Capítulo 33

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~ Por Bella Swan ~
Sem revisão

[...]

Duas semanas depois de Lince e eu termos começado um relacionamento de verdade, ele me convidou para conhecer seu apartamento na cobertura do Seattle Plaza. Confesso que seu convite não só me surpreendeu, como também me causou um frio na barriga. A ansiedade e a curiosidade travavam uma batalha interna dentro de mim. Não vou negar que também fiquei um pouco assustada, não com a possibilidade dele ser um assassino ou um maníaco sexual, como do primeiro encontro que tivemos, afinal eu já havia superado essa fase de desconfiança após conhecê-lo bem e ver o grande homem que ele era, mas foi o fato de ficarmos a sós sendo namorados que me deixou receosa.

Nosso relacionamento estava na fase 1, a fase "morna", dos beijos e carícias não muito ousadas, porém eu sentia que a fase 2, a mais íntima, não demoraria a chagar. Não que Lince estivesse me pressionando para dormirmos juntos, pois ele nem sequer tocou no assunto, mas eu mesma começava a me cobrar. Já não sou uma jovem virgem e inocente. Sou uma mulher madura e divorciada, e Lince um homem que exala testosterona por todos os poros, e que teve muitas mulheres ao longo da vida, embora não tenha tido nem um relacionamento sério até então. Todas as mulheres que ele teve eram jovens e lindas, e seu caso com elas era de apenas uma noite. "Sexo sem compromisso", como Brianna me disse. O fato é que Lince tinha uma vida sexualmente ativa, e eu não podia simplesmente ignorar esse detalhe.

Eu jamais concordaria com a expressão machista "Ele é homem e tem suas necessidades." que parecia ser um código no qual para o homem tudo é permitido, enquanto a mulher tem que seguir um rigoroso padrão, onde quase tudo é proibido. Em definitivo, não foi esse o fato que me levou a pensar sobre o assunto. Na verdade, tomei a mim mesma como referência. Como mulher, também tenho desejos e hormônios à flor da pele. Sozinha na minha cama, eu sentia falta de um corpo quente e protetor me aquecendo durante a fria noite em Seattle. Sentia falta dos sussurros e carícias que me faziam ver estrelas por alguns minutos. Eu precisava me sentir mulher novamente. Precisava me sentir amada. Edward havia sido o meu primeiro homem, e se dependesse de mim, seria também o último. Mas não dependia só de mim. Ele fez sua escolha. Ele escolheu outra mulher, aquela que agora carrega um filho dele, e que talvez esteja agora mesmo mostrando as roupinhas que comprou para o bebê dos dois. A imagem que se formou na minha mente me trouxe uma dor insuportável no peito. Balancei a cabeça na tentativa de afastá-la e voltei meu pensamento para o homem que estava me deixando ansiosa e nervosa com a expectativa da noite de hoje.

Eu não amava Lince -pelo menos não da forma que ele me amava - mas precisava admitir que ele era muito mais que um amigo.

Lince chegou na minha vida como um desconhecido que, aos poucos, conquistou espaço e agora se tornou parte essencial dela. Ele me amava. Me disse isso claramente há duas semanas, logo após de eu dar a entender que nosso relacionamento falso, daria lugar a um relacionamento de verdade.

Senti-me mal por ouvir aquelas palavras saindo dos lábios dele e não poder retribuí-las de uma maneira sincera. Da maneira que ele merecia.

Ao ver aquele sentimento tão explícito no brilho dos seus olhos azuis, quase voltei atrás na minha decisão. Lince merecia mais do que as migalhas que eu poderia lhe oferecer. Ele jamais poderia me ter por completo, por que eu já não sou completa. Sou como um quebra-cabeças que se desmanchou e teve suas peças espalhadas pelo vento e levadas para longe. Edward era o vento que havia soprado e levado consigo a maior parte de mim. Talvez eu jamais conseguisse juntar as peças do quebra-cabeça confuso e traiçoeiro da minha vida. "E Lince merecia alguém que pudesse retribuir igualmente o amor que ele lhe oferecesse", eu pensara naquela noite. Eu nem ao menos podia dizer que o amava de uma forma que fizesse com que as palavras soassem verdadeiras... Como poderia ser a mulher certa para ele, se nem ao menos podia dizer que o amava? Essa pergunta fez com que eu tentasse me levantar do colo dele, porém suas mãos ágeis seguram firmemente a minha cintura, me imobilizando e me impedindo de me levantar. Lince havia notado que eu estava a um tris de desistir de toda aquela estória, então, sem dizer uma palavra, tirou uma de suas mãos da minha cintura, levou-a até o meu cabelo e me puxou para um beijo carinhoso e intenso.

Conhecendo a Dor (Completo até 30/05/2016)Where stories live. Discover now