Quinze: O Grande Dia

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Os dias passaram se arrastando e logo era a manhã de meu aniversário. Eu não havia dividido o meu plano de fuga com ninguém, nem mesmo com a Rosie. Para não levantar suspeitas, pedi uma roupa comum de camponesa para Marta há alguns dias. A criada estranhou, mas não contestou. Eu já tinha acertado todos os detalhes ao passar dos dias. Sairia no meio da festa para o meu quarto, trocaria de roupa e passaria pelos fundos. Conseguiria um cavalo nos estábulos reais e sairia em rumo a uma jornada sem volta.

— Parabéns para você! Parabéns para você! Parabéns para você! Parabéns, parabéns, parabéns. — minha família entrou em meu quarto junto aos criados que carregavam bolos e presentes.

— Obrigada, pessoal — agradeço ao terminarem de cantar a música tradicional.

— Minha querida, não sabe o quão orgulhosa eu estou da mulher que você se tornou — minha mãe diz sentando ao meu lado e me abraçando.

— Você vai continuar sendo minha princesinha — meu pai a contradiz, sentando do lado oposto. Sorrio enquanto eles me entregam seus presentes.

— O da caixa verde foi meu! — jade pula na cama e me abraça por cima das coisas.

— Cuidado com o bolo, Jade! — minha mãe a repreende. Abro o pacote verde, que tinha uma caixinha para por joias.

— É lindo, Jade — sorrio sincera.

— Agora o meu! — Dulce diz animada e me entrega um pacote. Abro o mesmo e encontro um jogo de xadrez de cristal. Eu não sei jogar xadrez.

— Obrigada — murmuro e forço um sorriso.

— Este presente foi dado de sua avó para mim e, agora, passo para você — minha mãe entrega uma caixinha. Abro a mesma e me deparo com um colar detalhado em ouro, com um pingente em forma de sol.

— Enquanto houver uma luz em cima de nossas cabeças, estarei sempre com você — ela explica e eu a abraço com força. Papai me ajuda a colocar.

— Eu não sabia o que dar, então sua mãe escolheu por mim. Mas fui eu que paguei e escolhi a cor — meu pai fala de forma engraçada e eu fico confusa por um momento. Então, dois criados entram com um vestido exuberante de cor amarela.

— É o vestido mais lindo que já vi — sorrio me aproximando dele e tocando no mesmo.

— Esperamos que você use no seu baile, hoje à noite — meu pai pede e eu assinto, feliz por usar algo tão bonito na minha última noite no castelo.

— O baile! — minha mãe fala desesperada — tenho tantas coisas para organizar. Vamos, peguem estes bolos e saiam já daqui. Chamem as criadas responsáveis pelo dia de beleza da Anabela e mandem os cozinheiros me apresentarem as amostras das comidas. Já estão limpando o salão? Alguém chame a lady Margaret, não posso cuidar disso tudo sozinha! — seu desespero faz todos nós rir.

— Mamãe, não precisa de tudo isso.

— É claro que precisa, é seu aniversário. O que ainda está fazendo com sua roupa noturna? Céus, estou perdida — diz saindo do meu quarto com um batalhão de criados atrás dela. Minha mãe é sempre muito calma, mas quando se trata de datas comemorativas, ela vira outra pessoa.

— Meninas, ouviram a mãe de vocês. Vamos deixar Anabela aos cuidados de suas criadas e vamos sair daqui. Preciso me encontrar com o Rei Luís para acertar os detalhes do grande anúncio de hoje. — meu pai diz e retira minhas irmãs de meu quarto. Sorrio comigo mesma, sentirei falta deles.

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