28

3.2K 136 9
                                    

Diana

Não conseguia esconder as minhas emoções por estar tão bem com o André agora. Era como se os anos não tivessem passado. Olhava-o e reconhecia a pessoa por quem nutri sentimentos fortes antes de ir para Lisboa. Por quem mantive a esperança que se redimisse pela atitude e pelas provocações e compreendesse, desejando que fosse somente o choque inicial.

Porém, esse dia nunca chegou. Pelo contrário. A cada mês que passava estava com uma nova rapariga, a cada semana contavam-me isto e aquilo sobre o André.

Era impossível não sentir um certo ódio por ele, pelas suas atitudes. Parecia que quanto mais sabia, mais desejava que fosse mentira. Foi uma grande desilusão, visto que era uma pessoa cheia de potencial, que me levou a arriscar sem pensar duas vezes. Que me fez agarrar a simples palavras:

"Para quê começar algo, se estás a pensar no fim?"

Ditas tais palavras, a facilidade com que me deixei levar, com que confiei nele foi assustadora. Era um sentimento tão estranho, que tanto me sentia animada na sua presença, como pensamento. Sobretudo animada.

Como não me sentir? Era uma pessoa tão fácil de lidar, de conhecer. Mesmo que tenham sido meros meses, a intensidade com que vivi a suposta relação nunca assumida, só eu sabia.

- Estás pensativa. - Encolhi os ombros e ele pousou a mão na minha perna. - Podia habituar-me à tua presença nos treinos e nos jogos. 

- Então não o faças, já traí o meu clube uma vez e bastou-me.

- Nem mesmo por mim? - Balancei a cabeça negando e ele arqueou a sobrancelha, fazendo-me soltar uma breve risada.

- Veremos André, veremos.

Já perto da minha casa, reconheci um carro preto parado. Não conseguia crer no que os meus olhos observavam.

Quando o André parou o carro, saí do mesmo apressada. Miguel olhou para trás, tendo apenas tempo de me segurar nos seus braços. Soltei uma risada, estava tão contente com a surpresa que me havia feito. Nunca pensei encontrar uma das únicas pessoas com quem desenvolvi uma grande ligação em Lisboa, à minha porta de casa.

Separei-me dele, beijando a sua bochecha. Como adorava a sua presença, o facto de ser tão positivo e a sua energia. Tudo na personalidade dele era atractivo, uma pessoa que todos devemos conhecer e guardar.

- Que surpresa! Quando é que chegaste? Podias ter avisado! - Rodeou os meus ombros com o braço.

- E estragar a surpresa? - Beijou o topo da minha cabeça, tomando atenção ao som de uma porta a fechar. - Este não é o rapaz que me falaste? - Balancei a cabeça, perante o sussurro dele.

- André é o Miguel, o meu melhor amigo. - A sua expressão intimidou-me bastante. - Miguel, o André Silva.

Cumprimentaram-se da forma mais simpática e estranha possível. O olhar do André não deixou o meu, conseguia perceber que uma discussão se aproximava. Balançou a cabeça, entregando-me a mala. Provavelmente ao levantar-me, ficou caída o banco. 

- Levantaste-te com tanta pressa, que a deixaste cair.

- viste bem os efeitos que causo nela? - Miguel brincou, apesar do veneno notório na sua voz. O André riu-se pelo nariz.

- Bem... André, falamos mais tarde. E nós vamos entrar. - Estiquei-me, dando um beijo no rosto do André.

- Falamos quando tiveres tempo, deves estar mortinha de saudades. - Voltou a apertar a mão a Miguel. - Aproveitem! - E com isto, voltou para o carro.

Estava incrédula com a reação dele e com a provocação do Miguel. Assim que o carro do André desapareceu pela estrada, virei-me para o lisboeta. Estava um pouco chateada com a sua necessidade de o provocar, mesmo sabendo que tem um carinho enorme por mim e que não gostou de saber certas coisas sobre o André, isso não lhe dava qualquer direito.

Muito menos depois de me ter visto chegar com ele. Porque o haveria de o fazer se já não estivéssemos bem?


✨✨✨
More drama 😶😶

Closer × André Silva ✔Where stories live. Discover now