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Flávia

Sou acordada no outro dia pelas minhas amigas gritando no meu quarto.

Acorda sua dorminhoca Heloísa tira o lençol de cima de mim e eu protesto esse seu ato.

Vamos, já é tarde, e ainda queremos andar de skate antes de irmos à praia Eloá faz cosquinhas por todo o meu corpo para mim acordar.

Tá bom... para... já acordei... digo em meio a risadas. É horrível quando se é acordada por gritarias/cosquinhas, fazendo o nosso sono ser interrompido, dar uma sensação muito ruim na gente. Que horas são para vocês atrapalharem assim o meu sono? Olho para elas, séria, buscando uma boa justificativa para isso que elas acabaram de fizer comigo.

São doze horas, mocinha Heloísa arqueia uma sobrancelha ao mesmo tempo em que coloca suas mãos na cintura.

Já é isso tudo? Meu queixo cai devido a essa informação e eu me levanto da cama, meio atrapalhada.

Sua mãe estava chamando a gente para irmos almoçar, por isso viemos acordar você Eloá comunica.

Vocês podem ir, só vou tomar um banho e já desço elas concordam e saem do meu quarto.

Assim que saio do banheiro, paro em frente ao guarda-roupa e pego um short jeans azul, uma blusa cinza e coloco uma camisa xadrez por cima. Quando já estava prestes a sair do meu quarto, escuto meu celular apitando. Assim que o pego, vejo que é uma mensagem do Miguel.

— Está tudo certo para hoje à noite?

— Está sim, mas que horas iremos? Porque pelo que eu me lembro os pais das meninas vem umas sete horas busca-las, então a gente tem que ir para a praia bem antes disso.

— A gente pode ir umas cinco horas, e para não perdermos muito tempo nós podemos nos encontrar todo mundo na praia. O que você acha?

— Ótima ideia. Às cinco horas estaremos na praia — assim que deixo de falar com ele, desço as escadas para ir almoçar.

Até que fim que você já terminou de se arrumar, demora um ano Eloá estava sentada no sofá, assistindo a alguma programação qualquer que se passava na televisão, e ao que parece essa programação não era tão qualquer como eu imaginava, já que ela nem virou o seu rosto para falar comigo.

Não sou eu a que demoro lhe respondo, ao me referir da Heloísa que é sempre a última, de nós três, a terminar de se arrumar.

Não a Heloísa demora sempre, eu até já me acostumei complementa ao virar o seu rosto rapidamente para mim.

O que tem eu aí, hein? Ouço a voz da Heloísa vindo da cozinha.

Nada Eloá responde e depois se vira para mim. E você? Vai logo almoçar aponta para a cozinha como se eu não soubesse aonde ficava, reviro os olhos.

Já estou indo entro na cozinha e vejo que a Heloísa ajudava a minha mãe a guardar os pratos e talheres dentro do armário.

Parece que era só eu mesma que faltava almoçar.

..........

E então, nós vamos andar de skate agora? Pergunto olhando para as duas.

São que horas? Heloísa pergunta, mas logo continua a falar: Porque vocês sabem que a gente tem que se encontrar com todo mundo na praia as cinco horas, né? Nos lembra.

Eu tinha contado a elas, depois do almoço, que o Miguel me mandou uma mensagem avisando a hora melhor que a gente deveria ir se encontrar, para o nosso passeio.

São duas horas, dar tempo! Eloá olha para o relógio de parede e rapidamente se levanta, nos também fazemos o mesmo e logo saímos de casa.

Como hoje era o último dia delas aqui em Recife, queríamos aproveitar ao máximo juntas. Só nós três.

Ficamos andando por horas. Nós adorávamos andar de skate, foi assim que a nossa amizade começou.

Em um dia qualquer o meu irmão estava me ensinando a andar de skate, perto de casa, mas eu não queria ficar só naquele lugar, queria explorar mais e quando ele entrou para dentro de casa, eu aproveitei e comecei a caminhar sozinha, claro não tão longe de casa, eu poderia me perder, só tinha oito anos de idade e foi quando eu vi, no mesmo lugar em que eu estava duas garotas, possivelmente da mesma idade que eu. A de cabelos loiros andava maravilhosamente bem para a sua idade e a de cabelos castanhos tentava acompanhar os seus passos. Eu também tentei fazer a mesma coisa, mas por ainda ser inexperiente, acabei caindo e foi quando a garota de cabelos loiros chegou perto de mim para me ajudar. Segundos depois lá se vinha o meu irmão para onde eu estava. Foi nesse dia, dessa maneira, que eu conheci as melhores amigas que alguém poderia ter. E quem diria que sete anos depois, a mesma garota que me ajudou namoraria o meu irmão, porém não por muito tempo.

Quando chegamos em casa já marcava quatro horas, era só o tempo de tomarmos um banho para relaxar. Subo direto para o meu quarto. Deixo meu skate perto da cômoda e vou em direção ao banheiro. Ao sair visto meu biquíni preto e por cima coloco um vestido meio transparente e sigo para o quarto das meninas, para esperar por elas.

Vamos? Pergunto encostada na porta.

Vamos disseram as duas na mesma hora.

Acho que acabou de acontecer um milagre aqui.

Nossa, que milagre a Heloísa já ter terminado de se arrumar digo de forma sarcástica.

A Heloísa usava uma blusa de crochê caída em um dos ombros e uma saia longa meio transparente e a Eloá usava um short cintura alta e uma blusa que na parte de cima era preta, mas já do meio para o final ficava transparente.

Ah, não começa Heloísa revira os olhos. Eu sei ser rápida quando é preciso diz enquanto fecha a porta do quarto.

Quando estávamos descendo as escadas, vejo minha mãe na sala e a aviso de nossa saída.

Mãe, nós já vamos.

Voltem cedo, não deixem os pais de vocês esperando Minha mãe olha para a Heloísa e para a Eloá.

Tá bom, tia Eloá abre a porta de casa.

Tchau... dissemos nós três juntas para a minha mãe e assim saímos de casa.

Sentimentos AdormecidosWhere stories live. Discover now