Arrastei-o até o primeiro cômodo vazio, acendendo as luzes. Depositando-o sob cadeira com um solavanco, assisti o ranger do ferro quando seu corpo adormecido fora arremessado.
Vasculhei a sala, que me parecia um escritório abandonado, até encontrar uma camisa empoeirada e rasgada. Arrancando tiras, originei amarras para os pés e mãos de Papa, que não protelou.
Estalei tapinhas em eu rosto sonolento, apertando entre suas bochechas, na tentativa de desperta-lo.
Pouco a pouco seus olhos se abriram para a luz. Seus movimentos sonolentos, letárgicos avisavam o quão fraco estava.
Ele gemeu, friccionando as pálpebras, enquanto procurava focar os olhos em mim.
Sentada em uma cadeira a sua frente, eu o encarava despertar.
— O que você vai fazer comigo? — Indagou ele, a voz rouca, um sopro.
Sorri, encaixando o rosto em uma das mãos enquanto a outra brandia a ar pistola.
— Eu não sei. Não sei. Você não me deixou muita escolha... Deixou? O que você acha que eu deveria fazer? — Indaguei, cenho franzido, voz curiosa.
Com o pé arrastei a perna de sua cadeira até mim. Os olhos frios dele estavam cansados, rendidos.
— Algo me diz que matar você seria pouco, muito pouco. — Argumentei, descansado meus pés sobre suas pernas feridas. — Mas eu nunca mais conseguiria dormir de tão pesada minha consciência se deixasse você vivo por ai...
A voz dele fugiu como um grasno de dor, enquanto eu afundava os pés em suas feridas.
— Você é melhor que isso. — Argumentou ele, quase uma súplica.
Sorri, cruzando os braços.
— Não, eu não sou. — Informei ostentando um sorriso no rosto. — Infelizmente, para o seu azar, eu não sou.
Ele engoliu a seco, pálido, sentindo-se fraco. A visão era quase tranquilizante, doce.
Vingança.
— E o que você está esperando? Acabe logo com isso. — Pediu, cansativamente. — Ou vai me dizer que não tem coragem?
Ri, degustando o desespero em sua voz ao tentar me convencer.
— E perder todo show? — Indaguei.
Ele suspirou, a cabeça pendendo para frente de cansaço. Estalei um peteleco em su cabeça, a fim de desperta-lo.
— Do que você está falando...? — Balbuciou.
Brandi as mãos gesticulando.
— Bem, se você tiver muita, mas muita sorte, Rachel chamou a polícia e você sair daqui sob custódia e vai preso. Claro, fora todo o escândalo que os documentos do meu pai vai revelar. — Comuniquei. — De qualquer forma sua carreira política estará acabada, Victor garantirá isto.
O ar escapou-lhe ansiosamente pelos pulmões, enquanto os dedos agarravam a cadeira, em sinal claro de raiva.
A adrenalina e o prazer eram homogêneos, misturados fluindo forte através do meu corpo. Era como uma droga e eu precisava de mais.
De tudo.
— Se ela tiver feito o que eu pedi, você finalmente vai conhecer Dom Accio. E o inferno. — Ameacei. — E vai desejar sinceramente ter morrido pelas minhas mãos...
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Dom Accio
RomanceAbigail tem uma dívida astronômica herdada de seu falecido pai com a máfia italiana e está entre a cruz e a espada, correndo contra o tempo a fim de preservar a única coisa que lhe resta: sua vida. Entretanto uma imprevisível, estranha e ten...