Capítulo Bônus II

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--- Por Edward Cullen ---

Sem revisão

[...]

—Você virá dormir aqui hoje, querido? —Tânia pergunta com a voz manhosa.

Eu massageio as têmporas, cansado, e tomo outra dose de conhaque antes de responder.

—Hoje não. Tenho que revisar alguns documentos ainda hoje e tenho uma reunião amanhã bem cedo. Realmente, hoje não posso. —Eu minto.

Essa noite tudo que quero é ficar em casa jogado na cama com uma garrafa de bebida ao lado, enquanto me lastimo pelo ser desprezível que me tornei.

—Ah... —Tânia suspira do outro lado da linha, e posso ouvir o desapontamento em sua voz.

Me soco mentalmente. Eu sou mesmo um idiota.

—Mas... Você virá amanhã, não é? —Ela pergunta esperançosa, e eu volto a tomar outro gole da minha bebida.

Isso não é justo. Eu a fiz ter esperanças, e agora a estou evitando. Não posso ser tão canalha assim, digo para mim mesmo.

Depois de uma crise de consciência, respondo:

—Pode me esperar. Amanhã eu irei ao seu apartamento. —Digo e a ouço sorrir do outro lado da linha.

—Claro, querido! Mal posso esperar. —Ela diz entusiasmada, e eu fecho os olhos amaldiçoando a figura desprezível que me tornei.

Você está a usando! -Acusou minha consciência. E por mais que odiasse admitir, era verdade.

—Tenho que desligar agora. Nos vemos amanhã, então? —Pergunto, e novamente ela sorri.

—Claro! Mas não vou tomar mais seu tempo. Boa noite, querido. Amo você. —Ronronou e em seguida finalizou a ligação.

Era sempre assim. Tânia nunca esperava que eu dissesse que também à amo. Ela sabia que eu não poderia dizer isso. Eu a amava, mas o amor era algo quase fraternal. Diferente do sentimento que ela nutre por mim.

Além disso, Tânia sabe muito bem a quem eu amo, e por incrível que pareça, não parece se importar com isso. Esse foi um dos motivos pelo qual escolhi à ela para a minha farsa. Mas agora percebo que nessa história eu fui o único enganado.

É difícil entender como de um dia para a noite eu perdi o direito de ficar perto da minha família, mas lembro perfeitamente quando isso aconteceu.

Tudo começou com um envelope anônimo que me fora entregue no meu escritório em uma manhã fria de segunda-feira.

"Confidencial", dizia o envelope, mas fora o conteúdo que mudaria minha vida para sempre.

"VINGANÇA"

A palavra fora montada com Letras retiradas de revistas e jornais.

Em toda minha vida eu só havia tido dois inimigos, e a sorte dos dois fora praticamente a mesma: Um estava condenado a morrer em uma prisão, e o outro havia morrido em um acidente de carro.

Uma súbita onda de alívio me tomou. "Deve ser alguma brincadeira de mal gosto", pensei e joguei a carta de lado. Quem poderia querer se vingar de mim?

Dois dias depois, porém, outra carta semelhante à primeira e também anônima, chegara em minhas mãos.

—Deixaram isso com o porteiro hoje de manha. —Carla dissera ao me entregar.

—Ele disse quem deixou? —Eu perguntei.

Carla deu de ombros.

—Um garoto de uns 9 anos. —Respondera, e eu a dispensara em seguida.

Conhecendo a Dor (Completo até 30/05/2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora