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Flávia

Sou acordada no outro dia pelo barulho do meu despertador. Me espreguiço. Em seguida me levanto da cama, indo ao banheiro. Tomo um banho. Visto uma saia florida, uma blusa preta e uma jaqueta por cima. Desço as escadas indo para a cozinha e acabo vendo o meu pai, sentado à mesa.

Bom dia, pai digo assim que passo por ele, indo em direção a geladeira para me servir de um copo de leite.

Bom dia, filha. Já vai para a faculdade? Pergunta, ao beber um pouco do seu café enquanto folheia o jornal.

Sim, na verdade já estou até atrasada olho as horas no relógio de pulso. Por que eu sempre tenho que demorar para me vestir? Bebo todo o leite que havia no copo antes de me despedir dele. Tchau, pai nem espero ele me responder que já saio de casa.

Vou de ônibus para a faculdade. Ao chegar lá vou imediatamente para a sala e assim que passo pela porta noto que a Jade já chegou, já que ela está bem sentada na sua cadeira, mas assim que ela me vê passar se levanta vindo na minha direção, falar comigo. E eu já sabia até o que ela iria me perguntar.

Oi, cunhada dar um sorriso, começando logo a rir e eu a acompanho só pelo o fato dela ter dito uma coisa assim, sem mais nem menos. Assim que ela para de rir, fica séria ao meu lado, colocando suas mãos na cintura. O que foi aquilo que eu vi ontem na praia? Você pode me dizer arqueia uma sobrancelha.

Sério que ela está me perguntando isso?

Um beijo respondo de forma sarcástica.

Ah, não me diga revira os olhos. Vocês formam um belo casal, sabia disso? Vou ficar torcendo pro casal do ano  cruza os dedos.

Opa, opa, opa, eu ouvi direito... casal? Mas já? É melhor mudarmos de assunto.

Eu também vou ficar torcendo por você e o Raul também cruzo os dedos, sorrindo.

Não muda de assunto! Balança a cabeça para os lados.

... e então pessoal, como foi o feriado de vocês? A voz do nosso professor ecoa pela sala e todo mundo se senta nas suas respectivas cadeiras.

..............

Vamos? Jade pergunta ao meu lado, assim que se levanta.

Vamos, sim. Deixa eu só terminar de arrumar aqui as minhas coisas... digo enquanto vou colocando o caderno, o lápis e as canetas dentro da mochila e assim que acabo, deixamos a sala.

Andávamos pelos corredores da universidade, quando vejo o Miguel vindo na nossa direção. Será que ele vai falar alguma coisa a respeito sobre o que aconteceu ontem entre nós?

Oi, meninas ele alterna o seu olhar entre mim e a sua irmã. Vamos?  Aponta com a cabeça em direção a saída.

Pelo visto ele não vai falar nada... eu queria que ele falasse alguma coisa, só para dizer ao menos se foi bom ou não, mas acho que nem isso ele vai dizer.

Vamos! Dissemos nós duas juntas.

Assim que chegamos no estacionamento, entramos no carro dele. Ficamos conversando o caminho inteiro, mas ele novamente não chegou a dizer nada a respeito. Por que será que eu quero tanto que ele fale alguma coisa? E assim que chegamos em frente à minha casa, eu saio do carro e me despeço deles.

Ao passar pela a porta de casa, vou direto para a cozinha almoçar alguma coisa e depois disso subo para o meu quarto. Me deito na cama para descansar um pouco, quando vejo o meu celular tocando. O atendo com um sorriso no rosto quando vejo que é o Miguel.

Oi, Miguel.

Precisamos conversar.

Conversar sobre o quê? Me sento na cama.

Você sabe muito bem qual é o assunto...

Suspeito que seja o nosso beijo. Realmente foi bom, não tenho como negar isso. Mas tem tão pouco tempo que terminei o meu relacionamento com o Bernardo, estou enfim começando a tira-lo da cabeça, ele já não me vem mais na memória quando vejo garotos loiros de olhos azuis. Mas mesmo eu já estando a um ponto de esquece-lo definitivamente e sem sombra de dúvidas gostando do Miguel, da sua companhia e dos seus beijos, penso que ainda não é o momento certo para darmos um passo mais adiante com relação a nós dois.

Pelo menos não, ainda.

Olha, eu não estou muito para relacionamentos... tento falar para ele sobre os meus pensamentos, mas sou interrompida.

Me encontra no parque as duas horas ou eu te encontro lá? Ele como sempre insistente... penso no que lhe responder; ir ou não ir ao seu encontro? Flávia, você ainda está aí? Me chama a atenção.

Sim.

E então? Pergunta.

Eu te encontro lá é melhor falar com ele pessoalmente e não por telefone.

Ficarei te esperando. Até daqui a pouco.

Até, beijos desligo o celular.

Finalmente ele vai dizer alguma coisa, mas o que será? Será que ele quer dizer que não passou de um erro? Que devemos esquecer isso já que somos só amigos.

Eu já deveria imaginar...

Caio novamente na cama e tento de alguma maneira descansar um pouco mais, porém falho miseravelmente, por não conseguir parar de pensar nisso que ele quer me dizer. Vejo os ponteiros do relógio passando vagarosamente, mas quando finalmente dar a hora, corro para o banheiro. Ao sair, visto um short jeans azul claro e uma blusa florida que amarra na cintura. Desço as escadas. Vejo que não tem ninguém em casa, então saio.

Ando até chegar ao parque. Assim que chego o procuro, mas não o encontro de imediato, então fico andando de um lado para o outro e nada de o achar. Quando por fim, já quase ligando para ele, o vejo encostado em uma passarela, olhando para um lago. Tomo coragem e vou ao seu encontro.

Vamos lá, Flávia, não vai ser tão difícil assim falar com ele. Tente agir normalmente, como se nada tivesse acontecido entre vocês dois e que você não está apaixonada por ele.

Pensando melhor, essa conversa vai ser mais difícil do que eu imaginava.

Sentimentos AdormecidosWhere stories live. Discover now