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André

Dia de jogo.

Concentração? Zero. 

O quase beijo entre mim e a Diana na festa de anos da Marta ocupava os meus pensamentos dia e noite. Já se tinham passado quatro dias desde então. Não tínhamos falado mais. Mas a partir daquele momento tinha dado para perceber completamente o misto de sentimentos que ainda havia por resolver entre nós. Não só os maus, mas também os bons. Ou adormecidos.

Ela já não ocupava os meus pensamentos pelo mau ambiente, mas sim por algo que embora soubesse que seria totalmente errado, eu queria que acontecesse.

Claro que tínhamos de ser interrompidos pelo meu irmão. 

- Foda-se André acorda! - Levei com uma toalha na cara e acordei dos meus pensamentos virando a cabeça para o lado vendo o Rúben e o Jota a olharem para mim com caras de parvos.

- O que foi? - Perguntei e vi os dois revirarem os olhos.

- Não ouviste mesmo nada do que dissemos pois não? - Encolhi os ombros e continuei a vestir o equipamento. - Ultimamente andas muito estranho. Ou agressivo ou no mundo da lua, ainda ninguém conseguiu perceber porquê.  - Ouvi agora atentamente as palavras do Rúben.

- Isso também não é da vossa conta.

O Mister entrou nos balneários e pedindo-nos que fossemos de uma vez para o túnel, uma vez que estávamos a demorar imenso tempo já. Tinha a sensação de que este jogo não ia correr nada bem, principalmente por estar totalmente com a cabeça noutro lugar. Como é que esta miúda me conseguia desconcentrar tanto? 

Subimos finalmente ao relvado ao som dos aplausos dos adeptos de cada equipa. Abanei a cabeça tentando afastar outros pensamentos e concentrar-me apenas no jogo. Ocupei a minha posição em campo e ouviu-se o apito inicial.  Alguém me passou de imediato a bola para os pés mas em vez de correr para o meio campo da equipa adversária perdi a bola fazendo com que os adversários atacassem. Por defesa do Casillas não marcaram o primeiro. Cerrei os punhos de tão irritado que já estava. Ainda nem cinco minutos se tinham passado.

O jogo foi decorrendo. Estava demasiado mal. Estávamos empatados a uma bola e eu já tinha falhado um penalti. Quando falhava em frente a baliza o meu instinto era olhar para o banco, vendo toda a equipa técnica de mãos na cabeça, tal como os meus colegas em campo. Já me começava a apetecer bater em alguém. Ainda nem a meio da segunda parte fiz sinal ao banco para que me substituíssem. Não queria sair, mas neste momento era um estorvo para a equipa. Não estava a fazer nada de jeito e porquê? Diana.

O Mister colocou o Rui Pedro no meu lugar e eu ouvi imensos aplausos dos adeptos, o que me deixou ainda mais desanimado e desmotivado.

- O que é que se passa contigo? - O Sá perguntou e eu apenas me limitei a encolher os ombros e a olhar para o jogo. 

Os minutos avançavam. Já ganhávamos por 3 bolas a 1 e estávamos apenas a 2 minutos do apito final. Realmente notou-se uma enorme diferença depois de eu ter vindo para o banco. 

Mais três pontos importantes e eu não ajudei em nada.

Quando fomos todos para o balneário, o treinador pediu para falar comigo a sós. Deu-me um enorme sermão sobre deixar os assuntos pessoais fora de campo. Não podia falhar agora, não neste momento sendo um jogador tão importante para a equipa e para o campeonato. O pior é que eu sabia disso tudo mas não me conseguia concentrar até resolver o problema que tanto me preocupava.

Já com a roupa normal vestida fui o primeiro a abandonar o estádio e a caminhar em direção ao estacionamento. Olhei para o telemóvel vendo imensas mensagens dos meus primos e do meu irmão a perguntar-me que raio de prestação tinha sido a minha hoje. Resolvi ignorar e procurei um número especifico na lista de contactos. 

- Onde estás? - Perguntei assim que atendeu a chamada.

- Olá para ti também. Estou bem obrigada e tu? - Respondeu fazendo-me revirar os olhos. 

- Só quero saber onde estás. - Suspirei entrando no carro.

- Na praia, vim passear a cadela. - Bem me parecia que o barulho de fundo me era familiar. 

- Não saías daí até eu chegar. - Desliguei a chamada de repente sem lhe dar sequer tempo de me responder ou de reclamar comigo. Comecei a conduzir até à praia o mais depressa que consegui.

Já praticamente a chegar à praia comecei a sentir-me nervoso. Estacionei o carro e consegui vê-la a brincar com a Kayla na areia. Saí do carro, trancando-o e andei apressado até ela.

- Diana? - Chamei-a e ela olhou para trás. 



✨✨✨
Preparem-se para o próximo. Estes dois são sem dúvida uma autêntica montanha russa.

Closer × André Silva ✔Where stories live. Discover now