13.

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Seus dedos escorreram até minha cintura, avaliando a forma como minha pele derretia ao seu toque rude. Minha nuca estava sujeita aos golpes flamejantes de seus beijos nervosos, possessivos. Minha mente era um borrão de olhos azuis cobalto.

Suas mãos agarram meus quadris, erguendo-me, enquanto minhas pernas fecharam em volta dele. A porta fez um clique quando habilmente Dom Accio a destrancou, conduzindo-me em seus braços aos sons ocos de meus suspiros agonizantes.

Minhas unhas afagaram cruelmente sua nuca, formando-lhe vergões ardidos. Um sorriso de prazer relampeou em seu rosto, enquanto meus lábios estavam reféns de sua mordida. Antes que pudesse me dar por avisada, ele chegara ao topo da escada e suas mãos ágeis arrancavam minha camisa, lançando longe o suficiente para que se perdesse na escuridão. Arfei, fechando meus dedos em seu cabelo negro, enquanto seu beijo gelado descia pescoço a baixo.

Seu corpo quente detinha-me de qualquer protesto consciente. Ele me tinha no poder de suas mãos, arrebatando-me maldosamente até o desfiladeiro que selaria meu destino. Fechei os olhos, desistindo dos meus últimos esforços de tentar impedir que acontecesse. A porta do meu quarto fora aberta com um barulho oco, protestante. Sentia-me derreter como gelo sobre a pele a cada movimento seu, a cada manobra voluntariosas que suas mãos travavam.

Ele me conduziu até a cama, arrancando o blazer e a camisa. A visão me fez duvidar da veracidade de sua existência. Acreditava que a qualquer momento podia despertar de um sonho profundo aonde ele seria apenas fantasia, um lapso de imaginação minha.

— Esta noite, Abe, eu sou seu. — Sussurrou ele ao meu ouvido, mordendo meu lóbulo e beijando meu pescoço.

         Esta noite.

As palavras de Rob voltaram a minha cabeça como um alerta: "Vai dormir com ela e joga-la quando não lhe for mais de serventia."

        Senti um soco agudo atingir dolorosamente meu estômago, nocauteando-me por completo. Meus olhos friccionaram, enquanto engolia a seco. Minha respiração alterava-se nervosamente e não era pelos beijos que me desferia em uma sequência enlouquecedora. Meus olhos marejaram, quando ele voltou a beijar meus lábios avidamente.

       Uma ira imensa me tomou, viajando em torrentes através de mim. Seus toques rudes eram agora matéria prima de uma repulsa que crescia sem precedentes, martelando violentamente em minha cabeça.

       Ele estava provando a si mesmo que era melhor que Robert, estava tentando derrotar definitivamente seu concorrente levando-me a cama. Era óbvio. Eu seria seu troféu de guerra, seu atestado de vitória.

       Não chore.
     
      O quanto eu podia ser burra, deixando-me seduzir por ele? Dom Accio não me queria! Era apenas um jogo para ele e eu, estrupida que fora e não percebera, era a taça de campeão.

       Este bastardo está usando você como a um objeto, a um artigo descartável. Você não significa nada para ele, Abigail. Você só serve para distrai-lo, para satisfazer-lo. Ele nunca ficaria com você. Vocês nunca...

        — Não... — Murmurei quase inaudível, afastando-o com violência. — NÃO!

        Ele instantaneamente se deteve, deixando seus olhos em choque decaírem sobre mim. A raiva me dominava por completo aquela altura. Sentia as lágrimas quentes prestes a escaparem dos olhos, buscando alivio na liberdade de minhas bochechas. Estava tremendo nervosamente,  enquanto encarava-o, respirando entre dentes.

Dom AccioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora