thirty two

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Chris Evans.

Enquanto conversava com Sebastian comprando um hot dog em frente a empresa, ele recheava o dele com ketchup.

- Não é possível que você vá comer isso tudo. Não deve dar pra sentir gosto dos outros ingredientes.- Falei enquanto mordia o meu sem ketchup algum.

- Fale por você, o gosto é ainda melhor assim. E eu não tenho nenhuma restrição médica para não comer essas coisas.- O sorriso cínico no rosto dele cresceu.

- Fique quieto, eu não como um desses desde....

- Desde que você foi atingido por um Tsunami e ficou quatro meses isolado da sociedade, eu sei, você tá usando essa desculpa para tudo.- Ele revirou os olhos enquanto pagava o trabalhador, que me olhou assustado.

- Não tenho culpa se essa desculpa dá certo.

- Você é dramático, Chris. E hot dog sem ketchup não é hot dog.

As ruas aqui por perto da empresa estavam um caos, os semáforos quebraram com a chuvada de e até agora não foram arrumados, o que está resultando em várias pessoas tentando passar por faixas de pedestre por sua conta em risco, carros sem respeitar o pedestre e calçadas perigosas.

- Isso aqui está um caos.- Disse Sebastian protegendo seu hot dog enquanto uma moça esbarrava nele.

- Se as pessoas não tomarem cuidado, vão acabar no hospital.- Segurei o braço do meu amigo enquanto ele tentou atravessar mas um carro passou em alta velocidade na nossa frente.

Sebastian sorriu divertido.- Menos você não é?! Já que está impedido de entrar no hospital, vai ter que ser atendido do lado de fora.- Ele riu sem remorso algum enquanto finalmente conseguimos atravessar sem ser atropelados.

Mostrei o dedo do meio para ele e depois mordi o meu hot dog.- Cale a boca, minha suspensão do hospital acaba amanhã.

- Mesmo assim não deixa de ser hilário.- Ele continuava rindo.- Você foi suspenso de um hospital porque socou um médico! Seria uma grande notícia nos tabloides se o hospital não tivesse abafado a situação, Senhor Evans.

- Em minha defesa, eu tive razão em fazer isso. Aquele cara merecia, ele falou que a Marie só pensava em si e não no hospital por estar fazendo aquilo.

- Eu sempre soube que de nós dois você sempre foi o que tinha vocação pra ser o príncipe no cavalo branco, mas acredito que a própria Marie faria isso se ouvisse.

- Com certeza.- Dessa vez eu quem tive que rir.- Eu mandei flores pra ela, nesse tempo que ela esteve em casa mas acho que ela já voltou ao hospital.

Na verdade eu queria ir até a casa dela, passar o dia lá pra judar ela no que fosse preciso, mas ainda acho que ela me colocaria para fora. Pelas minhas contas ela voltou ao hospital ontem e eu só queria ter certeza se ela estava bem para poder voltar.

De um tempo para cá eu só conseguia pensar na saudade que eu sentia dela, da sua risada, da expressão que ela fazia pra mim quando eu a contrariava, de quando ela me abraçou enquanto estávamos na ilha quando precisávamos nos aquecer daquele frio terrível e de como ela precisava de carinho. Uma parte egoísta minha mesmo sabendo que eu não merecia mais ser essa pessoa queria isso e não conseguia imaginar Marie com outra pessoa.

Quando mandei as flores, no cartão escrevi que tinha sido supenso por bater no médico babaca que trabalhava com ela, e desejei que ela pudesse ter rido daquilo, não queria que ela ficasse triste ou sozinha enquanto se recuperava e saber que a fiz rir já seria o suficiente para fazer o meu dia, da mesma forma que fez meu dia quando fui visitá-la.

tsunamiWhere stories live. Discover now