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Miguel

Depois que escutei a Flávia perguntando a minha irmã se eu tinha namorada, senti logo um aperto no meu coração. Mágoa e raiva me dominavam sempre quando eu escutava o nome dela. Mais que depressa subo para o meu quarto. Paro em frente à minha foto com a Ester e a examino por que você fez isso comigo? Eu não era bom o suficiente para você? Não estava mais gostando de mim? Por que você não me disse nada, apenas me largou? Eu te amava tanto sabia, ia lhe pedir em noivado. Violentamente pego o porta-retrato e retiro a foto de dentro. Tenho vontade de rasgá-la, sempre quando olho para essa foto eu quero fazer isso, porém não consigo, algo me impede, será que é porque ainda a amo? Boto novamente a foto dentro do porta-retrato e em seguida vou ao banheiro tomar um banho; preciso arrumar meus pensamentos que estão mais que confusos, tanto em relação a Ester, como em relação a Flávia, já que chegava às vezes a pensar nela.

Mas por que ela? Ela nem faz o meu tipo.

Saio do banheiro e escuto o meu celular apitar. Quando o pego, vejo que é uma mensagem do Cauã, me convidando para sairmos.

Vamos a praia, só caminhar mesmo? Estou sem nada para fazer e me deu saudade das nossas saídas de noite. Eu convidei o Raul, mas ele me disse que não pode ir.

Tudo bem, só vou me arrumar. Te encontro na sua casa dito isso, me visto bem rápido e desço as escadas. Encontro minha irmã na sala, sozinha, olhando de um caderno para o outro e escrevendo algumas coisas.

A Flávia já não se encontra mais aqui, com certeza ficou constrangida e foi embora.

Miguel, você vai sair? Jade me pergunta assim que nota a minha presença, já que ela estava de costas para mim.

Vou. O Cauã me convidou para irmos à praia. Você quer vim com a gente? Pergunto quando paro ao seu lado.

Eu tenho umas coisas da universidade para copiar revira os olhos por isso que é ruim faltar dar uma gargalhada. Mas bom passeio para vocês dois.

Eu não vou demorar muito comento.

Não gosto de deixar a minha irmã sozinha em casa, como ela sente muito a falta dos nossos pais, eu prezo ficar ao seu lado o máximo de tempo possível. Nos sustentamos um no outro. Nossos pais pensam que dinheiro é a felicidade, mas eles estão totalmente enganados.

Certo diz com seus olhos grudados no papel.

Saio de casa e vou a pé para a casa do Cauã, da qual era um pouco longe de casa, mas era bem perto da praia, o que é bom.

Toco a campainha e ele mesmo me atende. Tranca a porta e começamos a andar em direção à praia.

Mas o que era que o Raul tinha para não poder sair? Ele chegou a te dizer? Pergunto.

Eu não sei, um compromisso, talvez? Dar de ombros. Ele falou tão assim que não poderia sair, então eu achei melhor não lhe perguntar mais nada.

Estranho, ele sempre sai com a gente, pode ser para qualquer lugar que for comento.

E assim ficamos conversando sobre algumas futilidades, até que o Cauã interrompe a minha fala e me cutuca com o braço.

Ei cara, aquela não é a amiga da sua irmã, a Flávia? Ao ouvir esse nome, tento procurar por ela. Deve ser fácil acha-la, há poucas pessoas a essa hora da noite, por conta de já se tornar esquisito.

Sentimentos AdormecidosOnde histórias criam vida. Descubra agora