tsunami

nine

antes de tudo eu queria agradecer a todos vocês por tudo e pedir para que leiam com muita atenção esse e o próximo capítulo para que nós possamos sair de tanta fala e partir para a ação rsrsrs

Eu não tinha feito a pergunta, não tão recentemente não nos primeiros dias. Apenas fingi que ele não tinha me falado, talvez quando nós dois estivermos mais calmos e certos sobre o que estamos fazendo eu possa perguntar.

Sem contar que eu devo ter exagerado um pouco, talvez não seja fácil parar um um lugar como esse com alguém que você nunca viu na vida, principalmente parar aqui e não ter intimidade com essa pessoa e mesmo assim contar sobre sua vida ou família.

Por um lado eu admiro ele não querer contar sobre sua família, mostra o quanto é fiel as pessoas que ama e que se acha que eu posso fazer algo contra eles também tem esperanças que possamos sair daqui. Ao contrário da minha pessoa que acha que pode morrer a qualquer segundo.

Cada barulho fora do normal, vento ou mudança climática me deixava em um alerta vermelho. E isso era péssimo já que Chris fazia com que nós nos mudassemos a cada semana. Era para o nosso bem mas eu odeio mudanças.

Mas a cada mudança ficava mais fácil de sobreviver, a mata ia ficando menos densa tínhamos mais sol e era mais fácil de fazer qualquer coisa, até na variedade de alimentos. Não que sejam muitas mas é aceitável para nossa situação.

- Você está muito quieta.- Chris quebra o silêncio.

- Eu estou pensando.- Respondi e ele fez uma cara de apavorado com carisma, quando ele não era um cara 100% responsável e focado em nos salvar ele era carismático.

- O que? Eu sou tão cruel assim?- Dei uma risada e ele me olhou por alguns segundos e respondeu.

- Você consegue sempre surpreender, tenha certeza disso.- Riu, se sentou ao meu lado com dificuldade e olhou para a proteção que parecia incomodar.

- É um dom.- Finjo me gabar e ele apenas riu.

- Nunca se sabe quando você vai jogar uma bomba para surpreender.- Ele disse normalmente mas no fundo eu pude sentir que ele estava magoado (?), era estranho ele estar assim porque eu sou uma estranha pra ele certo?

- Me desculpe, eu estava forçando você a dizer coisas sobre sua família para mim como se você fosse obrigado, uma estranha fazendo isso é horrível. Eu me coloquei no seu lugar.

Me colocar no lugar dele me fez perceber o quanto ele podia estar se sentindo desconfortável. Eu nunca o vi ou conversei com ele antes, fiz uma cirurgia nele e há poucos dias eu estava tentando arrancar informações sobre a família dele.

- Marie você não é uma estranha para mim. Não mais.- Disse e olhando para os seus olhos percebi um pouco de verde no azul dos olhos dele.

- Não sou?

- Marie nós estamos sozinhos em um lugar totalmente desconhecido, nós não podemos ser estranhos. E você pode ser uma caixinha de surpresas mas não é estranha.

Eu fiquei alguns segundos tentando processar a informação mas logo encontrei uma resposta.

- Para mim estranho é uma pessoa da qual eu não conheço ou não sei nada, e você não sabe nada de mim.- Tento encontrar alguma maneira de não ser convencida pelo sentimentalismo que Chris tinha para pequenas coisas.

- Bem, eu acho que estranho é uma pessoa da qual eu não tenho nenhum tipo de conexão.

Ele me deixou sem resposta alguma.

- Eu não queria contar da minha família ou sobre mim para você porque me faz lembrar da situação em que estamos e imaginar a que eles estão sem nós.