45

2.5K 132 19
                                    

Era difícil acompanhar os passos da Diana, ela saltitava pela estrada enquanto dava uns quantos goles na bebida. Também era impossível não gargalhar ao ver as figuras dela já um pouco controladas pelo álcool que começava a ter no sangue, eu conseguia ser mais moderado a beber. Não percebia o que se passava com ela, mas também não me estava a queixar. 

- Se tivéssemos mais tempo, gostava de ir a Madrid ver o Ronaldo. - Olhei para ela que levou novamente a garrafa aos lábios dando mais uns goles. Revirei os olhos vendo-a a rir.

- A tua panca pelo Ronaldo nunca te passou? - Ela negou, soltando uma gargalhada. - Não podias ter desenvolvido uma panca pelo teu namorado? - Perguntei abrindo a minha garrafa. 

Ela caminhou até mim, puxando o meu braço fazendo com que ficássemos bastante próximos. Aproximou a cara da minha ficando com os seus lábios bastante próximos dos meus. 

- Por ti desenvolvi muito mais que uma simples panca. - Quando pensei que fosse juntar os nossos lábios afastou-se começando a rir e saltitar de novo pela estrada. Abanei a cabeça, observando as suas figuras.

Durante algum tempo cantarolou algumas músicas, depois parou de andar, colocou a garrafa no chão e puxou a mochila para a frente começando a procurar por alguma coisa. Quando vi aquilo que ela tanto queria, revirei os olhos levando a mão à cara. Eu não acredito que ela tinha trazido isto para a nossa viagem. Fechou a mala, colocando-a de novo às costas e pegou novamente na garrafa. Cachecol numa das mãos, garrafa na outra. Olhou para mim de forma provocadora e eu arqueei a sobrancelha.

Ouvi-a a clarear a garganta. Arregalei os olhos, ela não se ia meter a gritar ou ia?

- Vamos cantar pelo Benfica que é o maior de Portugal! - Berrou e eu nem queria acreditar que ela estava mesmo a fazer isto. - Sou, sou! Sou, sou Benfica! - Carregou nas palavras e eu não deixei de revirar os olhos.

- Já chega não? - Interrompi quando vi que se preparava para gritar novamente. - Primeiro o Ronaldo, agora o Benfica. Não podes gritar por mim? Era mais interessante.

- Não consegues esperar até ao hotel? 

Não lhe respondi, porque ela começou logo às gargalhadas fazendo-me rir também. 

Continuamos o nosso caminho, graças a Deus já não estávamos longe, pelo que ia vendo nas placas e telemóvel. Mas que bela aventura. Já não tinha bem a noção do que tinha bebido, a Diana tinha feito questão de me ameaçar dizendo que se não ir dar uso à garrafa ela ficava com a bebida. E claro que tive de beber. 

Olhava para o meu telemóvel, tentando perceber o quão perto ou não já estávamos do hotel, pelo GPS. Consegui convencer a Diana a dar-me as coordenadas do Hotel, visto que conseguia estar menos bêbado que ela. 

Estava tão concentrado no telemóvel que me assustei quando a Diana mandou um grito, e começou a correr até mim. Arregalei os olhos sem entender e ela saltou literalmente para cima de mim. Tinha uma expressão de pânico, que não demorou muito tempo na cara dela. O seu estado já não lhe permitia fazer outra coisa senão rir.

- O que é que foi? - Tentei colocá-la no chão apesar de me ter impedido. 

- Sei lá, passou alguma coisa pelos meus pés a correr. Um bicho! - Ela guinchou fazendo-me gargalhar e colocá-la finalmente no chão. - Nem penses, vou o resto do caminho às tuas cavalitas. 

- Era o que mais faltava! Achas que estamos em condições disso? - Ela olhou para mim com cara de óbvio e eu revirei os olhos vendo-a com um sorriso vitorioso nos lábios. Tirei a minha mochila das costas passando-a para a frente e a Diana saltou para as minhas cavalitas. Acabei por me desequilibrar e por pouco não caímos os dois ao chão. - Isto vai ser bonito vai.

- Para de te queixar! Anda cavalinho! - Gritou ao meu ouvido, fazendo com que a minha cabeça quase explodisse. 

- Cavalinho? - Arqueei a sobrancelha embora não me pudesse ver.

Ela caiu na gargalhada ao ouvir o meu tom ofendido.

- Anda lá André, é para chegar ainda hoje! - Pelos movimentos que fazia percebi que continuava a beber. Já eu continuei a andar. - Como sempre, Benfica em cima do Porto. - Sussurrou ao meu ouvido.

- É! Daqui a nada já vemos quem fica em cima de quem! - Ela riu contra o meu pescoço fazendo-me arrepiar. Ao perceber isso, começou a deixar pequenos beijos no mesmo. - Diana, não comeces a brincar com o fogo, mando-te já para o chão. 

Continuei a caminhar, embora me desequilibrasse algumas vezes por não estar totalmente sóbrio. Graças a Deus, não caímos no meio do chão. Por incrível que pareça não nos cruzámos com muita gente na rua. Podiam pensar que eramos malucos. Ainda por cima com garrafas de álcool nas mãos.

Em pouco mais de meia hora, chegamos finalmente ao Hotel pretendido. Coloquei a Diana de volta do chão, endireitando as costas que já me começavam a doer.

- Até parece que sou assim tão gorda. - Queixou-se e eu puxei-a pelo braço juntando os nossos lábios.

- Espero que consigas fingir-te sóbria, não sou eu que vou falar com os recepcionistas! - Escondi as garrafas o melhor que pude.



✨✨✨
Depois de escrever este capítulo tive de fazer uma sessão de cânticos do Sporting, para curar o trauma 😂😂

Closer × André Silva ✔Where stories live. Discover now