Capítulo 15 - O Segredo da Foice

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Rapunzel
Agora.

Corremos como loucos pelos corredores do castelo, nossos passos ecoando nas paredes de um branco estéril e frio. Annabeth corre na frente, indicando o caminho.

- Por aqui! - Ela gira nos calcanhares, entrando à direita para outro corredor.

Tiro um dos explosivos da alça da bolsa, ativando o dispositivo e jogando por cima do ombro no meio da horda de lobisomens que nos perseguem, rosnando furiosos, e saio em disparada pelo mesmo caminho que Leo e Annabeth.

CABUM!!, a explosão vibra as paredes, poeira e pedrinhas caem das rachaduras que surgem no teto.

- Se continuar explodindo as coisas, toda a estrutura vai ruir! - Annabeth avisa.

- Sem prata, não temos chance contra eles, só resta jogar bomba em tudo! - Pego mais uma das bolinhas coloridas da bolsa, minhas mãos suam frio. - E eu não posso fazer aquele truque pra sempre!

- Aquilo foi a coisa mais incrível que eu já vi! - Leo vira o rosto sorridente para mim, os olhos brilhando. - Se eu nunca tivesse visto a Piper em ação, duvidaria de que você fosse mesmo filha de Afrodite.

Franzo o cenho:

- Obrigada... Eu acho.

Uma coisa que eu não havia previsto antes de correr para o meio dos lobisomens: apenas prata pode acabar com eles. Minha espada de bronze celestial praticamente não causava dano algum aos lobos que choviam em cima de mim. Então eu tive a ideia mais louca - e genial - que poderia ter em meio ao desespero: cantar enquanto lutava.

Meu cabelo brilhava e a "maldição" de Delos me curava instantaneamente quando eu era ferida, retardava o cansaço da batalha. Eu jogava bombas de fogo grego no meio dos monstros e Leo levantava uma parede de chamas para afastar os lobos. Quando a fadiga já estava me vencendo, Soluço e Hiro apareceram com os dragões e o restante dos lobisomens bateram em retirada para a floresta.

Naquela hora, eu já estava arrastando Leo e Annabeth para o mais longe possível quando a filha de Atena me puxou pelo braço:

"Isso é só uma distração, não é?!", ela perguntou aos berros. "Tem mais alguém lá dentro, atrás da Foice!".

A rapidez com que a semideusa deduziu nosso plano foi de cair o queixo e me perguntei se nossa estratégia era mesmo tão óbvia assim ou se era só a típica inteligência do chalé 6 surtindo efeito. Mas antes que eu falasse qualquer coisa, Leo e Annabeth me forçaram a passar pelos portões em chamas e entrar no castelo.

"Esperem!", eu havia protestado. "O que estão fazendo?"

"Não podemos deixar que a Foice seja tocada por ninguém!", foi toda a explicação que Valdez conseguiu me dar.

Rosnados e uivos, o arranhar de garras de lobos contra o piso, me trazem de volta ao presente e não perco tempo. Ativo a bolinha cor de rosa na minha mão e, antes de virar o corredor, jogo a bomba para trás.

Dessa vez, a explosão é mais forte, seguida pelo estrondo de rochas e colunas cedendo. A construção está caindo, como Annabeth disse. Com sorte, o caminho ficou bloqueado pelos destroços e o que sobrou dos lobisomens parou de nos seguir.

Meu corpo queima de exaustão, a respiração tão ofegante que mal sinto o ar entrando nos pulmões.

- Ainda não me explicaram porquê estamos correndo feito loucos!

- Não temos tempo! - Annabeth grita por cima do ombro. - Seus amigos, os que foram atrás da Foice, estão prestes a cair numa armadilha!

- Nós já sabemos sobre as deusas, Jack já pensou nisso.

Solstício de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora