Capítulo 2 (Parte 2)

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Por Bella Cullen

[...]

No dia seguinte eu acordei às 11h00min da manhã, como de costume, e me não surpreendi ao ver que Edward dormia despreocupadamente ao meu lado. Ontem o dia foi cheio: Depois de tomarmos banho juntos, nós dois fomos até a sala em busca do nosso filho e o levamos até o quintal para brincar um pouco com o Bear. Eu fiquei sentada em um dos bancos que ficavam estrategicamente localizados à sombra de uma árvore, enquanto meu marido e o Henry brincavam correndo atrás do Bear, que era uma graça de cachorro, e o meu filho simplesmente o ama. Lembro que eu me pegava sorrindo como uma boba enquanto os três brincavam felizes. Também me recordo de como ficava apreensiva e como meu coração dava um salto quando Henry tropessava e caía na grama, e em seguida suspirava aliviada ao vê-lo levantar (ou ser levantado por Edward), voltando a brincar como se nada tivesse acontecido. Isso rendeu por mais de uma hora, até que Edward desabou exausto na grama, sendo seguido pelo nosso filho e pelo Bear, que abanava o rabo freneticamente, mas já transpirava após tantas corridas pelo prado.
Edward estava cansado, mas aquele sorriso bobo e infantil continuava em seus lábios quando ele brevemente me fitou e acenou para mim, me fazendo sorrir e retribuir o gesto. Ele era o melhor pai que meus filhos podiam ter, de longe, era o melhor amigo do Henry e também seu "super-heroi". Era lindo de ver o amor entre os dois, principalmente o orgulho e admiração que o pequeno Henry nutria pelo pai.
Assim que os três voltaram para junto de mim, fiz uma careta com desaprovação ao ver que eles, até mesmo Edward, estavam sujos de terra e grama. A repreensão no meu olhar era só para "manter a pose", pois na verdade não havia nada mais lindo e real que aquela visão.
Edward e Henry deram um banho no Bear com o auxílio de uma mangueira, e em seguida voltamos para a mansão onde eu ajudei Joana a dar banho no meu filho (que era o que mais havia se sujado), enquanto Edward foi para o nosso quarto tomar outro banho.
À noite, jantamos os três juntos e às sete horas o nosso filho já estava dormindo calmo e sereno como um anjo. A melhor coisa sobre um dia intenso de brincadeiras é que, no final do dia, ele sempre estava cansado demais e dormia rápido. Nosso garotão é cheio de energia, e só dorme cedo assim quando descarrega essa energia durante o dia.
Quanto a Edward e a mim, também fomos dormir mais cedo, no entanto eu estava tão inquieta e ansiosa para o dia de hoje que não consegui dormir. Passei a maior parte da noite me mexando, procurando uma posição confortável para dormir, mas tudo que eu conseguia pensar era em como Edward reagiria à festa surpresa e se ele iria gostar do meu presente ou iria detestá-lo. A segunda opção me deixou mais nervosa ainda.
Percebendo minha inquietação, Edward ficou preocupado que eu estivesse sentindo alguma coisa, e felizmente eu tive a desculpa de que não estava conseguindo dormir por que eu estava enorme e não coseguia achar uma posição confortável. Mesmo assim ele não se convenceu. Meu marido me conhecia muito bem para sabe que ou havia alguma coisa errada ou eu estava escondendo algo dele.
Tudo isso resultou em uma noite mal dormida. Só consegui dormir de madrugada e tenho certeza que Edward ainda ficou um tempo acordado para se certificar de que estava tudo bem, para só então dormir.
Vendo-o agora, dormindo tão calmo, tão lindo, tudo o que eu posso fazer e sorrir e suspirar enquanto acaricio seus cabelos revoltos. Em pensar que hoje é seu aniversário tenho vontade de enchê-lo de beijos e de desejos de felicidade, mas sei que tenho que me controlar se quiser que o nosso plano funcione.
Hoje, mais do que nunca, ele merecia ser mimado, e imaginando que ele acordaria em brave, saí da cama, vestindo meu robe por cima da camisola e fui até a cozinha praparar um "café da tarde", especial.
[...]
Joana me ajudou a preparar a bandeja de "café da tarde", ou almoço, se preferirem, com as comidas preferidas do meu marido, e em seguida me ajudou a levar a bandeja até o quarto. Joana era um achado. Mesmo tendo apenas vinte e sete anos, ela era muito madura para sua idade. Eu via nela a figura de uma mãe.
-Obrigada Joana. -Agradeci sussurrando quando ela colocou a bandeja sobre a cama.
-Disponha, querida. Com licença. -Ela falou docemente, de forma carinhosa. Joana era a única das empregadas que não ficava me chamando de 'senhora' o tempo todo. Esse era um dos motivos pelos quais eu a amava.
Assim que ela se foi, fui até a cama, sentei-me e me inclinei para depositar beijos pelo rosto do meu marido adormecido, beijando sua testa, o espaço entre as duas grossas sobrancelhas, também ambas as faces, o queixo, o nariz, até, finalmente encontrar os lábios. Ao baijar seus lábios macios e tentadores, seu corpo estremeceu pouco, e logo ouvi o maravilhoso som do seu sorriso e senti suas maos no meu corpo enquanto ele correspondia ao delicioso beijo.
Sorri contra seus lábios. O aniversariante mais lindo do mundo havia acordado.
-Bom... Dia... Meu... Amor... -Falei pausando cada palavra com um beijo em seus lábios e por fim prolongando o beijo, adentrando as minhas mãos nos seus cabelos.
Ficamos ali nos beijando até que senti uma leve fisgada na minha coluna por causa da posição desconfortável e me separei do beijo não deixando transparecer o motivo de ter separado os nossos lábios, pois, conhecendo Edward como eu conheço, eu sei que ele me levaria imediatamente para o hospital achando que eu estava em trabalho de parto.
Sentei-me na cama sorrindo e ele fez o mesmo se recostando à cabeceira da cama. Às vezes nós acabávamos nos empolgando demais e esquecendo que há uma barriga enorme entre os nossos corpos.
Os olhos de Edward me fitavam com diversão, confusão e curiosidade. Era impressionante ver como cabiam tantas coisas em um só olhar.
-Que maneira mais deliciosa de acordar, Sra. Cullen. -Ele sorriu torto, com um olhar ainda sonolento. Seus cabelos estavam mais bagunçados que nunca, e as olheiras eram evidentes debaixo dos olhos verdes penetrantes, mas mesmo assim eu não poderia imaginar alguem mais belo que ele. Até posso. Nosso filho, cópia fiel do pai, em tamanho mirim. Não há ninguém que eu ame mais do que eles dois e as nossas princesinhas.
-Eu acho que tenho que manter minha fama de expert na arte de surpreender meu marido. -Brinquei, e ele sorriu aquele sorriso lindo que eu amo tanto e que me fez sorrir também.
Bem nesse momento, Edward viu a bandeja com o nosso "café da tarde" e me fitou com a testa franzida em surpresa.
-Café da manhã na cama, Sra. Cullen? -Perguntou tentando parecer divertido e eu tive que usar todos os meus dotes de atriz (que nem eu sabia que tinha) para não acabar estragando toda a surpresa.
Dei de ombros, tentando tornar dessa minha atitude algo natural, aparentemente.
-Eu só queria mimar o meu marido um pouco. -Falei sorrindo enquanto despreocupadamente peguei uma uva da bandeja e levei à boca.
-Eu poderia me acostumar com isso, meu amor. -Ele sorriu divertido. -Mas eu ainda acho que é meu papal trazer o café na cama para minha esposa. Você está grávida e... -Ele se interrompeu no meio da frase e a esse instante sua expressão era cautelosa e preocupada.
-Você não carregou essa bandeja pesada até o quarto, carregou? -Revirei os olhos com a sua pergunta, feliz por ter pedido para Joana me ajudar.
-Claro que não! Joana quem trouxe. -Expliquei e Edward suspirou aliviado, agora novamente com um sorriso no rosto. -Eu sou mimada demais, Sr. Cullen. Agora é a sua vez de ser mimado. -Falei pegando um cacho de uvas e me apossando dele (não reparem na minha fome. É que estou comendo por três).
-Eu vou mimar você para sempre, meu amor. Não há nada que você possa fazer contra isso. Você também pode me mimar. Nós vamos mimar um ao outro, até o fim das nossas vidas. -Ele prometeu, e não havia nada mais lindo e reconfortante do que aquela promessa.
-Sim, meu amor. Para sempre. -Sussurrei, e em uma questão de segundos nossos lábios estavam unidos em um beijo apaixonado e carinhoso.
Depois do beijo, que foi interrompido pela nossa risada quando o meu estômago roncou, Edward e eu tomamos o nosso "café da tarde" juntos, rindo e um alimentando ao outro, como dois adolescentes apaixonados.
A expectativa para a noite era grande e no fundo eu estava com medo de Edward não gostar da surpresa, mas já era tarde demais para voltar atrás. Agora eu estava deitada e com a cabeça apoiada contra o peito forte do meu marido. Mesmo estando ansiosa, acabei sorrindo ao sentir as mãos de Edward acariciando os meus cabelos. Pelo visto, mantê-lo dentro do quarto seria uma tarefa mais fácil do que eu imaginei.

Nota da autora: Daqui a pouco, posto a parte 3 ;)

Conhecendo a Dor (Completo até 30/05/2016)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora