existem máfias em todos os paises?

-Não. -diz. -Existem 12 máfias ao total, a britânica, Alemã, russa, portuguesa, brasileira, belga, inglesa confundem muito a inglesa com a britânica, mas é diferente. Hmm... A japonesa, chinesa, italiana, suíça e irlandesa.

-Por que doze?

-Exitiam mais, mas tudo depende da estatura do país, se o país estiver em crise à máfia esta em crise, outras foram extintas por federais e algumas por guerras.

-Isso parece outro mundo. -digo. -Como consegue viver assim?

-Não sei, eu respiro como, bebo, me movimento. -diz e então da uma mordida na maçã. -Eu apenas vivo.

Pego um pedaço de bolo de cenoura com chocolate.

-Como funciona o sistema de vocês?

-Você realmente é uma jornalista.

-Sou apenas curiosa. -digo.

-Bom. -ele se senta. - Cuidar de uma máfia não é fácil, no entanto tudo é separado por departamentos. 1°Temos a tecnologia, 2°atiradores, 3°Torturadores, 4°Fornecedores, 5°Investigadores, 6°Caçadores...

-Caçadores?

-Sim, você da uma foto e em 24 horas a pessoa esta sentada na sua frente ou morta.

-Uau.

-Continuando... 7°Temos Estrategistas, 8°Infiltrados, 9°lutadores, 10°Recrutas.

-Vejo que não esta em ordem.

-Não. -responde. -Uma máfia é um quebra-cabeça, tem todas as peças, mas você tem que encaixar as corretas ou tudo desanda.

-Como ganham tanto dinheiro?

-Vendemos armas, drogas, prostitutas e até pouco tempo mulheres.

-Qual o lema da máfia Britânica?

-Somos feitos de carne não de sentimentos.

-Por que esse lema?

-Não fui eu quem o pos.

-Miguel é seu primo. -digo. -Por parte de sua mãe?

-Não. -responde. -Meu pai tinha um irmão gêmeo, o pai de Miguel era mais velho, minutos de diferença e então o meu tio seria o chefe da máfia, mas ele foi morto em uma guerra entre a máfia alemã e meu pai assumiu o posto já que Miguel era apenas um bebê.

-E então você se tornou o herdeiro.

-Não exatamente. -diz. -Miguel era o principal herdeiro, mas ao contrario de mim ele tinha escolha e resolveu recusar quando fez 18, uma escolha sabia, ele não agüentaria.

-Por que não?

-Por que ele sente, Miguel foi criado de uma forma diferente da minha ele tem sentimentos, ele respira, come, bebe, se movimenta e ama.

-E você não ama.

-Cresci sem esse sentimento.

-Melissa o ama.

-É diferente.

-Só por que ela não é sua mãe de verdade não significa que o amor dela seja diferente...

-Como você sabe que Melissa não é minha mãe? -Pergunta e eu engulo em seco. -Ah quer saber não importa.

-Você não a ama?

-Chega de perguntas. -diz.

-Por quê? Eu quero saber...

-Chega de perguntas Amália.

Levantei-me em silencio.

-Com licença. -digo antes de sair.

Argh! Como ele era impossível de se conversar.
O dia inteiro foi chato, meu marido foi para a máfia me deixou em casa com Melissa, dormi, acordei, comi, vi TV e meu deus como eu estava ficando maluca não agüentava mais ficar presa sem fazer nada, a carta que enviei para meus pais e para meus amigos não teve retorno o que me deixou mais triste, será que eles já me esqueceram.

-Ai meu deus eu não agüento mais isso aqui. -berro dando um susto em Melissa. -Eu to ficando maluca.

-Surto uma hora dessas Amália? -pergunta meu marido entrando pela porta.

-Finalmente você apareceu. -digo. -Eu preciso de um computador, pode até ser sem internet eu preciso trabalhar, ou melhor, eu preciso de uma câmera profissional.

-Por que gosta tanto de trabalhar.

-Ou eu trabalho ou eu fico maluca.

-Sinto muito em te dizer que não posso te dar nenhum dos dois.

-Não basta eu ter que ficar presa dentro dessa casa ainda não posso ter uma câmera ou um computador.

-Você sabe muito bem por que não tem isso.

-Até agora não sei por que vim parar aqui.

-Olha Amália não tenho tempo para seus surtos eu tenho que sair. -diz. -Tenho umas coisas para resolver.

Ele sobe as escadas

-O que? Você sai e eu fico em casa.

-Se você não sabe preciso de aliados e os irlandeses são ótimos estrategista, mas são muito orgulhosos.

-Eu quero ir também. -digo.

-Nem pensar é arriscado.

-Deixa, por favor, eu posso ajudar como você disse os irlandeses são orgulhosos sei lidar com pessoas assim.

Ele olhou para o relógio e suspirou.

-São 23 e 30, meia noite saímos.

Yes, penso. Pulo da cama e como para o banheiro.

A Traficada (Editando)Where stories live. Discover now