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- Como é que foste capaz? Juro Diana!

- Pelo menos já não me estás a ignorar. - Soltei uma breve risada, animada. - Ó amor, deste-me a maior prova de amor.

- Vai-te lixar, foda-se. - Continuou a comer a hambúrguer chateado, fazendo com que a Marta e o Lucas gargalhassem.

O Afonso bem que estava a achar piada à situação, apesar de não se pronunciar.
Balancei a cabeça, contendo também as gargalhadas. Provocar o André não era de todo a minha intenção, depois de lhe ter apresentado o melhor estádio de Portugal. Tudo o que queria era rir da situação, mas já o tinha feito e não ajudou.

Continuei a comer, apesar de encarar constantemente o meu - por enquanto - namorado, que quando se irrita, nem vale a pena dar-lhe a volta.

- Vais continuar? Deves achar que foste engraçada.

- Vê lá como falas também.

Desta vez, falou bastante bruto e indiferente. Já não estava a gostar muito da forma de lidar com o que aconteceu. Foi apenas uma ida ao estádio da Luz, não é como se precisasse de queimar as roupas e rezar ou ir a Fátima a pé. Estava a exagerar bastante, pois se tivesse que ir ao Dragão por ele, eu ia. Tal como fui assistir ao treino.

Tudo bem que é a diferença entre ser adepta e ser jogador de um clube e visitar o estádio de outro, mas isso também não o torna menos portista.

Ao perceberem o mau ambiente, os meus irmãos e o Afonso levantaram-se.

- É melhor deixá-los a falar.

- Nem vale a pena Marta, se é para ir embora, vamos todos. - Levantei-me também, colocando a mala ao ombro. - Quando cresceres, avisa.

Comecei a dirigir-me ao elevador, para que fossemos para o estacionamento subterrâneo do Colombo. Caminhava com a Marta, visto que o Lucas e o Afonso iam a conversar mais atrás, para acompanharem o André.

O meu irmão decidiu conduzir até ao Rossio Garden Hotel, onde estávamos instalados.

O André e o Afonso falavam nos lugares de trás do carro, visto que decidi sentar-se à frente só para não discutir com o mais velho diante dos nossos irmãos.

Entretanto, ao olhar pela janela, reconheci as ruas. Estávamos a passar pelo Marquês e sinceramente, deu-me grande nostalgia. Mesmo que fôssemos de clubes diferentes, há que haver respeito e maturidade. Caso contrário, estava numa relação forçada por ele jogar no Porto, o que não é o caso.

- Que deja vu. - Deixei escapar, gravando até um video para o snapchat. - E já cá estivemos quatro vezes seguidas, que orgulho. - Falei para o vídeo.

- Estás mesmo a provocar!

- Para a próxima é melhor que fiques no Porto. Não sabes ser adulto? Porra, André.

- Ser adulto? Tu é que me arrastas para a merda do estádio e ainda decides atirar-me com a puta do campeonato à cara, acho que não sou eu que preciso de ser adulto. - Revirou os olhos, sendo novamente bruto.

- Foda-se e quando fui aos teus treinos? Se calhar também é melhor arranjares uma namorada portista, se isso te incomoda tanto.

Closer × André Silva ✔Onde as histórias ganham vida. Descobre agora