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André 

- Claro que ia rejeitar, mas do que é que eu estava à espera? Às vezes devo dar para parvo. - Reclamava comigo próprio enquanto entrava dentro do meu quarto.

- Quem é que rejeitou o quê? - Olhei para a frente vendo o meu irmão a encarar-me com uma expressão confusa.

- Nada. Não me enchas a cabeça puto, não estou com paciência! - Respondi-lhe bruto e ele arregalou os olhos.

- Tu desde ontem à tarde que andas muito irritadiço. - Ele olhava para mim com a sobrancelha arqueada. - Ah, tem a ver com o regresso da Diana?

- Mas podes parar de tocar no nome dela? A minha vida não gira à volta dela. - Revirei os olhos, tentando parecer indiferente ao assunto. - Quero lá saber se ela voltou. Bom para ela. - O meu tom de voz soou muito mais irónico que o que esperava. 

- Já girou. E pelos vistos continua aí qualquer coisa! Queres mesmo que eu acredite que não estás nem aí?

- Tu é que daqui a nada estás a girar daqui para fora! - Falei mais alto. Tanta conversa sobre o mesmo assunto já me estava a dar a volta ao sistema nervoso. 

Ele levantou os braços como se estivesse a render e preparou-se para sair do quarto. Respirei fundo totalmente irritado e o Afonso colocou a cabeça dentro do quarto novamente.

- Tens a certeza que não queres falar? - Perguntou.

- Caralho, baza! - Gritei e ele saiu fechando a porta.

Suspirei enquanto olhava para o perfil dela. Mas que raio? Será que não tinha outra coisa na cabeça a não ser o regresso dela? Sabia que nestes três anos ela tinha vindo visitar a família, mas eu nunca a tinha visto em nenhuma dessas vezes.  E agora saber que ela tinha voltado de vez, era no mínimo... Estranho.

Entretanto a porta do quarto foi aberta novamente e o Afonso voltou a entrar.

- Tu hoje estás um chato! - Ele ignorou totalmente o que lhe disse e continuou a olhar para o telemóvel.

- Eles estão a perguntar se nós queremos..

- Não quero ir a lado nenhum! - Interrompi-o.

- Mas é para ir ao mesmo bar de sempre, qual é o problema? - Ele perguntou a medo, provavelmente estava à espera de mais uns quantos gritos da minha parte.

Olhei para ele sem expressão alguma na cara. Suspirei mais uma vez. Se calhar até me podia fazer bem. Precisava de desanuviar. De tirar aquela rapariga dos meus pensamentos. Acabei por ceder e ele sorriu começando a escrever algo no seu telemóvel.

- Começa a despachar-te, então.

Ele saiu do quarto novamente e eu levantei-me começando a procurar algo para vestir. Claro que ele sabia que eu ia demorar horas, daí me ter dito para me começar a despachar. Até porque ainda nem tínhamos jantado.

Closer × André Silva ✔Where stories live. Discover now