six

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- Eu vou fazer algo em você que ninguém nunca fez antes.

- Isso não pareceu uma pergunta.- Ele diz convicto.

- Não foi uma.- Afirmo.

- Meu corpo, minhas regras.- Eu não sabia se era o sarcasmo que ele usava em 99% das vezes em que ele abria a boca ou um possível 'não' para mim. O que seria um tremendo ato de atrevimento dele.

- Está bem então.- Olho sem muito interesse para ele.- Seu corpo, sua morte.- Dou um sorriso falso.

- Por que você acha que pode mandar em tudo?- Ele parecia meio irritado, e eu não me importava com isso.

- Eu não estou mandando, estou só avisando que vou fazer algo nunca feito antes em alguém.

- Você é muito audaciosa mesmo.- Ele já conseguia se sentar sem muita dificuldade. De uns dias para cá ele vem melhorado um pouco mais rápido que o previsto, com a ajuda de umas folhas amarradas nele como uma cinta para segurar os pontos.

- Você está melhorando mais rápido do que o previsto pelo o que eu fiz com você! Me deixe continuar fazendo isso e você terá total recuperação.

- Fazendo algo que ninguém nunca imaginou?- Pergunta agora com o seu tom que eu acredito ser o normal tom sarcástico.

- Sim.- Isso é simples, como ele não entende?

- Desculpe eu entendo que você seja praticamente um Einstein ou seja qual for o deus da medicina mas você não vai fazer essa técnica no meu corpo! Eu não sou um animal de laboratório.- Depois de pronunciar essas palavras vejo um ato bem atrevido dele.

Ele se posiciona para o lado com dificuldade colocando as duas mãos contra o chão e depois e depois dobra as pernas e com um impulso levanta. Com uma dificuldade bem notável mas levanta com a mão na "cinta" por cima do ferimento.

- Eu não acredito que você acabou de fazer isso. Deite-se agora! Você pode estourar os pontos, não devia nem estar em pé. - Digo olhando para cima.

- Pelo o menos eu consigo ficar em pé.- Se refere a minha perna, que eu não deixei ele ao menos tocar nela.

- Você não vai saber o que fazer se algo der errado quando for fazer isso!

- Agora acho que me entende.- Fala se encostando na árvore atrás dele.- Mas algo desse errado você me mostraria como consertar.

- Você é teimoso como uma criança.

- De um jeito ou outro precisamos conviver e arranjar abrigo nos alimentar e etc.- Diz olhando tudo ao nosso arredor. Seus olhos ficaram mais claros os pulmões dele encheram de ar e depois os soltou.- Preciso estudar esse lugar.

- Você ainda acha que talvez isso não seja uma ilha?- Pergunto enquanto ele parecia apreciar cada detalhe de toda a vegetação atrás de nós.

- Sim.- Diz vagamente enquanto parecia estar ligado a tudo a nossa volta, como se ele fosse uma parte daquele lugar. - Eu senti saudade disso aqui.

- De estar no mato? Você não trabalha com isso?

- Estava afastado por um tempo.- Analisando os detalhes e depois pareceu lembrar de algo e tentou esconder de mim, e falhou miseravelmente.

- Eu preciso andar por esse lugar e entender onde estamos.- Provavelmente o guia turístico selvagem Evans havia tomado o lugar do homem que estava a minha frente.

- E vai me deixar sozinha aqui?

- Me ajude a te costurar e limpar isso aí e nós dois vamos ir atrás de comida juntos.

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