Vinte e dois: O necessário

881 170 14
                                    

O dia passou e eu não fiz mais nada emocionante, além de ficar na parte mais alta da árvore observando o movimento da fazenda. A ideia surgiu por pura curiosidade e serviu bem, já que agora sei onde fica um poço de água limpa.

Deixei que escurecesse para ir buscar um pouco. Assim que avistei a última vela sendo apagada, me apressei em direção ao local. Pulei uma cerca, ficando no meio de vacas e bois.

— Isso, ignorem minha presença e continuem comendo esse monte de mato — peço enquanto atravesso o local. Tento não vomitar ao passar perto de suas fezes.

Pulo a outra cerca, ficando entre a casa e o poço. Tomo cuidado para não fazer nenhum barulho que me entregasse. Vejo um balde pendurado por uma corda, ele serviria para trazer água até à superfície. Sorrio e o jogo dentro do poço, segurando a corda para que ela não vá junto. Assim que ele toca a água, espero que afunde para puxa-lo de volta. Tomo distância para ter apoio e o puxo com todas as minhas forças. Quando vejo a ponta do metal surgir na borda do poço, seguro a corda e estico meu braço livre para pega-lo. O puxo para fora e sorrio satisfeita com a quantidade bondosa de água que eu teria para beber. Desamarro a corda, não me importando em como utilizariam o poço novamente.

Eles devem ter mais baldes por aí.

Abraço o balde com meus braços e o levo com cuidado para de baixo da árvore. É claro que derramei um pouco na hora de pular as cercas e atravessar o lugar cheio de vacas, mas nada que tivesse que me fazer voltar para buscar mais água.

Tomo um pouco da água e aproveito a mesma para molhar o meu rosto junto ao meu pescoço. Chamo Tempestade com um barulho provocado por meus lábios sendo estalados e lhe dou o restante.

— E papai não me deixava caçar com ele por achar que eu não saberia me cuidar sozinha dentro da floresta — zombo vendo que eu tinha conseguido comida, água e, apesar de ser ruim, um local para dormir — Você quer que eu tire isso das suas costas? Deve ser desconfortável — tiro a cela de cima da tempestade e a mesma põe a cabeça por baixo de meu braço para que eu a alise. Faço isso com um sorriso.

Eu sei que não posso viver desse jeito, mas é o melhor que consigo no momento. E para mim, é o necessário.

*****
Anabela, a versão feminina do Tarzan que você respeita!

Não sei se já agradeci pelos 2K em visualizações. Enfim, comentem se estiverem gostando e favoritem. Estou tentando escrever capítulos maiores, então, paciência guys. 💛

 💛

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
AgainstWhere stories live. Discover now