Capítulo 2 (Parte 1)

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Por Bella Cullen
[...]
Comprar o presente ideal para o meu marido não foi uma missão fácil. Eu queria surpreendê-lo, e presenteá-lo com algo que realmente fosse especial para ele e que tivesse um significado, mas essa foi uma tarefa árdua, levando em conta que Edward não precisa de nada. Ele não tem tudo; dizer isso seria um equívoco. Na verdade, ninguém tem tudo, pois isso é impossível na prática. O fato é que, qualquer coisa que eu comprasse pra ele, ia parecer só mais uma coisa. Se eu comprasse uma gravata, por exemplo, seria apenas mais uma das mais de cem que ele possui. Meu desafio era encontrar algo que ele ainda não tem e que represente algo à mais.
Edward é bilionário, dono de uma das maiores empresas de publicidade do mundo. Cresceu em meio ao luxo e sempre teve tudo o que queria ou precisava. A essa altura ele já conquistou tudo que almejava. Eu sei que ele não precisa de presentes, e já posso imaginar a leve repreensão que ele vai me dar, revirando os olhos e dizendo que eu não deveria ter me incomodado. Depois que eu explicar que quero que ele tenha algo que o faça lembrar-se de mim e por isso quis comprar o presente, imagino que ele vai sorrir e olhar com ansiedade e expectativa para a caixa e logo abri-la com aquele sorriso torto que tanto amo. Aí estava o cuidado em comprar o "presente perfeito". Eu queria superar todas as expectativas dele ao abrir o presente, da melhor forma possível, claro. Antes de ser o CEO da Masen, ele é meu marido, dono e único proprietário do meu coração e como tal eu tinha a obrigação de ser assertiva em dar algo realmente importante para ele.
Depois de mais de uma hora de procura, eu percebi que não conseguiria em tão pouco tempo comprar algo que estivesse à altura do meu marido. Nada parecia ser "Digno de Edward". Senti-me frustrada, ridícula e desanimada por não ser tão criativa e, no fim, acabar comprando algo que ele não tinha ainda, mas que por outro lado era tão... Simples. Alice disse que Edward ia amar o presente, e até mesmo comprou seu presente para o irmão de forma que combinasse com o meu, mas sei que ela só fez aquilo para que eu me sentisse melhor, o que acabou funcionando um pouco. Mesmo me sentindo tímida com relação ao "Presente Nada Importante", não tinha como não me sentir melhor com a Alice.
Compras feitas, eu voltei para casa após combinar com Alice sobre os detalhes da festa surpresa que faríamos para Edward. Alice ficou encarregada de ligar para Rosalie e Emmett, e Nessie e Jake para convidá-los, e também do bolo de aniversário, bem como das bebidas. Minha obrigação era simples: Eu apenas teria que mantê-lo dentro do quarto enquanto Alice e os outros chegavam e organizavam tudo lá em baixo e depois disso eu teria que sugerir que fossemos jantar fora. Edward não me negaria nada, e quando estivermos prontos para 'sair', encontraremos todos na sala, nos esperando com tudo pronto para a festa surpresa.
Entrei em casa, sendo seguida pelos Brutamontes 1 e 2, cada um carregando sete sacolas de cada lado. Eu me ofereci para ajudar, mas não preciso dizer que eles negaram.
-Onde devemos deixar as compras, senhora? –O Brutamonte 1 me perguntou, assim que abri mais a porta para dar espaço para os dois passarem.
-Levem para o quarto dos bebês, o terceiro à direita após o corredor. –informei a direção.
-Sim, senhora, com licença. –Falaram os dois passando por mim, e tive que revirar os olhos.
Chagava a ser desconfortável tanta formalidade. Eu tentei várias vezes explicar que prefiro ser chamada de "Bella", somente Bella, mas mesmo assim, para eles eu continuo sendo a "Sra. Cullen". De certa forma, eu já estava um pouco acostumada com isso.
-Mamãe! –A voz infantil e alegre que eu tanto amo me tirou dos meus devaneios.
Com pouco mais de dois anos o meu pequeno Henry já consegue pronunciar algumas palavras corretamente, e a palavra "mamãe" está entre elas. Não há nada mais lindo e reconfortante do que ouvir o pequeno anjo que eu mais amo no mundo me chamando assim. A palavra mãe me faz sentir um ser especial.
Olhei na direção da voz pura, e logo encontrei, com um sorriso bobo no rosto, uma das cenas mais lindas do mundo: Edward com um olhar de alívio e aquele sorriso torto no rosto, com as bochechas coradas e a alegria  estampada no seu rosto enquanto segurava o nosso garotão nos seus braços. Henry tinha aquele sorriso que fazia suas covinhas ficarem evidentes em ambas as bochechas, que por sinal também estavam coradas, mas assim como as de Edward, eu sabia que os dois não estavam corados por constrangimento. Muito pelo contrário! Aquele era o tom natural que a pele dos dois atingia após uma longa sessão de risos, ou de uma aventura envolvendo os dois brincando e correndo pela casa.
Depois de uma manhã de compras exaustiva, essa visão era tudo que eu precisava ver. Os dois homens da minha vida juntos e felizes.
Aproximei-me dos dois, e enchi o meu filho de beijos, fazendo leves cócegas na sua barriga e fazendo-o se contorcer de tanto rir nos braços do pai, e nos fazendo rir com ele. Seu sorriso era cativante, contagiante, e simplesmente que fazia derreter.
- Você demorou. Aconteceu alguma coisa, Amor? –Meu marido bobo e preocupado perguntou assim que uni brevemente os nossos lábios. Agora estávamos na sala e eu estava sentada ao seu lado no sofá. Nosso filho já não estava nos braços de Edward, mas permanecia na sala, brincando próximo a nós e por isso nosso beijo foi "inocente". Nossos beijos eram contidos na frente do Henry.
-Uhm... Você sabe como é a Alice... Ela resolveu voltar pra comprar mais algumas coisas que havíamos esquecido. –Falei a primeira coisa que me veio a mente, me socando mentalmente por gaguejar todas as vezes que estou mentindo. Mas dessa vez era uma mentirinha de leve, e não era de tudo mentira, já que estávamos mesmo fazendo compras (só que dessa vez para Edward e não para as nossas filhas).
Ele franziu o cenho, mas assentiu, sorrindo e revirando os olhos.
-A Tampinha é impossível mesmo! –Sorri divertida com o apelido "carinhoso" que Edward deu a Alice. –Você se cansou muito? –Ele perguntou e pude sentir uma pontada de chateação em sua voz, que não era direcionada a mim. Pobre Alice!
-Só um pouco. Meus pés estão um pouco doloridos, mas nada que um banho quente, uma cama macia e os abraços e beijos do meu marido não possam curar. –Falei sorrindo e Edward sorriu também, arqueando as sobrancelhas.
-Então vamos Sra. Cullen. Eu vou ajudá-la a tomar banho. - Ele falou com um sorriso carinhoso, e com uma leve pontada de malícia que me fez corar e sorrir ao mesmo tempo em que ele ficava de pé e me ajudava a levantar.
Deixamos o nosso filho aos cuidados da Joana, empregada da casa, e seguimos juntos para o nosso quarto, mais precisamente para o banheiro. Eu mal podia esperar pelo toque das mãos do meu marido pelo meu corpo.

Conhecendo a Dor (Completo até 30/05/2016)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon