𝑇𝑟𝑒𝑖𝑛𝑡𝑎 𝑦 𝑡𝑟𝑒𝑠.

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Serena
Paris

Já era óbvio que eu não queria voltar para Paris de jeito nenhum, quem gostaria de se despedir do amor da sua vida, para voltar para casa e viver normalmente? Eu já não sabia o que esperar do meu apartamento, Celeste passou três dias sozinha, tudo bem que ela tem dezoito anos, mas mesmo assim.
Chegando em Paris, a primeira coisa que faço é ligar para minha irmã, na qual não atende, óbvio.

"Celeste Delgado Flores, eu juro por Deus que se meu quarto foi bagunçado. Eu faço uma bagunça na sua cara. " ━ Deixo a mensagem de voz para minha irmã.

Ela podia bagunçar tudo, menos meu quarto e minha adega, mas ela não teria essa coragem.
Ao finalmente chegar em casa, vejo a cena mais espontânea da minha vida: Celeste deitada no sofá, um gato, UM GATO? Uma garrafa de energético e papéis de bala pelo chão. Corro para ver meu quarto. Livre de bagunça, muito obrigada pelo respeito, cara irmã.

─ Leste, acorda logo! ─ Eu digo desligando a televisão e ligando as luzes.

─ Você volta de viagem hoje e nem me avisa? ─ Ela fala com voz de sono, colocando uma almofada por cima de seu rosto.

─ Eu te liguei, umas cinquenta vezes, não precisa olhar a caixa de recados. Para o bem da nossa relação. ─ Eu sorrio e pego uma vassoura. Varro o chão e a mesma ainda estava tentando ligar o seu sistema.

─ Onde você foi mesmo? ─ Ela esfrega os olhos, isso não era só sono, com certeza tinha bebido.
Abro o balcão da cozinha, um vinho meu estava faltando, pelo menos foi um só.

─ Oque você bebeu? ─ Eu digo chegando perto da mesma.

─ Não bebi nada, mas estou com sono, e frio. ─ Estranho o frio, estava vinte e dois graus em Paris.

─ Frio? Eu acabo de voltar de viagem, não me diga que esta doente. ─ Eu coloco minha mão em sua testa. Celeste estava fervendo.
─ Ahh não.

─ Eu devo estar com gripe, só isso! ─ Junto as embalagens de bala do chão, e me sento ao seu lado.

─ Vamos ai hospital de qualquer jeito, e se estiver com alguma virose? Aqui é Paris, pode estar com uma infecção ou intoxicação. ─ Abro meu telefone, inúmeras mensagens de Enzo. Deixo escapar um sorriso.

─ Esta sorrindo? Oque aconteceu nessa viagem, dona Serena? ─ Ela diz se aproximando, eu me afasto.

─ Primeiro o médico, depois a fofoca. Vamos. ─ Pego meu casaco e saímos.

Celeste estava com virose, dentre todas as coisas que eu esperava encontrar em Paris, minha irmã doente igual pequena, definitivamente não era uma delas.
Ainda não havia feito nada, não tinha falado com Enzo, nem com Jasmine e muito menos com Daniel, Celeste recebeu toda a minha atenção durante essas últimas seis horas de hoje. (Para falar a verdade, falei sim com Enzo, e muito.)

─ Vou me deitar, de Dylan aparecer, diga que morri! ─ Ela diz abrindo a porta do quarto e se jogando em sua cama.
─ Maninha, apaga a luz por favor?

─ Mimada. ─ Apago sua luz, sigo reto em direção a meu quarto.
O sentimento de que Enzo estava faltando ao meu lado em minha cama, era evidente.

𝐂𝐔𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐂𝐀𝐄 𝐋𝐀 𝐋𝐋𝐔𝐕𝐈𝐀. ━━ 𝐄𝐍𝐙𝐎 𝐕𝐎𝐆𝐑𝐈𝐍𝐂𝐈𝐂Where stories live. Discover now