Capítulo 29

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~ Por Bella Swan ~

(Sem revisão)

[...]

Dois meses depois...

-Mamãe?

-Sim, querido. -Eu olho para meu pequeno anjo de olhos verdes.

-Por que o papai não veio me ver ainda? -Ele pergunta me fazendo suspirar.

-Por que ele veio ontem, querido. Seu pai está trabalhando muito ultimamente. Mas ele virá assim que puder. -Prometo com sinceridade.

Edward vem quase todos os dias e passa um bom tempo com as crianças, pelo que Joana me diz. Ele e eu não voltamos a nos encontrar, uma vez que ele sempre vem à tarde, justo o horário que estou no trabalho. Mas é melhor assim. Essa é a melhor forma de resolvermos tudo sem fazermos nossos filhos sofrerem.

Edward e eu já não somos um casal. Como ambas as partes concordaram com a separação, o divórcio foi logo arranjado, e já o assinamos. Agora é só esperar mais alguns meses até que estejamos oficialmente divorciados.

Também já não moro na mansão Cullen. Comprei uma casa menor, porém aconchegante para onde nos mudamos, Joana, meus filhos e eu. Ah, e o Bear, nosso cachorro de estimação.

Foram as melhores decisões que eu podia ter tomado. De certa forma, o sobrenome Cullen e aquela casa me faziam sentir ligada à Edward por um elo invisível, porém consistente, que me impedia de seguir em frente. Agora sou novamente Bella Swan e vivo na minha própria casa. Um lugar onde posso me sentir segura, e chamar de "meu". O elo foi desfeito. Porém, outro laço ainda mais forte me une à Edward, e esse não pode ser desfeito: Nossos filhos.

Embora Edward viesse com frequência, não era a mesma coisa. As meninas são muito pequenas para entender, mas Henry no fundo já sabe que algo em nossa família mudou e me parte o coração não poder fazer nada sobre isso. Eu daria minha vida para que nenhum dos meus filhos sofressem.

-Você não gosta mais do meu pai? -Ele pergunta e eu me mexo desconfortavelmente sobre a cadeira. A pergunta mexe em uma ferida profunda no meu peito. Eu posso mentir para todos, até para mim mesma, mas posso mentir para o meu filho? Não, não posso.

-Claro que eu gosto! -Eu respondo a verdade.

Os olhos de Henry brilham, e em seguida ele franze a testa. Até nisso ele me lembra Edward.

-Então por que o meu pai não mora aqui com a gente? -Ele pergunta, e mais uma vez, sinto um aperto no peito.

Por que seu pai sim deixou de me amar, penso. Por que ele agora está com outra. Por que ele quis ir embora. São muitas as respostas. Mas dessa vez, prefiro evitar ser direta.

-Por que nós adultos somos complicados, às vezes. -Eu digo, beijando seus cabelinhos loiros.

Não é uma mentira. A vida é fácil. Somos nós que complicamos tudo.

Henry franziu a testa mais uma vez perante minha resposta, me fazendo sorrir.

-Quando você for maior, você vai entender. -Eu disse, novamente beijando seus cabelos.

Não pude esconder a melancolia em minha voz ao pronunciar essas palavras. Na verdade, eu não queria que meus filhos entendessem isso nunca. Nenhuma mãe quer. Só queria poder conservar a infância dos meus filhos para sempre. Queria poder protegê-los do mundo complicado dos adultos. Mas ao mesmo tempo não quero privá-los da parte boa da vida adulta. A primeira namorada, o primeiro beijo, a primeira vez, o primeiro emprego, o primeiro salário, a primeira viagem, o primeiro carro, o casamento, o primeiro filho, o primeiro neto...

Conhecendo a Dor (Completo até 30/05/2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora