Quarenta e três: Batalha.

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O rei Luís me encarava com ódio. A tensão dentro da igreja era perceptível por todos.

— Princesa Anabela, por favor, vamos resolver esse mal entendido de uma maneira civilizada, como uma família real deve resolver os seus problemas — o príncipe Benjamim tentou me convencer — isso tudo não passa de um terrível engano — então foi quando eu soube.

— Não fazes ideia, não é? Eu pensava que estavas nesse jogo com o teu pai, mas não passas de um mero peão — eu concluí.

— Anabela, pelo amor de Deus, pare com essa loucura! Você está desequilibrada! — Dulce disse — Deixe que continuemos com o nosso casamento, afinal você já desistiu da coroa quando fugiu no dia do seu aniversário.

— Como ousas dizer isso de nossa própria irmã, Dulce? — Jade perguntou indignada.

— Cale-se, Jade, você não sabe de nada! — Dulce mandou irritada.

— Eu não vou cometer o mesmo erro duas vezes, minha irmã. Eu não vou a lugar nenhum sem a minha coroa. E se alguém aqui está desequilibrado, esse alguém é você que está a preferir um homem a sua família. — eu retruquei de maneira calma e vi seu rosto se contorcer numa careta de raiva.

— Pai! O exército está pronto! — Louis avisou ao rei Luís.

— Pai? Como assim pai? — Benjamim quis entender.

— Surpresa! — Louis disse de maneira debochada.

— Você é um bastardo? — a incredulidade estava estampada no rosto do príncipe noivo.

— Louis pode ser um bastardo, mas é mais meu filho do que você! Ele sim, sempre entendeu as necessidades e as responsabilidades de uma coroa. Enquanto você brincava de ser príncipe, ele estudava táticas de guerra, tentava encontrar solução para problemas econômicos e sempre foi o meu braço direito em tudo! Ele é quem vai governar ao meu lado quando juntarmos a Inglaterra ao nosso país, não você, seu moleque ingrato! — o rei Luís despejou todo o nojo que sentia pelo seu filho.

— Sinto muito atrapalhar os seus planos, mas, se ainda não percebeu, eu não vou deixar que isso aconteça — me referi à parte de juntar a Inglaterra à França.

— Então temos um problema — ele disse e puxou sua espada, fazendo com que os guardas o imitasse e o Louis também.

— Saiam! — eu mandei para todas as pessoas que não participariam daquela luta e elas me obedeceram, inclusive minhas irmãs e Benjamim — Dê o sinal — eu disse ao Henry que puxou seu arco das costas e posicionou uma flecha que tinha amarrada um pedaço de pano vermelho na ponta, ele a disparou em direção a uma vidraça que se quebrou no mesmo instante. Com o sinal combinado, os camponeses gritaram e começaram a invadir o castelo.

— Matem-na! — O Rei Luís ordenou em um rugido e os guardas avançaram em nossa direção.

Abaixei a minha espada para o meu lado direito e esse gesto foi o bastante para fazer com que meus aliados avançassem na direção dos guardas.

Uma batalha sangrenta começou.

Quando os primeiros homens chegaram até mim, eu não hesitei em proferir golpes com a espada que tiraram suas vidas rapidamente. Usei os bancos da igreja como benefício e me protegi por de trás de alguns deles, também os usei como impulso para os saltos que eu dava na hora de empurrar alguns soldados com os pés.

Dois homens me cercaram e me atacaram ao mesmo tempo. Precisei pensar rápido e optei por me ajoelhar, fazendo com que o primeiro homem matasse o segundo sem querer. Aproveitei a minha posição para acertar a espada por trás dos joelhos do homem, que caiu.

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