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André

- E então, já fizeram as pazes? - Olhei por cima do ombro da Diana vendo o meu irmão e os irmãos dela a olharem para nós. Tirei as mãos da cintura dela, que se virou para trás, encarando-os também.  - Vocês realmente são um casal muito estranho.

- Cala-te puto! - Reclamei. - Querias tu fazer casal com alguém.

- Sempre a mesma história. Parem de me lembrar que estou solteiro, foda-se. - Suspirou irritado e cruzou os braços em frente ao peito. - É para ir sair ou não?

- Sim, desde que mais ninguém amue. - Revirei os olhos depois de ouvir as palavras da Diana.

- Desde que não acorde novamente no salão de festas!

- Querias tu fazer tantas festas no teu estádio. - Piscou o olho levando-me a revirar os olhos mais uma vez.

- Não vão começar outra vez, santa paciência! - Ambos olhamos para o Lucas que não estava com a melhor cara, devido à nossa pseudo discussão. - Vamos onde, guia? - Perguntou à Diana, assim que percebeu que tinha captado a nossa atenção.

- Pensei em irmos às docas, aproveitamos e depois jantamos por lá, não me está apetecer muito enfiar-me nas confusões dos bares!

- Obrigado cunhadinha! - O Afonso exclamou de forma irónica. - Eu a pensar que podia engatar umas babes para vos calar e agora dizes que não vamos a bares porque não te apetece! - Fez uma careta estranha, levando-nos a gargalhar.

- Com uma rapariga tão gira ao teu lado, dizeres isso até é falta de respeito, Afonso. - Provoquei, fazendo o Afonso e a Marta olharem um para o outro de forma estranha.

- Passou-se de vez! - Disseram os dois ao mesmo tempo que voltavam a olhar para mim.

- André não inventes por favor! - Olhei para a Diana. - Para tristeza da família já basto eu a namorar com um portista.

Continuei a olhar para ela, fazendo uma expressão de falso ofendido levando-a a rir e depois juntou os nossos lábios. Apesar do beijo não ter sido muito longo por nos termos lembrado que tínhamos assistência.

Acabamos por sair novamente do hotel, voltando ao meu carro. Desta vez ofereci-me para conduzir. Já não estava tão cansado nem irritado, como quando me deparei com o estádio dos lampiões mal abri os olhos. A Diana ia ao meu lado, enquanto os seus irmãos e o Afonso iam agora nos bancos de trás. Coloquei as coordenadas das docas de Alcântara no GPS, uma vez que era bastante raro conduzir por Lisboa, e não queria correr o risco de me perder. Embora a Diana soubesse bem o caminho. 

Não demoramos muito a chegar, sendo que o pior foi mesmo encontrar estacionamento. Saí do carro com a Diana, uma vez que os outros três já tinham saído para arranjar mesa no restaurante. Pelo caminho fui abordado por alguns adeptos do Porto que passavam por nós.

- Não sabia que em Lisboa existiam assim tantos portistas. - Comentei um tanto ou quanto surpreendido depois de nos afastarmos de um grupo de três raparigas.

- E não existem assim tantos. - Respondeu de forma seca. - São só teus "fãs". - Fez aspas com os dedos quando referiu os fãs. - Ou melhor dizendo, tuas fãs. Sim porque são só gajas. 

Deixei escapar várias gargalhadas, ao ouvir o seu tom de voz chateado e a ironia nas palavras da Diana. Ela olhou para mim e arqueou a sobrancelha, dando-me uma chapada no braço. 

- Não estou a ver qual é a piada, André Miguel.

- Os teus ciúmes é que têm piada. - Respondi ao chegarmos perto dos nossos irmãos que já se encontravam sentados, à nossa espera.

- Quem é que está com ciúmes de quem? - A Marta perguntou, enquanto nos sentávamos. A Diana revirou os olhos, fazendo-me rir novamente.

- A tua irmã!

-Tu não podes andar na rua sossegado! - Reclamou. - Em cada esquina aparecem mais umas quantas raparigas a comerem-te com os olhos. Achas bonito ver isso? 

- Pensava que já te tinhas habituado, cunhadinha. - A Diana lançou um olhar reprovador ao Afonso, que levantou os braços como se se estivesse a render. Disse que nunca se ia habituar e que algum dia, caso houvesse alguém que se esticasse não responderia por ela. As suas palavras provocaram gargalhadas a todos e entretanto um empregado veio perguntar-nos o que queríamos jantar. 

Depois dos nossos pedidos chegarem,começámos a comer, envolvidos em conversas aleatórias, dos mais diversos assuntos. Voltei novamente a provocar o Afonso e a Marta, sobre o possível casal que podiam formar quando estes também me provocaram a mim e à Diana, referindo vários assuntos relacionados connosco, até mesmo a nossa ida a Espanha, visto que quando voltamos não entrámos em pormenores e mantivemos o "mistério" no ar. Quase fui agredido à mesa porque eles já não estavam a gostar nada da brincadeira. 

- Daqui a nada esqueço-me que és namorado da minha irmã e ficas sem dentes, André. - A Marta reclamou, fazendo a Diana rir à gargalhada e praticamente gritar que a irmã a deixava bastante orgulhosa e que claro, tinha aprendido com a melhor influência. Desta vez foi a minha vez de levantar os braços em sinal de rendição.

Quando acabamos finalmente de comer, o Afonso conseguiu convencer a Diana a irmos a um bar. Procurou no telemóvel, um que fosse considerado um pouco mais calmo, embora isso fosse um pouco impossível, tendo em conta o sítio onde estávamos. 

Acabamos na esplanada do Hennessy's, um Irish Pub no cais do sodré. Cervejas atrás de cervejas e já estava tudo bastante animado, à exeção do Lucas que preferiu não beber em demasia. Queria dar o exemplo de mais velho e tomar conta das crianças, segundo ele.

Inclinei-me para a Diana, chegando-me perto do ouvido dela.

- Podemos ir dar uma volta? - Perguntei, fazendo-a virar a cara para mim. Juntou os nossos lábios, dizendo depois que sim mas que íamos a pé. 

Levantou-se primeiro que eu, informando os outros três que nos iamos embora. Puxou o meu braço, fazendo-me rir e levantar também da cadeira. 

- Não precisam de esperar por nós, podem ir para o hotel depois. - Foram as últimas palavras da Diana, antes de nos afastarmos deles e começarmos a andar na direção contrária ao bar. 



✨✨✨

Bem... e o próximo é o último.

Closer × André Silva ✔Onde as histórias ganham vida. Descobre agora