69.

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Arrastei-o até o primeiro cômodo vazio, acendendo as luzes. Depositando-o sob cadeira com um solavanco, assisti o ranger do ferro quando seu corpo adormecido fora arremessado.

       Vasculhei a sala, que me parecia um escritório abandonado, até encontrar uma camisa empoeirada e rasgada. Arrancando tiras, originei amarras para os pés e mãos de Papa, que não protelou.

Estalei tapinhas em eu rosto sonolento, apertando entre suas bochechas, na tentativa de desperta-lo.

Pouco a pouco seus olhos se abriram para a luz. Seus movimentos sonolentos, letárgicos avisavam o quão fraco estava.

Ele gemeu, friccionando as pálpebras, enquanto procurava focar os olhos em mim.

Sentada em uma cadeira a sua frente, eu o encarava despertar.

— O que você vai fazer comigo? — Indagou ele, a voz rouca, um sopro.

Sorri, encaixando o rosto em uma das mãos enquanto a outra brandia a ar pistola.

— Eu não sei. Não sei. Você não me deixou muita escolha... Deixou? O que você acha que eu deveria fazer? — Indaguei, cenho franzido, voz curiosa.

Com o pé arrastei a perna de sua cadeira até mim. Os olhos frios dele estavam cansados, rendidos.

— Algo me diz que matar você seria pouco, muito pouco. — Argumentei, descansado meus pés sobre suas pernas feridas. — Mas eu nunca mais conseguiria dormir de tão pesada minha consciência se deixasse você vivo por ai...

A voz dele fugiu como um grasno de dor, enquanto eu afundava os pés em suas feridas.

— Você é melhor que isso. — Argumentou ele, quase uma súplica.

Sorri, cruzando os braços.

— Não, eu não sou. — Informei ostentando um sorriso no rosto. — Infelizmente, para o seu azar, eu não sou.

Ele engoliu a seco, pálido, sentindo-se fraco. A visão era quase tranquilizante, doce.

Vingança.

— E o que você está esperando? Acabe logo com isso. — Pediu, cansativamente. — Ou vai me dizer que não tem coragem?

Ri, degustando o desespero em sua voz ao tentar me convencer.

— E perder todo show? — Indaguei.

Ele suspirou, a cabeça pendendo para frente de cansaço. Estalei um peteleco em su cabeça, a fim de desperta-lo.

— Do que você está falando...? — Balbuciou.

Brandi as mãos gesticulando.

— Bem, se você tiver muita, mas muita sorte, Rachel chamou a polícia e você sair daqui sob custódia e vai preso. Claro, fora todo o escândalo que os documentos do meu pai vai revelar. — Comuniquei. — De qualquer forma sua carreira política estará acabada, Victor garantirá isto.

O ar escapou-lhe ansiosamente pelos pulmões, enquanto os dedos agarravam a cadeira, em sinal claro de raiva.

A adrenalina e o prazer eram homogêneos, misturados fluindo forte através do meu corpo. Era como uma droga e eu precisava de mais.

De tudo.

— Se ela tiver feito o que eu pedi, você finalmente vai conhecer Dom Accio. E o inferno. — Ameacei. — E vai desejar sinceramente ter morrido pelas minhas mãos...

Dom AccioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora