twenty seven

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olá, lívia que aqui vos fala nunca encontrou tantos defeitos em uma fanfic e por isso demorou tanto a atualizar.

Depois da explosão que criei envolvendo Chris defendendo Latifa, a mesma sem saber se me mata agora ou depois do julgamento, senti um breve arrependimento, me senti sozinha e no fundo pensei se estava afastando as únicas coisas da qual ainda tinha. Se é que eu ainda tinha algo. Coloquei as mãos na porta para sair e vi que Chris ainda não tinha ido embora e conversava com Latifa, provavelmente a consolando.

Em que bagunça fui me enfiar? Alguma coisa dentro de mim sempre achou que eu era um para-raio de problemas, agora tenho certeza. Quais as chances de você ser atingido por um Tsumami no meio do oceano, ir parar em uma ilha que depois se torna não tão "ilha" assim com um estranho quase moribundo, salva a vida dele se apaixona por ele, vê ele quase morto de novo e é salvo pela noiva do estranho da qual você dormia na ilha e que roubou o seu cargo e vida na sociedade em que você vivia antes de tudo isso acontecer?

Eu poderia escrever um livro ou fazer um filme. Ambos seriam de terror.

Igor analisou meu rosto com extremo ceticismo, ele já era meu advogado desde que precisei proteger minha herança da minha família adotiva, então conhece o saco de encrencas que eu sou.

- Você não vai desistir.- Acrescentou como se pudesse ver que eu queria.

- Eu estou fazendo o certo?

- Em ferrar com quem queria ferrar com você? De maneira alguma. Você teve sorte da médica do cabelo preto ter ido atrás do noivo. De certa forma ela salvou sua vida.

Dei uma risada amarga.- Latifa salvou minha vida pra depois me tirar ela.

Igor continuava crítico, as vezes ele conseguia ser bem sincero. A racionalidade dele o impedia de ter um pouco de empatia.

- Vejamos bem, Marie.- Coçou o queixo olhando pro chão como se analisasse algo e depois olhou para o meu rosto.- Latifa Wayne é mesmo a causadora de todos os seus problemas? Eu sei que apoiei você a processar ela, que envolve sua vida profissional. Mas talvez na vida pessoal ela não seja tão vilã assim.

Abri a boca para contestar mas lembrei da fala do meu psicólogo sobre eu estar usando a mesma para me livrar da frustração e vida medíocre da qual fui submetida de volta a sociedade. No fundo meu ego ferido era o que mais me machucava. Saí do ápice da minha carreira e quando voltei alguém o tinha roubado e eu ainda estava quase louca.

- Membros do Conselho.- Chamou Hunt.- Começaremos o acordo agora.

Caminhei até a sala de reuniões do Manhattan Harvey. Antes de tudo acontecer vinhamos aqui para fazer vídeo conferências e organizar eventos beneficentes do hospital. Éramos poucos membros do Conselho. No começo Coraline não estava muito afim de ter que dividir o que o pai dela havia feito quase sozinho. Era eu, Coraline, o chefe da neurocirurgia e o chefe da pediatria, e claro, Owen Hunt que é da área do Trauma, como eu. Todos com anos de experiência e de extrema confiança do pai de Cora. E agora também temos Latifa, cirurgiã veterana de guerra que saiu do Marrocos para Nova Iorque.

Ela entrou e sentou-se na minha frente, com os ombros e postura perfeitamente alinhada. Parecia pronta a me desafiar, e uma parte minha não se sentia tão culpada em levá-la ao tribunal junto com o hospital.

- Já que estão todos aqui, podemos começar.- Igor iniciou colocando os papéis do acordo na mesa.

Coraline parecia ter visto um fantasma mas mesmo assim sorriu para mim. Tínhamos feito o acordo especialmente com ela, Cora não seria prejudicada e o Manhattan Harvey não teria nenhum dano grave.

tsunamiWhere stories live. Discover now