thirteen

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Chris Evans.

Minha cabeça provavelmente irá me matar, e Marie Stark também.

Conviver com ela está sendo uma das coisas mais puras e genuínas que já vivi. Talvez nem tão pura já que estou preso em uma ilha com uma mulher como ela, que é tão linda quanto fascinante, tem uma alma transparente e é uma companhia perfeita, e sendo a única que tenho, minha cabeça não me trás outro pensamento a não ser ela, e a parte genuína provavelmente vindo só por parte dela, porque eu sou um tremendo mentiroso.

Em Manhattan eu tenho uma noiva que deve estar achando que eu estou morto, uma noiva que eu amo apenas como uma amiga. Uma amiga que eu devia ter contado que eu iria casar com ela apenas porque para me tornar o futuro e legítimo herdeiro da empresa precisaria ter um cônjuge, como meu pai queria. Mas a realidade é que eu fui um covarde, não a contei nada e acabei morto para ela.

Estar morto é tão bom quanto tão ruim, já que para a minha covardia consegui fugir dos problemas, mas tão ruim porque tudo em Manhattan deve estar desabando, meu pai provavelmente deve estar surtando, pois ele não vai ter as tão sonhadas férias que queria. E agora com um de seus filhos morto ficará na empresa até que Scott tenha idade para se tornar o que eu iria me tornar.

As vezes penso em Sebastian e em como ele está reagindo com tudo que deve estar acontecendo lá, imagino ele querendo surtar com meu pai ordenando as várias exportações da empresa ao mesmo tempo para que ele não consiga pensar em mais nada.

- Pensar demais em sua família vai te deixar triste.- Ouço Marie e a olho com um pequeno sorriso.

Marie tem se tornou muito importante para mim, mais do que esperado. Ela é gentil quando preciso, uma amiga que parece adivinhar o que eu estou sentindo e uma das pessoas mais bonitas que já conheci. Tanto por dentro quanto por fora, sem contar uma das melhores cirurgiãs que eu conheço. Ter feito o que ela fez comigo, em meio toda a situação da qual estávamos e conseguir ter sobrevivido a tudo, perseverante como ela é me fez nunca duvidar do potencial de Marie Stark.

- Como sabe que eu estava pensando na minha família?

- Chris você sempre faz a mesma expressão  quando pensa neles, a expressão de quem vai chorar a qualquer momento.- Ela disse e passou uma das mãos pelo rosto, o que me fez lembrar de relance que aquelas mãos passaram por minhas costas.

- Chorar agora não seria muito ruim, estaria sendo uma ótima maneira de limpar meus olhos.- Usei sarcasmo para esconder a tristeza. - Não encontramos um rio ou uma lagoa, então a água do mar está descartada para os meus olhos. E só sobra lágrimas para resolver o problema.

- Não vai ter nenhum tipo de água nos seus olhos.- Ela revirou os dela.- E você disse que as chances de encontrarmos um rio estavam ficando maiores em vista de quando chegamos.

- Sim, as chances estão maiores.- Digo olhando para ela que quando percebeu virou o rosto.

- Então vamos procurar! Levante-se e use seus extintos!- Era engraçado que as vezes parecia que ela me achava mesmo um Tarzan. Dei uma pequena risada e me levantei devagar indo aonde ela estava e olhando a de média estatura a minha frente.

- Vamos procurar então, senhorita Marie.- Atrás da árvore onde ela estava vi um pedaço de cipó e estendi o braço por trás dela e o peguei, talvez rápido demais. Porque Marie tomou um susto ao ver meu braço quase em volta dela.

- Ei, calma. Só fui pegar isso.- Levantei os braços em rendição a ela, eu estava rindo e ela me olhava de uma maneira diferente.- Você achou que eu iria te bater, ou algo do tipo?

Eu ainda estava rindo e ela ainda me olhava.

- Não, não foi isso. Apenas vá andando na frente para eu te seguir.- Ela falou meio absorta da situação.

Resolvi não contrariar Stark, ela estava estranha e eu não sabia lidar com isso. Mesmo assim eu tagarela várias coisas sobre sobreviver nesse lugar para ela enquanto apontava para vários lugares com o cipó, ela perguntava algumas coisas e concordava com outras.

Até que eu ouvi a voz dela um pouco mais baixa.

- Chris...- Foi como em um sussuro.

- Sim?- Respondi mas sem olhar para ela, eu estava concentrado na mata.

- Chris... Por favor olhe para mim...- Ouvi com mais clareza o tom de voz dela e uma onda de desespero passou pelo meu corpo quando eu a olhei.

Se eu tivesse que colocar uma das vezes da qual eu mais senti medo e pavor na minha vida, aquela estaria entre elas. Uma cena que consegui me abalar de uma forma que eu não poderia explicar, me fez perder o ar.

Uma cobra consideravelmente grande e negra subia pela perna de Marie. Que tinha uma feição aterrorizada e lágrimas nos olhos. Ela estava a uns poucos metros de distância mas eu podia ver claramente todo o pavor que passava por ela, e por mim parecia ser o triplo daquilo tudo que ela sentia.

- Marie...- Chamei e busquei forças de onde não tinha para andar até ela e o animal que parecia apertar sua perna.

Nunca em todo esse tempo que conheço Marie Stark a vi como uma pessoa que precisasse de proteção, e agora que ela precisa nunca quis tanto proteger alguém como ela.

O seu olhar que antes estava em mim foi para a cobra incrivelmente negra, Stark derrubou uma lágrima ao ver o animal e meu coração apertou como nunca antes.

- Olhe para mim Marie, olhe para mim.- Pedi e pousei a mão no rosto dela que deitou o rosto sobre a mesma. Seu rosto estava molhado e frio.- Eu vou te ajudar, Marie. Nem que seja a última coisa que eu faça.

Disse e ela assentiu derrubando mais umas lágrimas.

- Não chore, por favor. Se hoje não terá nenhuma lágrima nos meus olhos também não terá nos seus, certo?! Isso é injusto.-Forcei um sorriso a ela.

Me abaixei até onde a cobra estava e eu sentia tanto medo quanto Marie, tanto medo que não sabia como reagir. Eu já tinha lidado com cobras em várias das minhas expedições antes, mas por que isso dessa vez? Por quê tanto medo?

Em um impulso peguei a cobra pela cabeça, como era o mais certo a se fazer e o animal frio e escamoso debateu forças para continuar preso a Marie, que soltou um grito de pavor.

A cobra era forte, sem dúvidas, mas eu precisava salvar Marie. Precisava manter ela segura, então com a outra mão que segurava o cipó, o enfiei na boca do animal e o afundei lá até sentir o sangue da cobra em minhas mãos. A mesma se soltou morta da perna de Marie e em um ato de desespero me levantei e ao mesmo tempo nos abraçamos como se precisássemos daquilo.

Nunca tínhamos nos abraçado antes, não como desta vez. Apenas quando tínhamos chegado aqui e Marie sentia muito frio, e eu a abraçava para nos esquentar, mas dessa vez foi diferente. Com necessidade, medo, e outros sentimentos que eu não conseguia explicar. Tudo intenso demais para se decifrar mas eu a abraçava apertado e ela fazia o mesmo.

- Calma, eu estou aqui. Estou aqui. Estou aqui para você, Marie. Agora, eu estou aqui.- Passei minhas mãos por seus cabelos e senti o rosto dela em meu peito e suas mãos me segurando para perto dela.

Eu sentia que ela queria dizer algo mas não conseguia.

- Shh... Não se preocupe.- Continuamos abraçados.- Eu sei, eu sei. Não se preocupe está tudo bem. Eu vou cuidar de você.

Estar abraçado e próximo a ela era uma necessidade no momento.

oioi gente!!
voltei, e não demorei como o prometido
EU AMO UM CASAL É ISTO.
pra falar a verdade eu ri bastante quando o chris pensou "onda de desespero" "onda" KKKKKKKKKKKKKKKK
okay, isso foi mau, desculpa kkkkk
tenham um bom dia,
♡  livi ♡

tsunamiWhere stories live. Discover now