Capítulo 47 - Dádiva

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Notas iniciais: Mil perdões pela demora, gente! Voltei pra faculdade e o período já começou pesado. Por isso fiquei sem responder alguns comentários também, mas isso não vai mais se repetir, juro! Até domingo (talvez amanhã, mas não é certo) sai um novo capítulo. Boa leitura, divirtam-se!



Hiro*


Não preciso nem dizer que chegamos tarde demais, não é? Mas, ok, vamos do começo.

Depois de Tyrion Lannister ter concordado em ajudar, ele nos guiou até os fundos d'O Deleite do Duende, para um porão que, na verdade, eram as portas de um atalho dentro de uma tal de Yggdra-não-sei-das-quantas que, na realidade, não passava de um tobogã muito irado que dava direto para as Forjas.

Tá legal, eu nunca estive no Olimpo, mas as Forjas de Hefesto bem que poderiam ser uma réplica do 600° andar do Empire State, todo feito de bronze celestial e ouro imperial, com rios incandescentes de lava escorrendo entre rochas vulcânicas.

Quer dizer, se o Olimpo estivesse em chamas e ruínas de metal, seria exatamente como as Forjas.

Soluço passa os olhos arregalados ao redor, chocado.

— Caramba...

Os dragões rondam, inquietos, dentre ferramentas e armas retorcidas de todos os tipos e tamanhos espalhadas no piso de rocha vulcânica. As colunas de bronze, quebradas no chão cheio de ferro e vidro. Saíam faíscas do curto-circuito nas fiações do pescoço de um autômato (provavelmente do sistema de defesa) jogado numa pilhagem de lixo metálico. Nem um furacão faria tanto estrago.

— Urano — Elsa constata, os olhos azuis perdidos no cenário de devastação, a testa brilhando de suor pelo calor escaldante das Forjas. — Chegamos atrasados. Agora Urano já tem todos os deuses para o ritual...

Rapunzel enrola o cabelão, dando voltas atrás da cabeça até completar o coque frouxo que parece mais com um turbante dourado.

— Só o que podemos fazer é seguir o plano original — ela se abana com as mãos. — Derrotar Urano no solstício de inverno. Ou seja, amanhã.

— Pelo amor dos deuses — Jack implora, esgotado, o cabelo branco grudado na testa, suado como um cubo de gelo derretendo ao sol. — Vamos embora daqui.

Reparando bem, ao contrário do que acontece comigo, o calor dos domínios de Hefesto não é nada revigorante para o espírito do inverno, nem para a filha de Quione. Os dois parecem exaustos, pingando como picolé no verão. Mas, talvez por ser meio-mortal, Elsa esteja resistindo melhor do que Jack, que cambaleia dois passos para trás antes de sentar numa caixa atrás dele – só para pular pra longe como um gato assustado no mesmo segundo.

— Santa Quione! — Ele exclama num salto, abraçando Soluço em reação.

Sou incapaz de prender a gargalhada, meus olhos lacrimejam ao perguntar entre risos:

— Mas o que...?!

Só que o Guardião nem precisa responder minha pergunta inacabada: imediatamente, a caixa de metal se revela como um projetor holográfico, que brilha e lança para cima a imagem de alguém.

— Eu não acredito — Tadashi encara o holograma, pasmo.

Soluço não reage diferente:

— Não pode ser...

E então finalmente me dou conta:

— Pai?

Se você não conhece Hefesto, fique sabendo que ele é tipo um clone do Tony Stark que deu errado. Quer dizer, se você for criativo, vai ver que o Homem de Ferro pode até ser parecido com o deus do fogo – os dois são gênios nas Engenharias e em fabricação bélica no geral (o que me fazia imaginar o herói da Marvel sempre que pensava no meu pai divino). Só que... Bem, as implicâncias de Drew, sobre aquela história de Hesfesto ser tão feio que Hera jogou o coitado pra fora do Monte Olimpo... Ah, cara, é tudo verdade. Tenho sorte de ter puxado pra minha mãe.

Solstício de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora