Passei dois dias me segurando para não ligar e gastar minha única ligação com Samantha, que talvez não fosse tão maluca quanto pensei, afinal ela aceitou o acordo.
E hoje era o primeiro dia. O primeiro dia de um processo de conquista que eu sinceramente esperava que não demorasse a dar resultados. Mas, se fui paciente desde o Halloween até agora, eu, com certeza, conseguiria ser paciente e aprender a ser mais esperto para conseguir o que queria.
Era quase uma da tarde quando liguei para Samantha e ela demorou uma eternidade para atender, e claro, foi muito gentil. Como sempre.
- Samantha? Aqui é o Steven.
- O que você quer? - gentil como eu disse.
- Boa tarde pra você também. Ou seria apenas um alô? - eu já me sentia o mau humor dela passando pra mim por telefone.
- Garoto, eu disse que era só uma ligação por semana. É melhor não me aborrecer e me fazer desligar na sua cara, porque daí você não terá ligação extra.
De uma maneira bizarra eu pude ver o olhar sarcástico dela para mim, como se estivéssemos frente a frente.
- Você se esqueceu do que combinamos para hoje? E eu já falei que meu nome não é garoto. - era impressionante e insuportável o quanto ela gostava de me chamar de garoto.
- E o que combinamos hoje, Steve? - disse num tom de deboche.
- É Steven.
- Grande coisa. Que diferença faz? É só uma letra N que não muda seu nome em nada.
- Ah é? E o que acharia se eu te chamasse de caipira em vez de Samantha?
- Olha, se eu desligar... Você já sabe. - seu tom mudou.
- Então não gosta de ser chamada de caipira? - foi a minha vez de debochar.
- Eu só tirei uma letra N idiota do final do seu nome que não muda nada. Você não está mudando meu nome, está me ofendendo.
- Se sentiu ofendida, caipirinha? - provoquei e ela me ameaçou.
- Olha aqui, eu vou desli...
- Não. Não vai. Isso foi só para você ver como acho legal me chamar de garoto toda hora, sendo que você sabe o meu nome.
- Diga logo o que quer.
Pelo jeito apelei quando a chamei de caipira, mas não me importei por muito tempo. Samantha não parecia ligar para ninguém também, então não seria eu que me importaria.
- Combinamos que me ajudaria na transformação que você mesma propôs. Ou já esqueceu? Lembra do acordo também, não é?
Fiquei levemente alterado imaginando que ela pudesse ter esquecido o acordo.
- Argh, isso. Eu lembro. Só estava ocupada demais, mas se está assim tão desesperado , vamos agora.
- Ótimo. Onde nos encontramos?
- No shopping. Prepare-se para gastar. - ela riu baixo parecendo divertir-se.
- Estou sempre preparado para isso.
- Avisarei quando chegar lá.
...
Demorei cerca de meia hora até chegar ao shopping em que ela combinou comigo. Estacionei e entrei indo direto à loja onde ela disse que estaria me esperando. Comecei a pensar no que faria comigo, se eu teria que mudar demais.
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O Acordo
RomanceSamantha Walker, estudante de direito e dona de um temperamento ligeiramente explosivo tem um problema de difícil solução: precisa de dez mil dólares ou sua família perderá sua casa. Steven Adams, estudante de jornalismo de jeito nerd e tímido, é u...