O rei caminha ao meu lado em silêncio, ele parece nervoso. Um criado abre as portas principais para que passemos. A noite está calma, as árvores do jardim balançam e uma brisa gélida nos recebe, típico da Inglaterra.
— Anabela, presumo que faltam algumas semanas para o seu aniversário — papai diz e eu suspiro. Ele está certo, falta menos de um mês para o meu aniversário de dezoito anos e isso está tirando o meu sono.
— Sim — digo para que ele continue.
— Como você sabe, os príncipes e as princesas podem assumir os seus tronos quando completam seus dezoito anos. Você é a próxima rainha da Inglaterra e a responsabilidade está à um passo de você — ele diz caminhando entre as flores. O encaro confusa. Aonde ele quer chegar com tal assunto?
— Papai, me desculpe por perguntar, mas qual o propósito desta conversa repentina? — paro de andar.
— Você é a próxima herdeira do trono e para assumir o que é seu por direito, precisa de um rei. Um marido. — Oh, não!
— Eu não preciso assumir nada enquanto o senhor estiver vivo — rebato um pouco irritada. Dane-se as formalidades, é o meu futuro que está em jogo nesta conversa.
— Alianças são necessárias, Anabela — fala em um tom sério.
— Não por agora, papai. Prometo que quando for chegada a hora, eu saberei com quem irei casar e...— ele me interrompe.
— A Inglaterra pode ser tomada de nós — me calo. O quê?
— Eu nunca preocupei você ou suas irmãs com assuntos da corte. Porém, você é o assunto desta vez.
— Papai, eu não estou entendendo.
— Estamos em meio à uma crise. Alguns aliados se voltaram contra nós, nosso ouro não é suficiente para todas as despesas e estamos sendo ameaçados. O único jeito de solucionar alguns desses problemas é uma aliança.
— Um casamento — concluo frustada.
— A França era nossa maior rival, porém o Rei Luís fez tal proposta como um acordo de paz — ele se senta em um banco e bate no local vago ao seu lado. Ajeito meu vestido e o ocupo.
— Se você se casar com o filho dele, trará grandes benefícios a Inglaterra. Você será rainha de duas grandes nações.
— A Aliança daria fim à crise e tornaria a Inglaterra um país mais forte — raciocino e ele concorda.
— Eu sei que um casamento com interesses políticos não era o que você esperava, mas você deve saber que uma rainha sempre faz sacrifícios por seu país.
— Eu nem o conheço — digo um pouco assustada com tudo aquilo.
— Se isso irá lhe confortar, ele virá amanhã com seus pais. Não se preocupe, querida. Príncipe Benjamim é um bom rapaz e tenho certeza que lhe trará imensa alegria. — ele afaga minhas costas e eu sorrio forçadamente. A ideia de casar fez meu estômago se revirar, causando enjoo instantâneo.
— Eu preciso ir para os meus aposentos — digo me levantando. Meu pai concede e eu faço uma referência antes de me retirar às pressas.
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Fantasy➸ Sinopse: Durante o século XV nas terras europeias, o reino inglês se destacou entre os outros quando uma pequena garota causou uma rebelião por causa da coroa. Anabela Williams, prestes a completar seus dezoito anos, decidiu que não queria s...