Sentimentos Adormecidos

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Flávia

Eu e a Jade estávamos deitadas nas espreguiçadeiras que continham perto da piscina, quando a Cecília se junta a gente. Ficamos conversando enquanto os meninos faziam churrasco, quando do nada eu faço uma pergunta a ela.

— Sim, o que era mesmo que você queria dizer pra gente ontem, Cecília? — Me lembro que ontem ela estava quase perto de falar para nós o que era, mas no final das contas não falou, pois foi interrompida. O que foi frustrante, ainda bem que eu me lembrei agora disso e a perguntei. Espero que ninguém nos atrapalhe, mas acho isso pouco provável.

— É verdade, você foi interrompida. Diz aí — Jade olha para ela, incentivando-a falar.

— É, eu me esqueci de dizer depois para vocês — ela abaixa o seu olhar para um canto que eu não consigo compreender e quando volta a nos olhar, um maravilhoso sorriso estava posto em seu rosto, além de eu notar seus olhos brilhando. — Eu estou grávida — sua mão vai de encontro a sua barriga, a deixando lá.

— Sério? — Jade imediatamente a puxa para um abraço. — Meus parabéns, amiga — diz em seu ouvido e eu vejo quando a Cecília abraça o corpo da Jade, ainda mais forte. As duas ficam assim por muito tempo e quando se separam eu vejo a Jade limpar algumas lágrimas que desciam do rosto da sua amiga.

Quando a Cecília olha para mim, eu a abraço.

— Meus parabéns, Cecília — digo ao me afastar dela. — Você sabe de quantas semanas está? — Pergunto ao desviar meus olhos dos seus e olhar para a sua barriga, que para mim estava do mesmo tamanho de antes.

— Estou de quatro semanas. Eu descobri recentemente — ela sorrir. Era nítido como ela tinha gostado e estava muito feliz com esse tipo de notícia.

— E você já contou para o Otávio? — Jade pergunta a ela, chamando a sua atenção. Cecília deixa de me olhar e olha para a sua amiga de longa data.

— Já sim — balança a cabeça. — Eu contei para ele antes de virmos para cá — ela vira o seu rosto para poder olhar para ele, do qual o mesmo parecia que já olhava para nós a muito tempo, pois assim que ela fez isso ele logo deu uma piscadela em direção a ela.

Que amor! Esses dois são tão lindos juntos.

— E como foi que ele reagiu? — Ela vira o seu rosto para olhar nos duas novamente, e me responde.

— Ele amou — seu sorriso se alegra ainda mais, só que não por muito tempo, e eu me pergunto o porquê de ter mudado tão rapidamente. — Vai ser um pouco complicado essa nossa nova vida, porque nós estamos estudando e trabalhando e está vindo um bebê a caminho... — agora sim eu consigo entender o seu ponto de vista —, mas eu creio que vai dar certo — diz positivamente, com aquele seu sorriso largo de antes, no rosto.

— Eu aposto que vai — Jade pega em sua mão, a certificando de que tudo vai ficar bem e se não ficar ela vai está ao seu lado para lhe ajudar com qualquer coisa que ela precisar.

— Nós apostamos que vai — também coloco minha mão em cima da mão das duas, as apertando forte. — Vocês nasceram um para o outro e eu tenho certeza que vão ser ótimos pais — digo isso para ela, e logo vejo lágrimas não derramadas em seus olhos, não de tristeza, mas sim de alegria, porque ela também acredita nas minhas palavras, além de saber que nós sempre estaremos ao seu lado.

— Flávia? — Escuto alguém me chamar e eu sei exatamente quem é. Ele não poderia respeitar esse momento que eu e a Jade estávamos tendo com a Cecília, não? Ele tinha que precisar de mim logo agora? Levanto minha cabeça para encarar o meu irmão, bem séria.