52

110 18 52
                                    

Flávia

Vamos... acorda, acorda Ben começa a me cutucar, em todos os lugares do meu corpo, para que eu possa me acordar. O problema é que eu não quero me acordar, pelo menos não agora, com essa cama quentinha em baixo do meu corpo, além de eu abraçar um travesseiro, confortavelmente, enquanto ainda estou na terra dos sonhos. Resmungo em protesto. Eu sei porque ele está fazendo isso, eu pedi por isso; não que eu já esteja acordada, longe disso, ontem eu fui dormir muito tarde pensando em como seria esse final de semana, que tipos de coisas faríamos todos juntos, que acabei nem dormindo direito, além de ficar na expectativa dele vim me acordar. E ao que tudo indica, o meu Ben estava realmente de volta. Sua voz, mais uma vez, tenta me despertar. Você sempre me lembra de acordar cedo quando vamos sair, mas porque você também não coloca a sua hora de acordar no despertador? Seu jeito de perguntar isso não foi grosseiro, grosseiro foi a minha parte de não colocar o despertar para tocar por um motivo, do qual estamos cada vez mais nos atrasando por conta disso.

Mais é porque eu só queria você aqui...

Porque... abro só um olho para olhar em sua direção, constatando logo de cara que ele está com uma sobrancelha arqueada, não aquela que faz medo, mas sim uma que estava pedindo por uma explicação para eu ter feito tal coisa. — Ben... — digo apenas o seu nome e eu sei que ele é inteligente o suficiente para saber por que eu fiz isso com ele. Com nós. Tenta uma reaproximação com o seu irmão que sempre esteve ao seu lado em todos os momentos, pode ser um pouco difícil. Eu só espero que não seja tão tarde assim.

Se você não se levantar logo dessa cama, eu vou fazer cosquinhas em você. É isso que você quer? — Cosquinhas. Como eu gosto delas. Instintivamente balanço minha cabeça, afirmando, que ele poderia sim fazer isso. Mas assim que as suas mãos passeiam por todo o meu corpo e eu começo a rir e pedir para ele parar, é que eu me lembro da escolha que eu fiz. Ainda bem que para o meu alívio, suas mãos deixam o meu corpo e quando olho para ele, um grande sorriso estava posto em seu rosto. Aquele sorriso que eu sei que posso confiar. Sempre.

Eu acho que você errou na sua escolha ao se afastar de mim, ele começa a rir. Lhe acompanho com a risada à medida em que me levanto da cama. Ficando frente a frente com ele. Olhando um pouco para cima por não ser do seu tamanho.

Pode apostar que eu não erreium sorriso aparece em meu rosto e em questão de segundos já estou em seus braços, ele havia me puxado para um abraço, um abraço apertado cheio de amor, carinho e companheirismo. Ficamos assim por um bom tempo. Cada um ouvindo a respiração e os batimentos um do outro. É tão bom está com ele assim. Se eu soubesse que brigaríamos por não ter contado do Bernardo para ele, eu juro, juro que teria contado assim que ele tivesse colocado os pés aqui dentro de casa, só para não passar praticamente um dia sem falar com ele.

Segundos depois o meu irmão se afasta de mim, dizendo que já estávamos bastante atrasados, mais que ele adorou esse momento, e se não tivéssemos que sair agora, ele teria passado mais tempo assim, comigo. Antes de deixar o meu quarto, para que eu possa tomar um banho e me arrumar, ele avisa que vai estar lá em baixo, me esperando. Concordo com o que ele disse e vou em direção ao banheiro.

Tenho que ser bem rápida.

Tomo um banho. Pego uma blusa florida e um short jeans e ao acabar de me arrumar e pegar minha mala, que eu tinha feito ontem à noite, olho as horas no celular e vejo que já são quase dez horas o Miguel pode chegar aqui a qualquer instante. Imediatamente passo pela porta do meu quarto e a tranco, em seguida desço as escadas indo para a cozinha.

Sentimentos AdormecidosDonde viven las historias. Descúbrelo ahora