Sentimentos Adormecidos

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Estamos no ranking #622 em romance;

Continuem lendo e votando...

Obrigado por tudo, amo vocês de coração, sem nem ao menos conhecê-los.

Beijos da Sam *--*

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Flávia

Eu estava cada vez mais gostando de morar nesse lugar.

Dos meus amigos que eu tinha feito aqui, ao longo desse tempo, e do Miguel.

Ah, Miguel... por quem eu dei meu coração e minha alma, me apaixonando instantaneamente.

Já fazem seis meses que eu estou morando aqui em Recife e, contudo, hoje faz três meses que eu estou ficando com ele.

Neste momento acabo de me arrumar; usava uma blusa branca e um short jeans meio rasgado, e um coque meio bagunçado por conta da urgência da sua voz no telefone, fazia parte do meu look. Minutos atrás eu tinha acabado de atender a uma ligação Miguel, do qual me chamava urgentemente para comparecer à sua casa, e o seu jeito apressado de falar ao telefone só piorou ainda mais a minha estrutura, que logo corri para o banheiro para ver como eu estava. Eu só espero que não tenha acontecido nada grave. Com nenhum dos dois.

Fecho a porta do meu quarto. Desço as escadas correndo. Encontro minha mãe na sala. Aviso para ela que vou para a casa do Miguel. Não escuto se ela chega a concordar ou não, só sei que eu saí correndo para a parada de ônibus que nem uma desesperada.

Assim que paro em frente à casa deles, toco a campainha e respiro mais calmamente por conta de já estar aqui.

O que será que ele quer tanto falar comigo? De forma tão urgente?

Miguel

Já faz alguns dias que eu estava pensando em fazer isso, mas decidi fazer hoje, já que eu e a Flávia estamos ficando a três meses. Um bom progresso para mim, já que antigamente eu ficava no máximo com uma garota por uma semana, isso se eu gostasse muito dela.

Sei que a Flávia não é nada comparada a Ester, nem fisicamente, nem psicologicamente, o que é bom. Para mim.

Porque com a Ester era aquela paixão doentia, eu só vivia para ela, por ela. E já com a Flávia não, ela me faz bem, me faz me sentir eu mesmo. E desde que eu estou com ela, eu a agradeço por isso.

Eu agora não precisava mais ficar com várias garotas só para passar o tempo ou ver se eu conseguia esquecer a Ester, como eu fazia antigamente, porém isso não resolvia merda nenhuma, pois ela sempre continuava lá, na minha mente, mesmo depois de um ano sem ela. Mas agora, com a Flávia, depois desses meses juntos, nem as garotas e muito menos a Ester, me fazem falta. 

Vou atrás da minha irmã e assim que a encontro, sentada na sala, assistindo à televisão enquanto suas unhas secavam, eu me sento ao seu lado no sofá e comunico a ela o que estava pretendendo fazer e ela imediatamente me apoia.

— Até que fim você conseguiu esquecer a Ester — ela levanta as suas mãos para cima e eu reviro os olhos por conta disso. Depois do seu showzinho, ela prossegue: — Certo, eu vou sair com o Raul enquanto você fica aqui com a Flávia. Mas você quer que eu saia, agora? — Pergunta.

— Eu acabei de ligar quase nesse instante para a Flávia, então ela com certeza já deve estar se arrumando. Eu disse que era urgente — coço a nuca enquanto dou uma risada.

— Eu não acredito que você fez isso — ela rir também comigo. — A Flávia deve estar vindo para cá muito preocupada, Miguel.

— Eu sei, mas foi por uma justa causa — respondo e com isso nós subimos para os nossos quartos. A Jade foi para o dela se arrumar para sair com o Raul, e eu ainda tinha que me arrumar e ajeitar os últimos detalhes.

Mais que depressa assim que entro no meu quarto vou ao banheiro. Tomo um banho bem rápido. E ao sair visto uma blusa branca e uma bermuda jeans.

Ajeitava aos últimos detalhes da surpresa, quando minha irmã bate na porta do meu quarto e entra — já que estava entreaberta — dizendo que vai sair agora, mas antes de deixar o meu quarto, ela fala comigo:

— Eu tenho certeza que a Flávia vai gostar e ainda vai dizer sim.

Me viro para ela e falo:

— Eu realmente quero que ela diga isso, ela me faz ser um cara melhor — um sorriso logo se forma em meu rosto ao imaginar daqui a pouco ela aqui, provavelmente dizendo sim para mim. — Ah, Jade... quando a gente terminar por aqui eu te ligo avisando que você já pode voltar ou melhor, eu mesmo te busco.

— Certo, maninho — faz continência e nós dois rimos. — Mais não se preocupe comigo, você pode demorar o tempo que quiser — ela caminha para onde eu estou ficando de frente para mim. Chega perto do meu rosto e deposita um beijo na minha bochecha. Em seguida sai do meu quarto.

Respiro fundo.

Agora só falta a Flávia chegar — penso ao guardar uma caixinha no bolso da minha bermuda.

.........

Depois de alguns minutos a campainha de casa toca. Só pode ser ela. Instantaneamente fico nervoso. Desço as escadas correndo e antes de abrir a porta, me recomponho, mas não por muito tempo.

Eu não imaginava que ao abrir a porta, encontrasse de frente para mim uma mulher tão deslumbrante como essa que eu estava vendo agora. Ela estava simplesmente maravilhosa, toda radiante com os seus cabelos ao vento, exalando algum tipo de beleza que por alguns segundos me deixou fascinado, se não fosse ela falando comigo com um olhar preocupado.

— Oi, o que você tem para mim falar de tão urgente? — Pergunta apressadamente, assim que dar um passo para entrar dentro da minha casa.

Hora de colocar meu plano em ação.

— Vamos subir, eu te digo lá em cima — respondo ao mesmo tempo em que minha mão para em suas costas e começo a conduzi-la para ir ao meu quarto. Não é a primeira vez que entramos nele, juntos.

Abro a porta do meu quarto e deixo a Flávia entrar primeiro. Ela tinha que ver a primeira parte para depois ouvir a segunda parte do plano.

Assim que ela passa pela porta, logo olha um ponto especifico na parede do meu quarto, onde ver várias fotos nossas — eu tinha no meu quarto um lugar onde eu colocava minhas fotos com os meus amigos ou algo de muito importante. Como para relembrar os bons momentos. Peguei essa mesma ideia só que fazendo em uma outra parede, com fotos minhas mais a Flávia, que aliás não eram poucas já que a gente ficava já há alguns meses e para todos os lugares que a gente ia, tínhamos sempre que bater uma foto, pelo menos.

Ela examina cada foto, passando a mão em cada uma delas. Depois se vira para mim e sorrir — a última vez que ela tinha entrado no meu quarto, essas fotos ainda não estavam aí.

Caminho para mais perto dela, já que eu tinha deixado uma certa distância entre nós para que ela curtisse esse momento, sozinha, e assim que fico cara a cara com ela lhe dou um selinho. Seus olhos já brilhavam e ela até pretendia falar alguma coisa, mas eu coloco meu dedo entre seus lábios, como forma de impedimento. Eu tinha que começar a segunda parte, agora.

— Que tal você se sentar na minha cama? Eu tenho uma coisa para lhe dizer — ela concorda com a cabeça e rapidamente se senta na cama e fica à minha espera.

É agora.