3º Capitulo

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Meu corpo paralisado com o som da sua voz, eu fiquei imaginando o que encontraria quando comecei a me mexer e mentalizar tudo o que eu tenho a dizer. Eu teria que enfrentar o egoísta, que se acha o dono do mundo agora.

Eu percebi o silencio total quando eu finalmente abri os olhos. A primeira pessoa que vi foi à senhora Louisa que me deu um sorriso reconfortante, e então eu olho para a segunda pessoa que me observa intensamente e eu sinto que perdi a voz. Tudo o que eu tinha inclusive e principalmente a capacidade de pensar, ficou paralisado.

Por algum motivo, eu esperava que o tal dono do cassino tivesse outra aparência. Um cara mais velho, com uma aparência maliciosa, talvez carregasse quilos em excesso, por não fazer nada. Mas não. Eu estava totalmente enganada. Eu tenho que levantar a cabeça para olhar seu rosto misterioso e sério. Eu jamais esperei tanta beleza num rosto essencialmente másculo, a não ser pelos seus lábios rosados que o seu formato chega a ser como um coração. Eu não conseguia parar de observar seu rosto, em cada ângulo esculpido, na boca sensual, nas maças do rosto acentuadas, no queixo firme e nas sobrancelhas bem delineadas que acentuavam os maravilhosos olhos verdes. Seu cabelo grande chegava a seu ombro e parecia suave e brilhante.

Eu tentei me recompor depois de perceber o seu olhar interrogador, e suspirei desesperadamente fechando a boca que percebi aberta por algum tempo. Abaixei os olhos e tomei fôlego. Aquele era de fato o homem que mandou magoarem o meu pai? O que mandou que me prendessem nesse lugar empoeirado e frio? O dono do cassino? Ao que tudo indica, sim. E eu lembro-me de tudo o que eu havia guardado para falar a ele, mas eu apenas não consigo mais. Pelo menos não agora que fui pega de surpresa.

Eu não sabia o que seria pior. O homem que eu imaginara, mais velho, ignorante e malicioso, ou este rapaz bonito com olhar sério e sem nenhuma emoção evidente em seus traços.

Sentei-me na cama, ainda com o silencio de todos, mas eu poderia sentir os olhares da senhora Louisa e do homem -que ainda não sei o nome, e não havia nada mais desconcertante. Aquele homem alto, que exalava arrogância por cada poro, é o homem que terei de lidar para salvar o meu pai e a mim.

Abri a boca para dizer algo brusco e cortante, mas, antes que eu falasse, os olhos que fitavam algum ponto acima de meu ombro encontraram os meus. O vazio, a desorientação e a frieza nas profundezas verdes fizeram com que eu me calasse. E eu nunca antes tinha visto um olhar tão intenso como esse.


__ Então... –Ele começa, a rouquidão em sua voz faz com que eu me sinta ainda mais nervosa.- Você é a filha do viciado?


E então eu enxerguei tudo vermelho, sentindo a raiva voltar com todas as forças. Meus dentes cerraram e eu respirei fundo, eu queria gritar o quão ridículo ele é por fazer tudo isso e por estar insultando o meu pai, ele não o conhece. Ele não nos conhece, não sabe o que passamos.

__ Não fale assim do meu pai. –Rosnei. Finalmente encontrando a minha voz.

__ Eu falo como eu quiser daquele viciado miserável. –ameaça. Eu senti um arrepio. Ele parecia ameaçador, mesmo com toda a sua beleza.- Ele não paga as suas dividas comigo, então eu posso chama-lo do que eu quiser.

__ Não. Você está sendo cruel. –Tentei conter o soluço com todas as forças.

__ Você não sabe o que é ser cruel, querida. -Ele zomba, sem nenhum humor.


Ele agia com tanta calma, e frieza. Como se nada estivesse acontecendo. Como se ele não tivesse comandado seus homens agredirem meu pai e me trancarem aqui, por não sei quanto tempo. Eu gargalhei incrédula, eu não poderia chorar em sua frente, eu não daria a ele esse sabor- mesmo que ele já tenha ganhado, eu não iria chorar, então eu ri. Sua expressão então ganhou uma emoção, surpreso e confuso, é o que parecia. Senhora Louisa também parecia confusa quando me observava de longe. Eu não poderia ajudar, eu não sabia o que estava acontecendo comigo também.

Casino Love // H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora