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André

Não deixava de pensar na Diana, na intimidade que tinha com outro rapaz que não era eu. Era tão mais fácil perdê-la do que assegurar os sentimentos. Nem podia julgá-la, depois de tudo o que aconteceu, tinha todo o direito de se arrepender e querer iniciar algo com outra pessoa.

Tentava concentrar-me no jogo de FIFA com o Afonso, visto que nenhum de nós estava cansado para dormir. O rapaz nem tocou no assunto do bar, ao perceber que era um assunto que me deixava bastante chateado. Não se arriscava a levar com o meu humor, depois das experiências passadas. Apenas gargalhava com as minhas distracções, que lhe levavam a marcar golos. Fazia até piadas, devido ao último jogo e à insegurança para o próximo.

Dava-lhe leves empurrões, numa tentativa de o desconcentrar, sendo somente isso.. Uma tentativa, pois Afonso estava demasiado atento e guloso a ganhar.
O que será que estavam a falar? Como estaria o ambiente entre a Diana e o Miguel? Será que gostou de saber os sentimentos que este nutre por ela ou será que lhe foi indiferente?

- Desisto desta merda. - Atirei ao ar, largando o comando no sofá. - A Diana não me sai da cabeça. - Admiti, captando a atenção dele.

- Aquele era o tal lisboeta? - Balancei a cabeça, afirmando. - Porque raio a deixaste com ele? Eu ia-lhe aos cornos!

- Porque ele ia admitir que gosta dela e obviamente que não estava interessado em ouvir, não achas?

- E isso intimida-te?

- Sei lá, Afonso. Qualquer pessoa é melhor para ela que eu. - Admiti novamente o que estava a sentir ao meu irmão, que mostrou um pequeno sorriso.

- Até pode ser verdade, mas a Diana continua apanhadinha por ti. E contra isso não há nada a fazer.

- Não sei o que te dizer...

Encolhi os ombros, ouvindo a campainha. Sai da sala, encostando novamente a porta, pois não tencionava acordar os nossos pais com o som do jogo e com guinchos do Afonso cada vez que marcava.

Dirigi-me à porta, sem saber quem podia ser. Era uma da manhã, talvez fosse um dos meus primos, apesar de não estar à espera.

Esperava também que os meus pais não se levantassem para vir à porta.

Quando abri a porta, fiquei sem saber como reagir. Ou o que dizer. Conforme os seus braços se enrolaram ao meu pescoço com um forte impacto, tal como os seus lábios nos meus, acabei por recuar alguns passos. Deixei-me levar pelo beijo, aproveitando-me da sua iniciativa. Encostei a porta com o pé, rodeando a cintura da Diana com um braço. Acabei por encosta-lá à porta já fechada, ouvindo um suspiro abandonar os seus lábios.

Acabei por sorrir contra os seus lábios, afastando-me depois. Os nossos olhares cruzaram-se durante longos e intermináveis minutos. Nem mesmo os protestos do Afonso se ouviam. A partir do momento em que abri a porta e saboreei os seus lábios, deixei de ouvir o que quer que fosse.

Estava somente focado ela.

- O que fazes aqui? - Murmurei baixo, pousando a mão no rosto dela. - Já viste que horas são?

- Não podia deixar que ficasses com uma ideia errada, André. Mesmo que ele goste de mim, sabes que não sinto o mesmo. - Sussurrou, mordendo os lábios de nervosismo. - Por mais errado que seja, continuo a querer acertar contigo.

- O que querias que pensasse? Estavas tão entretida e íntima com ele... - A Diana levou novamente os lábios aos meus. - Não puxes por mim.

- Porque não? Medo que descubra que passaste a ser só corpo e garganta?

- Acredita, depois de descobrires não vais querer mais nada. - Pressionei mais o meu corpo contra o dela, beijando-a.

A morena cedeu facilmente ao beijo, acabando a brincar com os meus cabelos. Como não voltar a gostar dela, depois de três anos? Tudo naquela rapariga me atraía, desde aparência a personalidade.

✨✨✨
Só porque hoje é dia dos namorados.

Closer × André Silva ✔Where stories live. Discover now