Capítulo 19

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[P.O.V Lia]
Estava elétrica toda essa história estava me deixando completamente sem fôlego, nunca pensei que me sentiria tão bem, tão vida.
Eu e meu marido andamos até a sala de reuniões, agora que tínhamos os irlandeses do nosso lado tudo mudaria bom pelo menos é o que eu acho.
-Bom dia Sara. -diz meu marido assim que entramos à sala.
-Bom dia Sr. Gertler. -responde. -O oficial da máfia russa ligou, disse que nos mandara um novo carregamento de armas ainda esta semana.
-Ótimo e onde esta Miguel.
-Aqui, pontual como sempre. -diz Miguel entrando na sala.
-Até parece. -diz meu marido sorrindo.
-Eai Lia. -diz e eu Sorri em resposta.
Na sala estava, eu (óbvio), meu marido (óbvio também), Carlos, Justin, Miguel (Mais que óbvio) e Sara. Não sabia para que fosse aquela reunião mais para alguma coisa servia.
-Então. -diz meu marido. -Como anda tudo.
-Haam, tenho uma boa e uma má noticia. -diz Justin. -A boa é que eu descobri que tinha um vírus no nosso sistema e por isso Fox conseguiu fazer aquilo, mas eu o retirei era bem fraco.
-E a má noticia. -digo.
-Bom na verdade tenho duas más noticias. -diz. -A primeira é que o sistema deles ficou mais forte não consigo entrar e a segunda é que Fox ao implantar o vírus roubou alguns de nossos dados, como o local onde recebemos as armas.
-Isso significa que ele pode roubar nosso carregamento. -diz Miguel.
Meu marido não disse nada apenas parecia pensante.
-O carregamento russo chega essa semana possivelmente amanhã ou depois de amanhã. -diz Sara.
-Consegui apoio de três máfias por enquanto. -diz meu marido. -Itália, Rússia e Irlanda, mas estou achando isso pouco.
-Consegui alguns recrutas como pediu. -diz Miguel. -Poucos, mas me disseram que são os melhores.
Meu marido suspirou.
-Mande os entrar.
Miguel saiu e eu olhei para meu marido ele parecia aflito e pensativo.
-O que houve? -sussurro.
-Não estou com um bom pressentimento. -responde. -Não sei tem alguma coisa... Eu não sei.
Eu segurei sua mão.
-Vai ficar tudo bem. -sussurro. -Agora seja firme seu desespero esta aparente demais isso não é nada bom.
Ele me lançou um olhar serio e eu sorri. Era estranho o jeito como nos dávamos bem, serio estávamos nos dando bem e era tão confuso sabe. Como eu poderia me dar bem com alguém que me seqüestrou, me agrediu e vice versa?
Miguel abriu a porta e eu olhei em volta da sala, todos pareciam distraídos com alguma coisa, Sara anotava, Justin mexia em seu computador e Carlos a aquela lá era o único concentrado em Miguel.
-Aqui estão os recrutas. -diz Miguel e dez caras entraram na sala, todos tinham sacos pretos de pano na cabeça o que era bem estranho. -Esses são seus dez recrutas.
Miguel nos entregou dez folhas, eram as fichas de cada um deles. O homem tirou o saco da cabeça e se manteve quieto.
Hall: 24anos, inteligente, ágil, rápido e forte. Ele tinha cabelos castanhos até os ombros, alto, pele morena, braços largos e fortes.
Max: 21 anos, bom estrategista. Loiro, olhos azuis, pele branca não muito alto nem baixo.
Trevor: 19 anos, caçador. Moreno, cabelos rebitados, olhos pretos.
Claus: 28 anos, torturador. Careca, branco, bem alto, olhos castanhos escuros (Ameaçador).
Jev: 20 anos, atirador, baixo, cabelo cortado, alto, pele escura e braços fortes.
Tompson: 25 anos, estrategista. Asiático.
Fabrício: 26 anos, torturador, pele escura, cabeça raspada, alto, olhos castanhos grandes.
Charles: 28 anos, estrategista, mestiço, cabelos encaracolados, tinha um olhar curioso.
David: 20 anos, estrategista, negro, cabelos rebitados, olhos cor de mel.
Aviam apenas nove fichas e um cara ali parado com saco na cabeça.
-Miguel só tem nove fichas. -diz meu marido.
-Ah sim. -diz. - Esse ultimo chegou de ultima hora.
Miguel chegou ao lado do cara e tirou o saco de sua cabeça e por um instante senti meu corpo inteiro vacilar. Aqueles olhos castanhos, aquela pele clara, os cabelos ruivos um pouco menores agora, mas mesmo assim era ele.
Simon.
-Este é Connor. -diz Miguel. - Tem 22 anos e é um ótimo atirador.
Droga e agora o que eu faço? Mais pêra ai? O que Simon faz aqui?
Seus olhos encontraram os meus e um olhar de confusão surgiu. Olhei para a parede, mas meus olhos pareciam estar sendo puxados para os dele.
-Atirador! - diz meu marido para si mesmo. -Interessante, depois... Eu quero ver a habilidade...
Meu marido segura minha mão me dando um susto.
-O que foi? -pergunto olhando para ele.
-Você esta bem? -pergunta. -Esta pálida.
-Eu estou bem. -digo. Levanto da cadeira e minhas pernas vacilam. -Eu só preciso de um pouco de... Ar...
E eu desmaio.
-Eai doutor como ela ta? -Ouço a voz do meu marido.
Abro os olhos lentamente e vejo as coisas um pouco embaçadas antes de ficar normal.
Estava em casa, alias em meu quarto. Meu deus serio que eu desmaiei, me diga que eu não desmaiei.
-Ela esta bem foi só uma queda de pressão nada com o que devam se preocupar. -diz o medico. -Faça ela se alimentar bem e tudo volta ao normal.
-Queda de pressão? -pergunto.
Os dois me olharam e o medico sorriu. Ele era velho, não era muito alto, tinha cabelos grisalhos, pele clara e pé de galinha no canto dos olhos azuis.
-Olha quem acordou. -diz o médico. -Prazer srta. Gertler eu sou o doutor Jonas Hanson.
O saudei com um aceno de cabeça.
-Bom doutor eu lhe levo até a porta.
-Não precisa. -diz o médico. -Fique com sua esposa.
Antes que meu marido pudesse dizer alguma coisa o médico saiu porta fora. Sentei na cara e senti uma dor na cabeça um pouco incomoda.
-Quanto tempo eu dormi?
-Uma hora.
-Alguma novidade? -pergunto.
-Acho que não. -diz. -Esta tudo normal o que é estranho já que estamos em uma guerra.
Suspirei e olhei para meu marido. Ele parecia mais velho, acho que pelo fato de não dormir muito bem todos esses dias.
-É infelizmente. -digo. - Mais eu tenho fé que tudo isso vai mudar e voltar ao normal.
-Essa é sua vida normal agora, Amália. -diz.
-O que?
-Ainda acredita que um dia vai sair daqui?
-Acredito.
-Esta sendo sonhadora.
-Olha aqui me diz o que você faria se estivesse no meu lugar? -pergunto. -Você não agüentaria Sr. Gertler, não agüentaria viver como um bicho preso, vivendo de uma forma que não é a sua realidade e ser obrigada a agüentar pelo simples fato de querer estar vivo.
-E você Srta. Spilman? O que faria se estivesse no meu lugar? Acha tudo isso aqui fácil? Acha que é fácil ser dono de uma máfia? -Berrou.
-Eu só quero ir para casa. -berro.
-Esta em casa. -diz. -E acho melhor ir se acostumando com isso.
Ele se levantou e começou a andar de um lado para o outro tentando se acalmar. Passava a mão nos cabelos e respirou diversas vezes.
-Você não entende, parece que você tem medo do seu pai, mesmo ele estando morto. -digo. -Mesmo sabendo que ele amava mais a máfia do que o próprio filho.
-Cale a boca. -berra e eu me encolho abraçando minhas pernas, minhas palavras o atingiram e eu temia o resultado disso. Ele olhou para mim, mas seus olhos foram puxados para minha coxa, ele olhou fixamente para o lugar onde me queimou com a arma e seus ombros se encolheram. -Olha Fox a quer, eu não vou deixar ele leva-la, mas também não vou deixar ele ter o gostinho de saber que meu casamento é uma droga...
-Você não quer que...
-Não quero que você finja estar perdidamente apaixonada por mim se é o que esta pensando. -diz e então estica sua mão. -Eu só quero uma trégua.
-O que você quer dizer exatamente com trégua?
-Temos que aprender a ser um casal. -diz. -Estamos em uma guerra e o mínimo que preciso transparecer é segurança e o apoio da minha linda esposa.
-Um teatro?
-Só vamos ser um casal normal sabe. -diz. -Que faz coisas normais, pelo menos de faz de conta, ando ouvindo cochichos por ai que nosso casamento é uma farsa.
-Talvez por que seja realmente.
-Isso não vem ao caso. -diz. -Acontece que tenho uma reputação a zelar.
-Pêra ai deixa eu ver se eu entendi bem, você quer que eu finja ser a esposa submissa que te da apoio e que faz o nosso casamento ser um verdadeiro conto de fadas.
-Você falando assim parece ridículo.
-Talvez por que seja.
-Eu só quero que aprendemos a conviver. -diz. -Vamos ser um casal perfeito, aceita?
-O que eu ganho com esse teatro?
-O que quer? Ah e não vale pedir para ir embora.
Revirei os olhos.
-Eu quero uma câmera. -digo.
Ele pareceu pensar por um segundo.
-Fechado. -diz. - Agora eu acho melhor você tomar um banho, estarei esperando para o almoço.
Ele saiu e pus um travesseiro no rosto dando um grito. Eu sou o ser humano mais azarado de toda a face da terra.
1°Simon aparece
2°Casal perfeito
Meu deus é pedir muito um pouco de paz e normalidade na minha vida?

A Traficada (Editando)Where stories live. Discover now