Capítulo 7 (Parte 2)

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Por Bella Cullen

** Sem revisão! Por favor, se encontrarem palavras escritas incorretamente, me avisem nos comentários para que eu possa concertá-las. ;) Deixem estrelas e comentários!

Em um piscar de olhos, um milhão de possibilidades ruins do que pode estar deixando Edward preocupado nublam a minha mente, e sinto uma pontada de desespero. Pode ter sido algo com a Masen ou, na pior das hipóteses algo com meus filhos! Oh meu Deus! Por favor, por favor, que eles estejam bem! Rezo e imploro ...mentalmente para que não seja nada do que estou pensando. Oh céus! Pode ser com a Alice! Talvez haja algo errado com ela! Não, não, não pode ser! Tento tranquilizar a mim mesma, mas cada possibilidade é pior que a outra. Será que o problema é com o Edward? Claro! Pode ser com ele! Ele não ficou chateado por causa das flores, e nem ao menos quis saber quem as enviou, e ele também abraçou a Alice, o que não é comum. "E se o problema envolver os dois?", minha mente especula. O pensamento é nauseante.
-Bella? -Edward me chama, e eu balanço levemente a cabeça para limpar os meus pensamentos. Meus olhos encontram os dele, e percebo que ele está me observando. Analisando-me, como se buscasse uma resposta para alguma pergunta silenciosa. O v entre suas sobrancelhas continua lá, indicando que alguma coisa não está bem.
-Acho que você tem algo a me contar, não é mesmo Sra. Cullen? -Ele pergunta com a voz aveludada em um tom doce, carinhoso até, mas agora, pela primeira vez, além da preocupação, eu encontro um pouco de irritação no seu olhar penetrante. Ele está chateado, e pela sua pergunta, eu sei imediatamente o porquê da sua irritação...
Droga! Então era isso?! Ele só estava esperando que nós dois ficarmos sozinhos, para termos esta discussão? Imediatamente me sinto nervosa, e o sangue ameaça fugir das minhas veias. Isso explicaria sua irritação, mas ainda não entendo por que ele está preocupado. Será que ele tem medo que eu acabe me apaixonando por outro? É isso que o preocupa?
Mais uma vez eu me soco mentalmente por ter aceitado essas flores. Eu não raciocinei direito ao vê-las, e fiquei tão encantada com a beleza que elas ostentam que me esqueci completamente do problema que elas poderiam causar. Não quero que Edward se sinta inseguro, ou que pense bobagens. Eu o amo, apenas a ele e sempre será assim.
Ele continua me fitando especulativo, ansioso pela minha resposta, e eu penso um pouco e respiro fundo, olhando diretamente pra ele, querendo desfazer qualquer pensamento errado que ele tenha sobre mim e essas flores.
-Edward, - Comecei a dizer para chamar-lhe a atenção, o que foi totalmente desnecessário, uma vez que toda sua atenção já estava voltada a mim. -Essas flores não significam NADA para mim. -Suspirei enfatizindo a palavra "nada". O olhar de Edward estava curioso, e ele estava atento as minhas palavras. Olhando bem, ele não parece tão chateado. Graças aos céus! Agradeço mentalmente, e continuo a falar: - Eu não sei se você sabe, mas eu saí na capa dos jornais de Seattle... -Falei mortificada ao lembrar que a minha imagem está estampando a capa do Seattle Times. Não é todo dia que uma ex-estudante de publicidade, e sem graça, aparece no jornal, principalmente como materia principal.
A sombra de um sorriso surgiu nos lábios dele, e imediatamente eu tive a confirmação de que ele já sabia.
-Você está linda, Sra. Cullen, tanto que eu tive que resistir ao impulso de comprar todos os jornais só para mim, para que ninguém mais visse a mulher mais linda e encantadora do mundo. -Ele sorriu torto, orgulhoso. -Mas depois eu me dei conta de que, sim, todos deviam comprar os jornais para verem que você já tem "dono", e que, graças aos céus, esse cara sortudo sou eu. -Ele disse com um sorriso de menino, e uma expressão leve. Seu tom de voz era sincero e divertido ao mesmo tempo.
Sua reação novamente me surpreendeu de forma positiva. Onde está a parte em que eu levo uma bronca por ficar aceitando flores de desconhecidos, e do cara que, segundo ele, estava tentando se aproveitar da minha ingenuidade para armar uma cilada e me levar pra cama? Meu subconsciente perguntou pasmo, assim como eu, e só então eu me dei conta de que ele não estava ciente de quem havia me mandado as flores. Para ele elas poderiam ter sido enviadas por qualquer pessoa, até mesmo o Emm (mesmo esse gesto não combinando nada com o meu amigo grandalhão) pelo Jake e a Nessie. Claro! Por isso ele não parece chateado, meu subconsciente refletiu, mas -continuou, - Duvido que esse bom estado de espítito dure muito. Concordei comigo mesma. Tenho certeza de que ele não vai gostar de saber disso, e por esse motivo é melhor que eu conte logo antes que ele acabe descobrindo por si próprio, concluí.
Mesmo estando ansiosa e nervosa com as mudanças de humor do meu marido, que estava ora preocupado, ora chateado, ora divertido, não pude deixar de corar com o seu elogio a minha foto estampada na capa dos jornais e de me sentir lisojeada e levemente envaidecida ao saber que ele também queria que o Mundo soubesse que eu sou dele, só dele.
Mesmo com tantos pensamentos para ajustar na minha cabeça, não resisti ao seu sorriso de menino e acabei rindo também, embora a ansiedade tenha tranformado minha risada em um sorriso nervoso, em menos de um minuto.
Edward estava visivelmente mais relaxado, mas seu olhar traía a calma que seu rosto ostentava. Ele não queria demonstrar, mas o conhecendo como conheço, eu sabia que ele estava curioso e ansioso por informações.
Eu sabia perfeitamente o que ele queria saber, mas não me atrevi a dizer nada. Tudo que consegui fazer foi morder meu lábio inferior enquanto brincava com a barra da minha terrível bata de hospital.
-Sra. Cullen, eu estou intrigado. -Ele falou inicialmente divertido. -Não vai me dizer quem lhe enviou essas flores? -Perguntou com a curiosidade fervendo em sua voz e me permiti olhar para a intensidade dos seus olhos verdes. Eu sabia! Ele estava curioso sobre a identidade da pessoa que enviou as flores! Ele continua sereno, calmo, mas, olhando-o nos olhos, sei que, no fundo, ele sabe quem enviou as flores. Pelo menos, um dos buquês, já que o outro nem eu mesma sei.
Eu não tinha idéia de como dizer isso, então resolvi que seria melhor começar da forma mais simples possível.
-Um dos buquês, o das rosas, é anônimo. -Falei. -Eu achei que você tivesse as mandado, mas como você mesmo disse, não foi você. Eu não faço idéia de quem possa ter mandado. - Eu disse, e ele franziu a testa.
-Estranho... Essa pessoa deve conhecê-la muito bem para saber quais são as suas flores favoritas... -Ele disse pensativo, me fitando com atenção.
Por favor, que ele entenda! Implorei mentalmente e suspirei com o olhar grudado no dele.
-Você é o único que sabe que rosas brancas são as minhas preferidas... Provavelmente deve ter sido apenas uma coincidência. -Falei aquilo que, a meu ver, era a verdade.
Eu não sou de sair por aí dizendo "Oi, meu nome é Bella, e, eventualmente, caso queira me enviar flores, rosas brancas são as minhas preferidas." Meu subconsciente zombou, com sarcasmo, e mordi os lábios, avaliando a expressão de Edward.
Ele continua calmo, e parece concordar que o fato de algum desconhecido (não mencionei nada sobre "admirador secreto" para não piorar as coisas) ter enviado minhas rosas preferidas foi pura coincidência, pois apenas balançou a cabeça assentindo, voltando a me lançar um olhar especulativo e ansioso, que logo me deixou em "Alerta Máxima". Não precisava ser um gênio para saber que ele estava esperando para que eu revelasse o nome da segunda pessoa que enviou as flores.
De repente me sinto cansada, e resolvo falar tudo de uma vez, rezando baixinho para que isso não o deixe irritado. Bem, pelo menos não muito...
-O outro buquê... -Hesito. -Foi Lincet Ford quem me deu. -Falei de uma vez, com meu olhar vidrado em cada mínima reação dele. Inicialmente, não gosto do que vejo. Seu olhar escurece, e acho que ele está com raiva, mas uma voz interior me tranquiliza, dizendo que aquela raiva não é direcionada a mim.
Logo depois, ele balança levemente a cabeça, e seu olhar suaviza. Se ele está com raiva, não demonstra.
-Eu já devia ter imaginado. -Ele diz depois de um tempo, com desaprovação, e sarcasmo, quase irritado, mas, de repente, surpreendendo a mim e a ele mesmo, um brilho de diversão surge nos seus olhos, e ele começa a rir me deixando boquiaberta pela terceira vez só hoje. O que foi? Hoje é o Dia Mundial do "Surpreenda sua Esposa", e não me avisaram? Seu sorriso é tão lindo que logo estou rindo com ele, mesmo sem ter ideia do que é tão divertido.
-Parece que o Ford está em desvantagem. -Ele diz assim que para de sorrir, mas a diversão continua presente nos seus olhos. Graças aos céus! Agradeço mais uma vez, e em seguida franzo a testa sem entender o que ele quis dizer com "o Ford está em desvantagem."
-Desvantagem? -Pergunto curiosa, aproveitando seu bom humor, e ele sorri torto, o meu sorriso torto, enquanto olha para o buquê de flores que o Lince me deu.
-O buquê. - Diz ele. -Tão elaborado, com uma variedade enorme de flores e cores, mas, no entanto, não há nenhuma rosa branca. -Ele diz satisfeito, e eu começo a entender. Não posso esconder meu sorriso. Isso é tão... Edward! -Eu conheço seus gostos, Sra. Cullen. Ele não. Estou levando vantagem até agora. -O sorriso de menino está de volta. Eu mal posso acreditar no que ele acabou de dizer. Tão absurdo! Mas estou sorrindo por alguma razão desconhecida.
Obrigada, obrigada! Agradeço aos poderes divinos, por isso. Essa conversa está sendo diferente do que imaginei que fosse ser, sem brigas, sem broncas, apenas um leve ciúme fofo do meu marido lindo e absurdo.
-Você não está em vantagem, Sr. Cullen. -Eu digo séria por fora, mas me controlando para não sorrir. O meu humor não poderia estar melhor, e aproveito para "jogar" um pouco.
O sorriso que antes iluminava o rosto de Edward desaparece tão logo ele ouve minhas palavras, e a sua boca se abre em um perfeito O, enquanto todos os seus músculos ficam tensos. Odeio-me por fazê-lo ficar assim, mas em seguida me abraço mentalmente quando continuo a minha frase:
-Você não está em vantagem, meu Amor, por que, para isso precisaria estar havendo algum tipo de competição. -eu sorrio para ele, o tranquilizando. -E acredite: não há, nunca houve e nem haverá competição alguma! Sempre foi você. -Eu asseguro, vendo seu corpo inteiro relaxar sobre o estofado da poltrona, e em seguida, seu sorriso está de volta. Um sorriso aliviado e completamente apaixonado, que me faz perder o fôlego.
-Uhm... E eu concordo com você, Sr. Cullen. Exceto por um pequeno detalhe... -Eu digo, e ele parece confuso, mas a sua diversão foi recuperada. -Lincent Ford realmente não me conhece. -Eu explico. -Mas, não por que ele não sabe quais as minhas flores favoritas... -Eu sussurro, e Edward franze a testa, me fazendo sorrir. Ele fica encantador quando faz isso.
-Digo que ele não me conhece, por que, se me conhecesse, ele saberia que há apenas uma pessoa entre as sete bilhões, que faz o meu coração bater mais forte, e a quem eu amo incondicionalmente, e com quem eu quero viver para o resto da minha vida. -Eu digo para ele, olhando no fundo dos seus olhos, surpresa com a intensidade das minhas palavras.
Os olhos dele brilham em uma mistura de emoções. Felicidade, surpresa, amor, se fundem e se chocam na emensidão verde dos seus olhos.
-Eu te Amo Sra. Cullen. -Ele diz. -Mas, da próxima vez que for me dizer algo assim, me avise antes para que eu prepare o meu coração. Não sei se ele aguenta outra declaração assim. -Ele diz e nós dois sorrimos, apaixonados. Eu amo o Edward bem humorado, principalmente quando ele também está emotivo.
Graças aos céus! Agradeço mais uma vez, completamente aliviada. Não me lembro de ter agradecido tantas vezes aos poderes divinos, como hoje... Assunto findado, e nenhum sinal de irritação. Nenhuma briga, nada de lágrimas, apenas risos. Mais fácil do que imaginei... Meu subconsciente comemorou de pé, batendo palmas de tanta alegria.
-Bobo! -Eu disse com relação ao seu comentário, e ele sorriu como se aquilo fosse um elogio. Ok, no fundo era um elogio. Eu amo o Edward bobo.
-Quando se trata das pessoas que amo, eu sou sim um bobo, mas um bobo apaixonado, ciumento e superprotetor. E que deus me ajude agora... -Ele grunhiu e eu franzi a testa.
-Por quê? -Perguntei curiosa.
-Por que, com três mulheres tão lindas e um monte de idiotas cheios de hormônios, eu vou ter trabalho triplo. Felizmente eu tenho o meu garotão para me ajudar a ficar de olho em vocês três... -Ele disse e eu começei a rir muito, ignorando a dor que crescia na minha região pélvica cada vez que eu sorria.
Céus! Nossas filhas só têm dois dias de vida, e ele já está se preocupando com os "idiotas cheios de hormônios"?!
-Edward... Por favor... -Eu não conseguia parar de rir, o que o deixou emburrado. Ele se comporta como uma criança às vezes. -Não diga que vai falar para as nossas filhas que os bebês são trazidos pelas cegonhas? -Perguntei divertida e ele franziu as sobrancelhas.
-Obvio que sim. -Ele disse como se realmente fosse óbvio. -E, sinceramente, espero que elas acreditem nisso pelo menos até terem 30 anos. -Ele disse, todo cheio de si, e eu me pus a rir mais. Como podia ser tão absurdo? Em algum momento ele começou a rir também.
-O que foi? Eu tenho que cuidar das mulheres da minha vida. -Ele falou em sua defesa, e eu quase derreti com o "mulheres da minha vida".
-Mulheres? Espero que não tenha muitas... -Eu disse com a sobrancelha arqueada, fazendo-o sorrir.
-Não muitas, na verdade, tenho apenas quatro. Uma delas saiu desse quarto a pouco, outras duas estão em uma sala aqui perto, e a quarta, estou olhando para ela agora mesmo. -Eu sorri para ele. Isso soava tão perfeito quanto ele. -Como pode ver, existem só quatro. Por enquanto. -Ele frizou com um brilho de malícia surgindo nos seus olhos verdes. -Daqui a seis meses, no máximo, iremos começar a "fabricar" a terceira princesa, ou o segundo príncipe da nossa família. -Ele disse com malícia, e ao mesmo tempo uma felicidade infantil cruzando seu rosto. Ele nunca escondeu que quer ter uma família grande, e eu simplesmente amo isso.
Quando eu era pequena, lembro que eu queria ter muitos irmãos, como a Sra. Jones, que era nossa vizinha na época. Ela tinha seis filhos, todos pequenos, e embora brigassem constantemente, eles eram os melhores amigos um do outro. Mesmo assim, acho que seis meses é muito pouco tempo para termos outro filho. Somos jovens ainda e temos todo o tempo do mundo para termos quantos filhos nós quisermos, mas podemos esperar um pouco.
-Uhm... Vamos com calma, Sr. Cullen... -Eu digo. - eu entendo que você esteja ansioso para ver a nossa casa cheia de gritos e de crianças correndo de um lado para outro... Mas podemos esperar um pouco mais, agora... Além domais, logo teremos o bebê da Rose e do Emm, além dos nossos filhos e da Sophie, e crianças precisam de carinho e atenção. Vamos ter um filho de cada vez, ok? Salvo, se forem gêmeos. -Eu brinco. -Mas agora vamos pensar em curtir e amar muitos nossos pequenos, antes de termos outros. Na hora certa nós teremos outros filhos, certo? -Eu pergunto da forma mais carinhosa possível e ele suspira. Detesto ver que aquele brilho de felicidade se desfez do seu olhar, mas, por fim, ele sorri vencido.
-Certo, vamos esperar então, mas não muito. Ah, e nada de anticoncepcional, ok? -Ele pergunta e eu balanço a cabeça concordando. Depois da nossa discussão por esse motivo, eu jamais tomaria anticoncepcionais de novo... Em todo caso, terei que procurar a Dra. Brandon daqui há um ou dois meses, para comunicá-la e para saber qual outro método mais indicado no meu caso.
A mensão do tema 'gravidez', me faz lembrar-me da Alice e da suspeita que tive hoje cedo sobre ela. Ela está muito sensível e emotiva. E ainda houve aquele abraço inesperado entre ela e Edward... Depois disso ele pareceu pensativo, distante e preocupado. Está acontecendo algo com a Alice que eu não saiba?! Imediatamente um instinto fraterno protetor toma conta de mim, e toda a felicidade de antes se transforma em preocupação.
Aperto o botão ao lado da cama para que ela se incline um pouco mais para cima, de forma que eu fico quase sentada, e assim posso ver melhor cada reação do meu marido. Ele olha atentamente enquanto eu me ajeito sobre a cama. Percebo que seus músculos estão tensos e contraídos. Alguma coisa está o incomodando. Eu sabia! O Edward divertido só estava tentando esconder de mim que preocupação com algo... Ou alguém... Ele é um ótimo ator, e pode mascarar facilmente a sua preocupação, mas eu conheço o corpo dele, e toda essa tensão não é normal. Alice... O nome dela aparece nos meus pensamentos, escritos com letras gritantes, em pleno sinal de alerta.
-Está tudo bem, Amor? -Ele perguntou, percebendo a minha expressão.
-É isso que eu quero que você me diga! Tem algo de errado acontecendo? Notei que Alice está estranha... Muito emotiva... -Eu digo com a preocupação evidente na minha voz. Estar emotiva é normal, mas não para Alice. Ela não é de demonstrar o que sente por meio de gestos e palavras, apenas por atos.
O olhar espantado de Edward, o trái, e logo tenho a assustadora confirmação de que realmente tem algo errado acontecendo com a Alice. Não há preocupação em seu rosto, no entanto, sua face de anjo é encoberta com uma máscara de tristeza.
-Ela disse alguma coisa? -Sua voz é doce, levemente rouca, mas triste, como se algo o desolasse por dentro, ferindo-lhe a alma. Uma sensação incômoda se forma no meu peito. Quase de dor.
-Não, nada. Eu só... Ela chorou duas vezes hoje... Eu só á vi chorar quando você estava no hospital, à beira da morte. -Tremi ao lembrar. -Você não implicou com ela, dessa vez. -Observei. -e a chamou de "Pequena". Nunca ouvi você chamá-la assim... E você não estava tentando tirá-la do sério. Parecia um apelido carinhoso, e comoveu a Alice. -Um pequeno sorriso, por menor que seja, se formou nos lábios de Edward. Infelizmente, o sorriso não alcançou seus olhos tristes.
-Sempre observadora Sra. Cullen. -Sua mão alcança a minha, sobre a cama. Seus dedos quentes entrelaçaram-se aos meus. -Esse é um apelido carinhoso. Nosso pai a chamava assim. Ele tinha verdadeira devoção pela sua menina de cabelos negros e olhos verdes. -Ele sorriu com a lembrança. Oh! Eu não esperava algo assim... Então por isso Alice ficou tão comovida! -Hoje é dia 23 de julho, aniversário do acidente que matou os nossos pais e deixou Alice em coma por dois terríveis meses. Hoje faz seis anos da tragédia. Alice sempre fica muito emotiva nesta data. Nos primeiros dois anos ela passava a semana inteira em casa, chorando e assistindo aos filmes preferidos dos nossos pais. Esse ano ela está suportando muito melhor. Acho que ela amadureceu muito esses dias, mas sei que ela está sofrendo. Ainda dói muito em mim também, mas agora eu não penso nos meus pais com tristeza. Eu me lembro deles com amor e com saudade. Eu sinto falta do abraço caloroso da minha mãe, e do sorriso dela. Ela tinha um sorriso lindo! -Ele diz com admiração. -Eu queria ter dito mais vezes o quanto eu a amo, e o quanto eu a admiro. -Havia um doloroso tom de arrependimento na sua voz. As lágrimas já caíam em cascata pelos meus olhos, e um nó havia se instalado na minha garganta. Oh, meu pobre Edward! -Eu queria que o meu pai pudesse ter me visto na presidência da Masen, e que sentisse orgulho de mim, tanto quanto eu sentia dele. -Sua voz se partiu na última palavra e eu desatei a soluçar. Era demais para mim. Agora tudo estava claro.
-Hey! Não chore!- Sua mão pousou lentamente no meu rosto, e seus dedos ágeis secaram as lágrimas que teimavam em cair. Eu podia imaginar qualquer coisa, menos isso. Agora eu entendo por que ele e Alice pareceram tão unidos... Hoje, foi à dor da saudade que os uniu. E quanto a Alice, ela só estava demonstrando que é uma pessoa como outras, e que também tem sentimentos. Ela é forte, e está aprendendo a lidar com a dor, mas agora eu sei que ela está sofrendo em silêncio.
-Eu... Eu... Sinto muito. Eu não sabia que eles tinham morrido nessa data. -Digo entre soluços. Não sei se pelos hormônios, ou se por conhecer bem o que é a dor de perder os pais, ouvir aquelas palavras vindas de Edward me tocaram profundamente. Eu também queria ter dito mais vezes aos meus pais o quanto eu os amava. Queria ter realizado o sonho do meu pai de entrar de braços dados comigo no dia do meu casamento... Queria que a minha mãe pudesse ter conhecido os netos pelos quais ela tanto sonhava. Tanta coisa foi perdida... Eu posso entender o quanto isso é difícil para Edward e para a Alice, pois eu compartilho da mesma dor.
-Hey! Não, não chore! Eu não suporto vê-la chorar!-Ele voltou a pedir, falando comigo quase como se eu fosse uma criança. Eu queria obedecê-lo, mas minha grândulas lacrimais andam meio rebeldes esses dias, e mesmo tendo conseguido controlar os soluços, as lágrimas continuavam a cair, mas simultanêamente eram aparadas pelos dedos do meu marido. -Está tudo bem! -Ele assegura. -Alice vai ficar bem também. Ela amadureceu muito. -O orgulho estava evidente na sua voz. -Eu sei que você sente o mesmo em relação aos seus pais, mas agora nós temos um ao outro, e aos nossos filhos e amigos. Nós vamos superar isso juntos, ok? -Ele perguntou com a voz avelulada emoldurando cada palavra.
Lentamente, balancei minha cabeça, assentindo, enquanto ele enchugava uma última lágrima. Eu sabia que agora tínhamos um ao outro, e que juntos somos mais fortes, mas falar sobre os pais de Edward, inevitavelmente me fazia lembrar dos meus pais e isso ainda me abalava muito. Charlie foi enterrado com as honras do Estado, por ser policial, e por ter morrido enquanto salvava a vida de pessoas inocentes. Uma estátua foi erguida recentemente em Phoenix, em homenagem a ele e aos outros dois sargentos que morreram na troca de tiros, mas eu nunca tive coragem suficiente para ir até lá. A estátua fora esguida no centro de Phoenix, local exato onde ele foi morto, e até hoje não me sinto preparada para ver a homenagem que fizeram a ele, talvez porque isso não mudaria nada. Uma estátua de bronze em tamanho real nem de perto me faria me sentir melhor. Pelo contrário! Ver a estátua, fria, parada, sem vida, e no lugar que me trazia tão horríveis recordações seria como se eu estivesse vivendo um flashback, vendo meu pai morto mais uma vez. Eu pude suportar vendo-o morto uma vez, mas duas vezes seria demais para mim. Minha mãe foi interrada ao lado dele, três meses depois, em Phoenix. Nos anos que seguiram Nessie e eu sempre íamos visitar seus túmulos, e levar flores. Anne Frank estava certa quando disse que "os mortos recebem mais flores que os vivos, por que o remorso é mais forte que a gratidão." Eu queria ter presenteado minha mãe com as flores que ela tanto amava e que faziam parte da vida dela. Queria ter podido dar-lhe a mesma alegria e emoção que senti a pouco tempo atrás quando Edward me deu flores. Eu fui uma boa filha, mais eu queria ter sido uma filha melhor. Sempre dá para ser melhor. Depois de algum tempo, Nessie e eu voltamos a morar em Forks, nossa cidade natal, e depois nos mudamos para Seattle. Desde então, não pudemos mais levar flores para o túmolo deles. Mas eu não preciso ir até Phoenix para sentir a presença dos meus pais. Eles podem não estarem presentes fisicamente, mas jamais deixaram de estar no meu coração. Por isso eu sei que, de algum lugar, eles estão olhando por nós agora, e algo me diz que eles, juntamente com Carlisle e Esme, pais do Edward, colaboraram para que Edward e eu nos encontrássemos, e que agora, de onde eles estiverem, eles rezam por todos nós, e com certeza estão felizes por mim, por Edward e pelos nossos filhos. Felizes pela Nessie e pelo Jacob. Pela Alice e o Jasper, e até mesmo pela Rose e pelo Emm, que mesmo não sendo parente de sangue, pertencem a nossa família, juntamente com a Sophie e o pequeno Kellan, daqui a três ou quatro meses. Não posso imaginar os meus pais e os de Edward de outra maneira que não sejam felizes. Isso me tranquiliza, e me faz feliz também.
-Melhor? -Edward pergunta depois de um tempo, quando finalmente as lágrimas cessam, e eu sorrio levemente para ele, assentindo.
-Estou. Você pode me dar um pouco de água, por favor? -Pergunto e as sobrancelhas dele se unem brevemente, antes do meu sorriso torto preferido se formar nos seus lábios.
Minha garganta estava queimando de tão seca, provavelmente pelo choro, e foi um alívio quando a água fria e saborosa, mesmo não tendo gosto, passou pela garganta e depois pelo esôfago, deixando um rastro molhado e frio por dentro enquanto eu a ingeria, saciando a minha sede, e me recuperando completamente do choro de agora á pouco.
-Obrigada. -Eu disse, entragando o copo vazio ao meu marido, que me observava cauteloso, satisfeito e com um leve ar de diversão. Eu sorri enquanto ele devouvia o copo vazio à bandeja, que logo seria recolhida por uma enfermeira, e reposta com uma nova jarra e copos limpos. Para minha surpresa, os copos eram de vidro, o que não era muito comum para um hospital. Todos os outros hospitais em que frenquentei, optavam por copos plásticos descartáveis, que eram os mais apropriados para a situação, mas suponho que esse privilégio de ter uma enfermeira trocando a água e os copos a cada meia hora, assim como esse quarto enorme, só para mim, quando na verdade seria suficiente para abrigar outras três camas, se devia ao fato ser a esposa do maior empresário de Seattle. Eu ainda não havia me acostumado com isso, e certamente não me importaria de dividir o quarto com outras mulheres recém-operadas, mas devo confeçar que ter um pouco de privacidade é bom, mesmo achando que talvez Edward tenha exagerado só um pouco. Não pude deixar de sorrir com o pensamento. Essa não é a primeira vez, e nem será a ultima que ele exagera... O pedido de casamento em uma casa à beira-mar, à luz da lua, tendo vista para o maravilhoso mar que testemunhou o meu "sim", e a frase "Eu Te Amo Isabella Cullen" escrita na areia que o diga...
-Você fica maravilhosamente mais linda ainda quando sorri, Sra. Cullen. -Ele disse com a voz cheia de admiração e amor. Involuntariamente meu sorriso aumentou, assim como a minha felicidade, mas o elogio me fez corar.
-E você sabe como deixar uma mulher lisonjeada, Sr. Cullen. -Eu digo e ele sorri convencido, me fazendo rir também, mas nossa risada morre quando subitamente ele parece lembrar-se de algo, e a preocupação renasce em seus olhos verdes. Os olhos que tanto amo.
-Uhm... Sra. Cullen, eu acho que fiz uma pergunta no começo da nossa conversa, mas ela ainda não foi respondida. -Ele falou, como um lembrete, tentando soar casual, mas estava preocupado.
Franzi a testa e um pequeno sorriso surgiu nos seus lábios ao perceber minha confusão.
-Acho que você entendeu errado quando eu perguntei se havia algo que você queria me contar... Embora eu estivesse intrigado e ansioso para saber sobre a origem dos buquês, não era a isso que eu estava me referindo... -Ele disse se divertinco com o meu rubor. Oh! Que vergonha! E eu desandei a falar como uma gralha, achando que se tratava das flores, quando na verdade... Gemi frustrada, sentindo meu rosto esquentando, e quase como um baque a compreensão se formou dentro de mim.
-Então você já sabia?! -Minha voz saiu mais alta do que eu planejava. -O traidor do Dr. Brand contou tudo, não foi? -A frustração e a desaprovação estavam evidentes na minha voz. Agora tudo fazia sentido... Por isso ele não brigou comigo por causa das flores, nem por causa do Lince! O tempo todo ele sabia sobre a minha pressão irregular, e por isso se conteve...
Uma onda de raiva se apossou de mim. Eu não estava com raiva dele, mas estava furiosa com o Dr. Brand. A minha fúria, no entanto, só durou alguns segundos.
-Eu sabia! -Edward disse, me surpreendendo. Ele parecia surpreso e levemente irritado. -Quando eu perguntei como você estava, percebi que o traidor do Brand estava ocultando alguma coisa... Oh meu Deus! -De repente, ele pareceu aflito. Oh, então não foi o Dr. Brand...
Droga Bella! Xinguei mentalmente. Eu mesma havia acabado de confessar! E Edward estava aflito ao meu lado.
-Droga! -murmurei. -Eu não queria que você soubesse... -Confeço, recebendo um olhar preocupado e cheio de reprovação.
-Por favor, Bella! Eu saberia de qualquer forma... -Ele sibila, fitando cada parte do meu corpo, analisando, vendo se no meu corpo há algum sinal de alguma coisa errada. Como não encontra, seus olhos buscam os meus, à procura de respostas.
-Está bem. -Eu pedi que o Dr. Brand guardasse segredo, por que realmente não é nada grave, mas mesmo não sendo NADA GRAVE, - volto a dizer para tranquilizá-lo. -Eu sabia que você reagiria assim. Você tem estado muito preocupado esse último mês, e não queria dar mais preocupação. -Eu falo tímida, e ele assente, fazendo um gesto ansioso para que eu continue.
-Minha pressão arterial está alta, mas é só isso. -Eu digo o mais rápido que posso. -Como eu não tenho casos de hipertensão na família, o Dr. Brand disse que está tudo bem, e que eu só preciso tomar o remédio idicado, para que a pressão normalize. Não é nada com o que se preocupar. - O tranquilizo mais uma vez, mas seu olhar continua preocupado.
-Tem certeza que é só isso mesmo?! -Ele pergunta com a sobrancelha grossa arqueada. -Se não, eu posso ir agora mesmo até uma enfermeira, jogo meu charme pra ela, e acredite, ela me dirá tudo nos mínimos detalhes. -Ele disse e não consegui segurar o riso. Claro que ela diria! Bastava ele sorrir torto pra qualquer uma delas, e ela diria até a senha do cofre do banco Mundial, se soubesse, eu penso divertida.
-Claro que estou falando tudo! -Asseguro, ainda rindo. -Pode perguntar ao Dr. Brand, se quiser.
Ele pareceu se tranquilizar com a minha resposta, e um sorriso voltou aos seus lábios. Eu ainda estava rindo.
-O que é tão engraçado, Sra. Cullen? -Ele pergunta.
-Eu só estava pensando na pobre e iludida enfermeira, e em como ela diria até a senha do cofre do Banco Mundil se ela soubesse claro. -Eu disse divertida, inundada pela imensa felicidade que sua risada trouxe a ecoar pelo quarto. Graças aos céus, mais uma vez ele não está chateado comigo por eu não ter contado nada. Mas aí a ficha cái. O sorriso desaparece do meu rosto.
-Foi por isso, não foi? Você sabia que eu não estava completamente bem, e por isso não brigou comigo... Por isso você não está chateado agora, mesmo depois de saber que eu pedi ao Dr. Brand que não dissesse nada... -Eu suspiro, entendendo tudo.
-Você queria que eu brigasse com você? -Ele parece confuso, assustado talvez. Isso me surpreende.
-Não! -Falo rapidamente. -Mas, desde que você entrou nesse quarto e viu essas flores, eu achei que você iria brigar comigo. Estou esperando até agora, na verdade... -Confesso, e os lábios perfeitos de Edward se entreabrem, como se ele tivesse levado uma pancada no estômago. Ele está incrédulo.
-Não se preocupe. Eu vou devolver as flores do Lince, a as outras, eu vou dar para alguém, ou jogar fora. -Digo decidida, querendo evitar discussões futuras, e os olhos dele piscam algumas vezes, chocados.
-Então foi por isso que você ficou o tempo inteiro tensa e ansiosa desde que passei por aquela porta? -Ele parece não acreditar nas suas próprias palavras, como se aquilo fosse absurdo demais. Sinto meu rosto esquentar e baixo os olhos, envergonhada, ouvindo seu suspiro frustrado. -Eu deveria ter imaginado... Minha esposa, tão absurda! -Podia ser uma repreensão, mas por trás da repreensão, posso jurar que havia admiração. Seus olhos estavam frios, sem emoção, e agora eu tive certeza de que ele estava sim, bravo comigo.
-Não fique bravo, por favor! -Imploro para ele. -Eu só não queria que aquele episódio da nossa briga quando você encontrou o cartão com endereço e telefone de Lincent Ford, se repetisse... Eu achei que você poderia tirar conclusões precipitadas e... -Ele me interrompeu.
-Eu não estou bravo e, em momento algum foram às flores, até por que eu sei que elas vão surgir em toneladas agora que a notícia do nascimento das nossas filhas saiu nos jornais, não só os de Seattle. Quando eu cheguei em casa, um velho conhecido e sócio de Nova York ligou para me felicitar e a você também. -Minha boca se abriu. Oh céus! Em Nova York também! -E Joana me deixou ciente de que hoje cedo chegaram alguns buquês para você, além de algumas ligações de sócios meus. Na semana que segue vão "chover" buquês, de amigos, sócios, gente da auta sociedade querendo ser cordial e também de admiradires. Eu não estou me preocupando com isso, embora realmente não goste nada do idiota do Lincent Ford. -Ele deixou claro, mas o que me chamou a atenção foi o assunto dos buquês. De alguma forma, pensar que receberia flores de várias pessoas diferentes me aliviava, já que eu não teria que me preocupar com a atitude do Lince, nem desse suposto admirador. Eles seriam apenas um, entre as muitas pessoas que, gentilmente me enviaram flores. Por outro lado, a ideia me assustava quase me deixando paranóica. A "fama", mesmo sendo às custas do meu marido e do meu sobrenome, não era algo que eu almejava. No entanto, esse pensamento se desfez logo da minha mente, assim que as primeiras palavras de Edward ecoaram na minha mente: "em momento algum se tratou das flores." Mas, se não eram as flores, então o que?
-Então...? -Minha voz soa tão confusa quanto os meus pensamentos, e mais uma vez, Edward segura a minha mão, entrelaçando os nossos dedos.
-Se nós fossemos brigar por cada homem que a deseja, provavelmente acabaríamos divorciados. E se eu me importasse com os Idiotas-Pecadores-Que-Cobiçam-A-Mulher-Do-Próximo, (no caso, a MINHA mulher), com certeza eu teria um enfarto antes dos 40, ou acabaria passando o resto da minha vida preso por quebrar a cara de todos os que a querem. -Ele sorriu. O humor havia voltado, mas algo me dizia que ele falava sério. Pelo menos algumas partes.
Sorri timidamente para ele.
-O fato é que, você não tem ideia da sua própria perfeição, Sra. Cullen. Devia ser pecado alguém ser tão tentadora assim, e se fosse, você seria a maior pecadora do mundo! -Tive que rir. Agora ELE estava sendo absurdo. -Agora eu estou chateado por você pensar que eu iria brigar com você, ou tirar conclusões precipitadas por algo que você não tem culpa. -Sua voz estava levemente emburrada. -Eu me comportei como idiota quando achei que você pudesse ter qualquer interece no Ford, mas isso é natural! Você teria reagido da mesma forma se econtrasse um cartão com telefone e endereço de uma mulher, dentro das minhas coisas... -Corei. Eu teria reagido da mesma forma. Lembro-me da Ângela, e do ciúme que eu senti dela, até descobrir que ela tinha namorado e que só foi naquele dia até a minha casa para me ver pessoalmente e ter uma ideia de como faria meu vestido de noiva. Eu o entendia.
"Mas, isso não quer dizer que eu irei me comportar assim sempre e com todos os homens de mundo. Eu só não confio no Ford, e fiquei preocupado com você, mas é só isso! - Ele garantiu. - Acho que nós já esclarecemos tudo o que tinhamos que esclarecer sobre ele, não foi? -O tom da voz dele estava mais leve, carinhoso até.
Eu assenti.
-Então não temos mais nada a falar sobre esse cara. E que fique claro que eu CONFIO em você. É nele que eu não confio. -Um quase rugido escapou dos seus lábios involuntariamente. Ele jamais seria um "fã" do Lince e eu não me importava nem um pouco com isso. Tudo que importa é que ele CONFIA em mim. A alegria borbulhava o meu estômago.
-Obrigada, amor, por confiar em mim. -Agradeci. -Eu também confio em você. -Eu disse, recebendo em troca mais um dos seus sorrisos tortos hipnotizantes. -Você não está mais chateado comigo, está? -Pergunto o testando.
-Não. -Confessa. -Eu não consigo ficar mais de cinco minutos chateado com você. -Ele diz como se dissesse "Essa é uma das minhas fraquezas", mas dessa fraqueza em particular eu gostei. -No entanto, eu não quero que você fique a toda hora pensando que eu vou brigar com você ou ficar chateado. Eu sou ciumento, mas eu sei usar uma técnica muito boa e eficaz, quando sinto meu sangue ferver. -ele diz, e eu coro, fazendo-o rir. -Contar até 10. -Ele diz por fim, e eu coro um pouco mais. Oh! Tenho que parar de andar com a Rose, pensei divertida. -Eu não gosto quando nós brigamos, por isso farei o possível para evitar brigas, principalmente por causa de ciúmes bobos. Eu amo você, e você me deu a honra de ser a minha esposa, isso já é motivo suficiente para me sentir seguro e confiar em você e por isso quero que você cofie em mim também! Eu sou seu. Só seu. Eu tenho amigas, mas é só isso que elas são, por isso não pretendo me afastar delas, e é por isso que eu pesso a sua compreensão, e que você confie em mim. -Eu sabia que ele estava falando da Tânia. Eu não gosto dela, assim como ele não gosta do Lince. Foi aí que eu entendi o seu ponto. Eu podia fazer isso.
-Eu confio. -Voltei a dizer, e ele segurou minha mão firmemente, sorrindo para mim.
-Eu não vou impedí-la de ter amigos, e se você quiser saber sobre o que Lincent Ford tem para dizer, nós dois podemos procurá-lo, juntos e se depois disso você quiser ser amiga dele, e eu achar que ele é confiável, não vou impedir a sua amizade, por mais que eu sinta ciúmes. Eu não quero isolar você, Bella. Não quero que você fique pensando que eu vou brigar com você por coisas tão pequenas... E quanto às flores, não precisa devolvê-las. Elas são suas, e você não precisa fazer isso só por que acha que eu não gosto. Se você gosta das flores, eu gosto também. Fique com elas! São suas, e eu devo confessar que Ford tem um bom gosto para flores. -Ele falou sorrindo na última parte e eu sorri também.
Acho que nunca o amei tanto como agora... Esse era o meu Edward, lindo, inteligente, astututo, carinhoso, ciumento, divertido, compreensivo e um milhão de outras qualidades que eu passaria toda a vida e não conseguiria citar todas. O marido que me conhecia à ponto de saber que eu havia gostado das flores e só estava dizendo que as devolveria para não chateá-lo, e que, me surpreendendo completamente, me pediu para eu ficar com elas.
Depois de tudo que eu ouvi, eu só podia sorrir e agradecer a todas as forças divinas por me presentearem com um marido como Edward, e me sentir envergonhada por ter pensado várias vezes que ele ficaria chateado, por um motivo tão bobo. ABSURDA!Meu subconsciente gritou para mim, e pela primeira vez, eu concordei com ele. Eu sou absurda às vezes.
-Obrigada Edward. -Agradeci, esticando minha mão livre para tocar o seu rosto. Havia tantas coisas que precisavam ser ditas, mas as palavras me faltaram, por isso resumi tudo em uma só frase: - Eu amo você, Edward. Sempre vou amar independente de qualquer coisa que possa vir a acontecer. -Era uma promessa. A intensidade das minhas palavras me assustou, e pela expressão no rosto de Edward, tiveram um efeito parecido nele também. Não sei por que, mas naquele momento, aquela promessa pareceu necessária.
-Eu também te amo, Bella. Mais do que você possa imaginar, e além da nossa vida. -Sua promessa foi tão sincera quanto a minha, no entanto a preocupação que surgiu no seu rosto me preocupou também. Algo o incomodava e ele está tentando esconder isso desde que entrou por aquela porta, mas de alguma forma, essa promessa despertou a preocupação dentro de si.
O que o assustava? Seria a promessa em si? Ele tinha medo de que ele não cumprisse? De que EU não cumprisse? Ou ele está preocupado com Alice? Ou talvez só esteja triste por hoje ser o aniversário da morte dos seus pais... Eu não sei o que, mas alguma coisa está o deixando inquieto. Porém, antes que eu pudesse perguntar, a porta foi aberta chamando a nossa atenção para a enfermeira loira e com um sorriso gentil que adentrou pelo quarto. Naquele momento eu soube que teria que esperar para fazer qualquer pergunta depois.
-Boa tarde! -Falou gentilmente um pouco eufórica, já se aproximando de mim com o medidor de pressão e o colocando no meu braço direito. Imediatamente gostei dela, e sorri ao retribuir sua saudação.
Depois de todo o procedimento, e depois de Edward a encher de perguntas para saber se estava tudo bem comigo, se a pressão já havia normalizado, se eu corria algum risco, quanto tempo eu precisaria ficar internada, quanto tempo eu precisaria tomar as pílulas para o controle da pressão entre outras perguntas, a enfermeira disse que apenas que eu estava bem, mas que para as demais perguntas ele teria que falar diretamente com o Dr. Brand, e que só ele poderia responder. Tenho certeza que ele vai fazer muitas perguntas ao Dr. Brand. Espero que eu esteja bem mesmo, por que, caso contrário, duvido que qualquer um dos dois vai me deixar ver as minhas filhas nos próximos dias...
-Sr. Cullen é recomendado que a Sra. Cullen descance um pouco agora. -Ela disse diretamente para Edward, com um tom um pouco reprovador, quase o expulsando do quarto. -Irei aplicar mais um analgésico para que ela descance e para diminuir a dor. Seria bom que o Senhor a deixasse descansar. -Ela disse -dessa vez claramente o expulsando- mas Edward não se intimidou.
-Eu não vou incomodar. Prometo. Assim que ela dormir, eu saio. Além domais, eu acho que ela vai se sentir melhor se eu estiver aqui. -Ele disse e a enfermeira voltou seu olhar para mim, como se procurasse uma confirmação. Sem dúvidas, eu me sinto melhor quando estou com Edward, por isso, assenti dando-lhe a confirmação que ela queria.
Ela deu um suspiro vencido. A presença do meu marido aqui o desagradava, mas se fazia bem para mim ela não podia se opor.
A enfermeira dessa vez me deu um analgésico em comprimido, ao invés da vacina, o que me deixou visivelmente aliviada. As agulhas definitivamente nunca serão boas opções para mim. Depois disso, ela voltou a repetir que eu precisava descansar, e se foi, não sem antes lançar um olhar significativo para Edward, que apenas levantou as mãos e fez cara de inocente. Gostei ainda mais dessa enfermeira. Ela é uma das poucas mulheres no Mundo que não se mostram atraídas pelo meu marido. Pelo contrário! Ela parecia chateada com ele.
Quando ela fechou a porta atrás de si, olhei para Edward e mordi meu lábio, ansiosa para falar com ele. Felizmente esse analgésico demoraria para fazer efeito, e me daria tempo suficiente para que eu fizesse todas as perguntas que eu tinha para fazer.
-Edward... -Comecei, mas logo fui interrompida.
-Você ouviu a enfermeira. Nada de conversa agora! -ele me repreendeu. -Trate de descansar e de ficar boa logo, Sra. Cullen! -Dessa vez sua voz estava mais carinhosa, mas a repreensão ainda estava explícita. Eu sabia que acabaria perdendo se tentasse argumentar, por isso apenas suspirei e segurei a sua mão firme contra a minha, tentando relaxar. A conversa ficaria para mais tarde.
Ele sorriu satisfeito, ao ver que eu o abedecia, e começou a balbuciar uma canção de ninar que ele cantava para o nosso filho, às vezes. A pronúncia perfeita e sua voz doce e aveludada, digna dos anjos do céu, me ajudaram a relaxar. Fechei os olhos, absorvida pela doce melodia, e aos poucos me deixando o sono me tomar. Por um momento me perguntei onde ele tinha aprendido tão bela canção de ninar. Esme deveria cantar para ele, pensei, mas antes que eu pudesse perguntar a ele, já tinha caído em um sono profundo, sendo tomada pela inconsciencia.
[...]
O Sol brilhava lá fora e as borboletas coloridas festejavam sobre as flores do jardim da mamãe. Eu andava encantada por entre as flores das mais variadas cores e espécies. Aquele era o meu lugar preferido em todo o mundo. Aproximei-me das tulipas, onde algumas borboletas se alimentavam com o néctar do seu interior e fiquei observando aquilo encantada, até que senti uma mão repolsar sobre o meu ombro e sobresaltei de susto, ouvindo uma risada conhecida atrás de mim. Eu ri também.
-Você me assustou! -Eu acusei, enquanto me virava na direção da pessoa. Eu não consegui ver quem era, mas algo dentro de mim tinha certeza que eu sabia de quem se tratava.
-Não foi minha intenção. -A voz masculina se desculpou. -Tenho algo para você. -Ele disse, tirando uma flor que estava escondida atrás dele e me entregando.
-Obrigada, - eu disse inspirando o perfume que vinha daquela única flor, e antes mesmo de ver a rosa, eu reconheci imediatamente que se tratava de uma rosa branca. Quando meus olhos enchergaram a flor pela primeira vez, quase perdi o fôlego. Era mesmo uma rosa branca, e era linda.
-É linda! -Eu disse encantada, e ele sorriu. Eu ainda não conseguia ver o seu rosto.
-Sua preferida. -Ele lembrou, e por um rápido momento eu tive o vislumbre daqueles olhos azuis claros como uma piscina, que pareciam amigáveis, mas logo foram se tornando escuros, perigosos e assustadores. Eu reconheceria aquele olhar em qualquer lugar... Assustada, soltei a rosa branca no chão, e me virei ao redor, em choque. Agora eu estava rodeada de rosas vermelhas e estava sozinha. Ele se foi! Me tranquilizei. No entanto, a calmaria durou até que eu me aproximasse das rosas e me desse conta de que não eram rosas vermelhas. Eram rosas brancas, mas elas estavam cobertas de... Sangue!
-Não! Não! -Eu grito em pânico e tento correr, mas não há saída. Estou presa, e há sangue por toda parte. -Não! Deixem-me sair! -Eu grito e choro, mas nesse momento, eu esbarro em alguém, e meus braços são segurados com força. Ele está de volta, e posso ver seu rosto assustador. Seus olhos estão escuros e ele tem um olhar assassino.
Luto para me soltar, mas não tenho forças. Quase não consigo respirar.
-Seu lugar é aqui, agora. -Sua voz está enganosamente gentil, e um tremor passa pela minha espinha. Eu só consigo chorar. -Venha! Eu quero te mostrar uma coisa! -Agora há uma excitação quase infantil na sua voz, e ele me arrasta contra minha vontade até uma parede de vidroe me força para a outra sala através do vidro. Meu coração pára. Caído no chão, está um corpo pálido e sem vida, e uma poça de sangue está se acumulando ao seu redor. Não! Meu Deus! O meu primeiro impulso é tentar me soltar do aperto dos braços do James e ajudar aquele homem, e para minha surpresa, ele não me impede. Eu corro e entro na primeira porta que encontro, que me leva justamente até a outra sala onde o homem está ferido e me aproximo mais e mais, mas paro há menos de dois metros quando pela primeira vez olho para o rosto do homem. É ele!
-EDWARD!!!! -O grito horrorizado sái da minha alma e eu páro de respirar ao ver o homem que amo caído, pálido e cheio de sangue. Ele não se move. Ele não abre os olhos. Por que ele não está respirando?! Não consigo me mover. Cáio de joelhos alí mesmo, tentando entender o que está acontecendo. Por que eu não consigo mais chorar? Por que já não posso pensar com clareza? Só então percebo que já não posso fazer mais nada, por que aquela dor no peito está me matando lentamente, me consumindo e agora há um vazio na minha alma.
-Ele está morto. Agora somos só você e eu. -Aquela voz odioda surge atrás de mim, mas tudo que consigo pensar é na frase "Ele está morto". ELE ESTÁ MORTO! Isso era tudo que eu não queria ouvir. Essas foram as palavras que eu vinha tentando evitar até agora, mas não havia mais como negar. Meu próprio corpo já sentia a falta dele. Faltava-me a minha melhor parte. Por isso toda essa dor. Ele se foi. Meu Edward se foi!
-NÃO! NÃO! EDWARD!!! POR FAVOR!!! EU TE AMO! -Consigo me mover e me arrasto para junto do corpo do meu marido. Eu me abraço ao corpo frio, e me entrego àquela dor. Estou sufocando. Eu sei qe estou sufocando! Volte para mim, meu Amor! Eu imploro, mas ele não volta. Imploro pela morte também. Eu não quero ter uma vida sem ele. Mas a minha morte não vem, mesmo sabendo que meu coração acaba de morrer...
***
Acordei assustada e ofegante. Eu ainda podia sentir aquela dor. A dor da perda. As lágrimas caíam impiedosas pelos meus olhos e percebi com certo alivío que eu ainda estava no quarto de hospital. Foi só um pesadelo! Digo mentalmente para mim mesma. O alivío, porém, durou pouco, até que do outro lado da sala meus olhos encontrassem o buquê de rosas brancas anonimo. Um arrepio percorreu a minha espinha, e um grito de horror escapou pelos meus lábios, enquanto eu me dava conta de que não foi um sonho. Aquilo foi uma lembrança! Em algum momento se transformou em pesadelo, mas sim, no começo era uma lembrança! Edward não era o único que sabia sobre a minha preferência por rosas brancas. James também sabia!
A constatação trouxe de volta meus piores pesadelos. Oh meu Deus! Oh meu Deus! James está de volta!!! O pânico tomou conta de mim, e outro grito escapou pelos meus lábios. Edward! Onde está Edward?! Oh céus! O meu Edward está em perigo!!!
-NÃO!!! EDWARD!!! -Eu grito novamente, tentando sair da cama.
Só percebi que estava com dificuldades para respirar, quanto a porta foi aberta com urgência e três pares de olhos assustados me fitaram com preocupação. Prendi-me naqueles olhos verdes que tanto amo. Edward está aqui! Ele está aqui e está bem! Graças aos céus! Aquilo foi o suficiente para eu me sentir segura, por enquanto... Mas eu não sabia até quando. Não consegui parar de chorar e respirar estava cada vez mais difícil. James quer alguma coisa. Ele está atrás da sua vingança, e com ele por aqui, não terei paz novamente. Ninguém terá, e por minha culpa, as pessoas que eu amo estão correndo perigo.
Esse é o fim da calmaria. A tempestade está por vir...

Conhecendo a Dor (Completo até 30/05/2016)Where stories live. Discover now