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Miguel

Assim que a vejo, instantaneamente, me lembro do dia em que nos conhecemos.

Flashback (3 anos e 6 meses atrás)

— Vamos Miguel, senão vamos nos atrasar — Cauã grita para que eu o ouvisse, já que ele estava buzinando do lado de fora da minha casa, enquanto eu ainda terminava de me arrumar. Esse era o meu último ano do ensino médio e como em todos os anos, eu gostava de ir bem apresentável. Há cada ano sempre entra gente nova e temos que causar uma boa impressão.

— Irmão, vamos? — Minha irmã bate na porta do meu quarto e entra, já que a mesma estava entreaberta. — Você está tão lindo — adentra o meu quarto e me abraça por trás. Me viro para o espelho e olho nós dois assim, com um sorriso no rosto.

Eu amo tanto a minha irmã, e ela sabe disso, por conta dos meus carinhos dirigidos a ela, mas também como não amar esse doce de pessoa? Minha irmã é tudo para mim, claro que também tem os nossos pais, mas eles estão sempre tão apressados, quase não param em casa. Chega a ser até estranho mais os papos que eu deveria ter com o meu pai, sobre garotas, acabam sendo compartilhados todos com os meus amigos, Cauã e Otávio. Outras pessoas que eu não sei o que faria se não existem em minha vida. Basicamente eles quatro são a minha família, já que também tem a Cecília, a namorada do Otávio, eles são os que mais tem contato comigo. Mas eu não posso deixar os meus pais para trás, mesmo que ao longo da semana não conversemos muito, eu e minha irmã adoramos quando chega o final de semana, já que eles dedicam o seu tempo, especialmente, para ficar com nós.

— Você que está sempre linda — viro o meu rosto para o lado e beijo sua bochecha. — Mas agora vamos, senão é capaz do Cauã deixar a gente aqui — ela me solta de seus braços, em seguida concorda com a cabeça com um sorriso gigantesco no rosto. Ela anda na frente e eu tranco a porta do meu quarto, quando passo por ela.

Descemos as escadas, encontrando os nossos pais na sala.

— Mãe, pai, nós já vamos — minha irmã abraça ambos quando chega bem perto deles.

— Tchau meus filhos e boa sorte — minha mãe olha para mim assim que sai dos braços da Jade, vindo na minha direção para também me dar um abraço e um beijo no rosto.

— Boa sorte hoje e sempre — meu pai reforça assim que passamos pela porta para sairmos de casa. Vimos o carro do Cauã estacionado bem na frente e o mesmo batia o dedo no relógio, como para nós lembrar o quanto estávamos atrasados.

Entramos no carro. Eu na frente, ao seu lado, e minha irmã atrás, sozinha.

— Até que fim, achei que vocês não viriam mais — diz ao dar partida no carro — se vocês tivessem demorado mais dois segundos eu tinha ido embora — olha para mim, sabendo que a culpa do nosso atraso foi minha e não da minha irmã, ele sabe o quanto eu demoro para mim arrumar, só para impressionar as garotas.

Dou de ombros e sorrindo faço-lhe uma pergunta:

— Está pronto para arrumar uma namorada esse ano, Cauã?

— Não enche, Miguel — balança a sua cabeça para os lados, enquanto presta atenção na estrada. — Mas talvez você que arrume uma esse ano — um sorriso logo aparece em seu rosto.

Tanto eu como ele, nunca havíamos namorado alguém e a cada novo ano que entrava nós sempre falávamos isso um para o outro. Mas não quem iria namorar primeiro, sim qual de nós seria o último a namorar. Nenhum de nós dois estava pronto para largar essa vida de solteiro e se prender a alguém. Pelo menos não agora. Temos muito o que aproveitar pela frente.

Sentimentos AdormecidosOù les histoires vivent. Découvrez maintenant