Capítulo 3 (Parte 1)

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Por Bella Cullen

[...]
Quando acordei na manhã seguinte, depois do aniversário de Edward, percebi com desgosto que ele não estava no local onde deveria estar,  ao meu lado na cama. Acabei deixando um longo suspiro de decepção escapar pelos meus lábios, e fui surpreendida ao ouvir a risada que eu tanto amo ecoar pelo quarto, me fazendo sentar na cama quase que instantaneamente.
E lá estava ele sentado na poltrona em frente e a cama, lindo como sempre, com aquele maravilhoso sorriso torto no rosto. Sorri bobamente sabendo que sou a mulher mais feliz do mundo por poder dormir e acorda vendo esse maravilhoso sorriso e por ter esse maravilhoso homem comigo. Eu não precisava de mais nada. Não precisava de todo esse luxo, e de todas essas roupas caras. Não precisava de empregados e muito menos de ter um quarto maior que o antigo apartamento em que eu morava. Eu poderia estar morando em uma casa muito pobre, vestindo um vestido simples, desbotado, que eu ainda seria a mulher mais feliz do mundo. Dinheiro pode trazer luxo e conforto, mas a felicidade ele não pode comprar. A felicidade é gratuita, mas muito difícil de encontrar. Eu poderia ser pobre agora, e me sentiria realizada, pois eu encontrei minha felicidade.
-Bom dia Amor. – Falei me espreguiçando e em seguida coçando os olhos para ajustar minha visão.
-Bom dia, Sra. Cullen. Como estão as três mulheres da minha vida? –Ele perguntou com a preocupação matinal. A gestação está com pouco mais de seis meses, o que significa que ainda tenho um mês até que a cesariana aconteça e três meses se caso fossemos esperar pelo parto normal (o que definitivamente não é o caso), mas a impressão que eu tenho é que Edward acha que a qualquer momento nossas filhas vão nascer. Certo, certo... Eu confesso! Ouvi-lo perguntar como estão "As três Mulheres da vida dele" fez com que um sorriso apaixonado e bobo se instalasse nos meus lábios.
-Nós estamos bem. –Assegurei, sorrindo.
Edward ficou de pé, sentou na cama ao meu lado e envolveu meus lábios em um beijo ardente que quase me deixou sem fôlego e logo depois ficou de pé novamente, foi até a mesinha que ficava no nosso quarto e de lá trouxe uma bandeja com o nosso café da manhã.
Sempre tão atencioso... Sempre tão Edward!
Tive vontade de abraçá-lo por isso, mas dois motivos me fizeram desisti: Motivo 1- Seria difícil abraçá-lo com esse meu barrigão e; Motivo 2: Eu estava faminta!
Por esses dois motivos, eu apenas o fitei com os meus olhos transbordando de amor,  na certeza de que um sorriso fala mais que mil palavras, mas que um olhar fala mais que mil sorrisos.
Assim que ele colocou a bandeja sobre a cama, eu já fui comendo tudo o que eu via pela frente. Isso fez Edward sorrir satisfeito. Ele gostava de me ver comendo por três.
Só então reparei que ele estava vestindo seu terno preto, perfeitamente arrumado. Isso me surpreendeu e me deixou curiosa. Já fazia algum tempo que ele não usava ternos. Em casa ele preferia roupas mais confortáveis e despojadas.
-Você vai para algum lugar? –Perguntei, tentando não parecer muito curiosa.
-Sim. Eu vou sair. –Ele falou sorrindo como se tivesse falado algo divertido.
-Posso saber pra onde? –Perguntei novamente, dessa vez deixando transparecer minha curiosidade, mas ele não respondeu. Continuou com aquele sorriso (muito indo por sinal) enquanto comia sua torrada despreocupadamente.
Achei sua reação suspeita, já que ele quase não saia de casa depois da minha gravidez. Eu sabia que estava deixando algum detalhe passar despercebido e comecei a vasculhar minha mente para descobrir os possíveis locais onde ele poderia ir, uma vez que ele não respondeu minha pergunta.Foi então que, como se uma luz acendesse no topo da minha cabeça, eu lembrei da ligação suspeita de ontem à  noite e da forma carinhosa com a qual ele se referia a uma mulher que eu não sabia quem era.
Esse pensamento me atingiu como um soco no estômago. Muito suspeito, analisei com a testa franzida. Ele recebe uma ligação à noite e no dia seguinte acorda cedo, se arruma todo, diz que vai sair, mas não diz pra onde   e nem com quem. 
Claro! Só pode ser isso.
De repente perco todo o apetite, e devolvo a torrada que eu havia acabado de pegar à bandeja. Eu não estava desconfiando da fidelidade dele. Eu sei que Edward me ama e cofio plenamente nele. Mas o pensamento dele se encontrando com uma mulher bonita, uma velha amiga, provavelmente, faz com que a Bella insegura ameace despertar. Principalmente porque estou parecendo um botijão de gás e a minha autoestima está à dez palmos do chão.
O ciúme é inevitável.
-Bella...? –A voz de Edward estava preocupada.
Vamos lá Bella! Não estrague tudo com esse seu ciúme idiota! Edward te ama! – Minha consciência me falou, e eu respirei fundo, convicta de que aquilo era a plena verdade e que não havia motivos para sentir ciúmes.
Mesmo assim, eu já podia sentir as lágrimas traidoras se acumulando nos meus olhos, e um nó se formando na minha garganta. Não, por favor! Eu não posso chorar na frente dele!
-Eu já estou satisfeita. –Falei, tentando manter meu tom de voz o mais natural possível e me obriguei a sorrir. Edward não tinha culpa da minha insegurança sem cabimento. –Vou escovar meus dentes. –Falei a primeira coisa que me veio à mente, sem olhar para ele, tentando ter soado casual e convincente, mas é claro que não funcionou.
-Amor, você parecia estar faminta e não comeu quase nada. –Edward observou. –Você está sentindo algum enjoo? –Perguntou, me impedindo de sair da cama. A preocupação na voz dele era evidente.
Vamos lá Bella! Faça alguma coisa antes que você comece a chorar!
E eu fiz a primeira coisa que me veio à mente.
-Eu estou bem. Você pode ir para o seu encontro. –Minha garganta travou.
Eu podia sentir o choro cada vez mais próximo.
Os olhos de Edward cresceram, e ele me fitou confuso.
-Encontro?! Que encontro?
-Eu ouvi sem querer você falando ao telefone ontem. –Expliquei. Minha voz quebrada me traía, e pela expressão de susto estampada no rosto dele eu tive a confirmação que realmente era uma mulher. Isso doeu como uma facada.
-Você... Ouviu? –Ele estava surpreso. Os belos olhos verdes estavam me fitando intensamente, e ele parecia assustado com alguma coisa.
-Não ouvi muita coisa, mas sei que você estava falando com uma mulher. –Sussurrei, mechando nervosamente na barra da minha camisola. No fundo, eu já imaginava quem poderia ser, mas eu precisava ter certeza.
-Quem era ela? –Perguntei calma, mas minha expressão me traía. Eu estava com raiva, ciúmes, ansiedade, insegurança... Tantas sensações eram difíceis de serem contidas.
Edward estava pálido, muito pálido, e com uma expressão cautelosa. Pela reação dele, eu tive a confirmação. Só podia ser uma pessoa.
-Era a Tanya. –Ele respondeu num sussurro tão baixo que eu quase não pude ouvir.
Como eu temia. A mulher que estava disposta a tirá-lo de mim à qualquer custo. Tanya estava de volta, e isso foi o suficiente para fazer um calafrio percorrer a minha espinha. Isso, definitivamente, não era um bom sinal.

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E ela tinha que aparecer para estragar tudo... 😡
Haha
Amanhã tem mais!

MyhhCardasi2

Conhecendo a Dor (Completo até 30/05/2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora