Dezessete: Convidados e Presentes

885 160 31
                                    

Fomos o motivo na conversa de todos assim que pisamos no topo da escada central. Todos cochichavam curiosos, por que o príncipe da França estaria ao lado da princesa da Inglaterra? Ao som dos músicos presentes, descemos as escadas com nossos melhores sorrisos. No fim daquele pequeno percurso, Benjamim depositou um beijo em minha mão e se retirou para se juntar a sua família.

— Vocês vão me dar lindos netos — mamãe diz quando eu finco os pés ao seu lado. A olho assustada e sinto minhas bochechas esquentarem.

— Isabel, querida! — meu pai a repreende e, logo, ambos caem na gargalhada. Me junto à minhas irmãs que riem do meu constrangimento.

— Quero que meu baile de dezoito anos seja tão belo quanto o seu — Dulce confessa e penso em usar o meu tom sarcástico, mas o deixo de lado. Ela não tinha culpa de seus sentimentos.

— Um dia terá tudo que desejar — lhe asseguro. Olho ao nosso redor reparando na decoração, tudo tinha um tom dourado. A iluminação dava um destaque às cortinas e ao salão de dança, que estava lotado de pessoas.

— A comida está maravilhosa — Jade diz e aponta para a mesa que possui uma montanha de doces.

— Alteza, tem uma fila de convidados que aguardam para a presentear — Lady Margaret interrompe nossa breve conversa para informar. Eu peço licença para minhas irmãs e a sigo. Na verdade, não tinha muita escolha. Ela me leva para uma sala particular lotada de pessoas com coroas e joias preciosas.

— Vossa majestade, é com um enorme prazer e orgulho, que lhe entrego este perfume. Produzido em minhas próprias terras. — um homem extremamente magro e alto se gaba e me entrega um frasco verde com um conteúdo dentro. Abro a tampa do mesmo e o fecho de imediato, o cheiro era horrível.

— Obrigada, senhor. Sem dúvidas, nunca cherei algo tão peculiar como este perfume. — sorrio falsamente e ele assente, saindo dali.

Outras pessoas me entregam joias, baús, vestidos, objetos importados e qualquer coisa com um valor altíssimo que eu certamente nunca usaria.

— Onde estão os convidados das vilas? — pergunto a uma criada.

— Estão no jardim, o rei da França achou melhor que elas não se misturassem com as outras pessoas — diz e sinto meu sangue borbulhar. Como é que é?

— Caros convidados, terei que me ausentar no momento para ter uma conversa particular com o meu pai — aviso as pessoas que me ignoram. Reviro os olhos e vou ao encontro do meu pai, que pede licença aos seus amigos.

— Algum problema, querida? — pergunta quando vê minha expressão nada agradável.

— Eu quero os camponeses dentro do palácio. Foi o senhor que quis os convidar, não tente mudar de ideia em cima da hora. — ele me leva para um canto mais afastado.

— Querida, o rei Luís não se sente confortável com pessoas...— ele procura a palavra.

— Pobres? — cruzo os braços.

— Diferentes. — me corrige — eu também não concordo com isto, mas ele é o nosso convidado especial e eu não posso arriscar o nosso país por conta de alguns convidados.

— Isso é um absurdo! — ele me repreende com o olhar — Tudo bem, mas eu quero que sejam tão bem tratados quanto às pessoas que estão aqui dentro — exijo.

— Irei tratar disso agora mesmo — ele sorri e me abraça por ter sido compreensiva.

****
Eu sei o quão chatos esses primeiros capítulos podem ser, mas são necessários para que vocês vejam e conheçam cada personagem.

AgainstWhere stories live. Discover now