Capítulo -21

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Eram 14 horas de uma tarde de domingo. Nívia se encontrava sentada na janela do seu quarto. O dia estava nublado. Havia um livro de poesias em seu colo. Raike a observava por trás das árvores. Ele usava jaqueta de couro preto e calça jeans. Os olhos dele estavam totalmente negros. Nívia olhava com melancolia para as páginas do livro "Rosa do Mundo: poemas para o futuro". Havia silêncio naquela floresta. Em um momento, o olhar dela se fixou em uma poesia de Robert Frost chamada "A estrada que não foi seguida". Ela começou a ler em silêncio as palavras do poema.

Logo após, Nívia olhou para o céu nublado por alguns minutos e começou a pensar no jovem virkoniano que ela viu. A solitária mulher pensou: "Eu vou encontrar aquele rapaz misterioso novamente mesmo que seja a última coisa que eu faça".

***

Às 6 horas da tarde de sábado, Nívia saiu de sua casa. Raike observava perto de uma árvore naquele instante. Ela começou a andar na floresta. O jovem extraterrestre a seguiu. Quando a mulher chegou em um determinado local da floresta, ela se sentou em uma pedra. Nívia olhava para os arredores, pois esperava que ele aparecesse novamente. Raike percebeu que a mulher queria vê-lo.

O extraterrestre pensou: "Eu vou me aproximar dela. Não posso mais me esconder dessa humana". Nesse momento, ele saiu de trás do arbusto. Nívia estava de costas para o jovem virkoniano. Raike falou:

— Oi, Nívia.

A mulher se levanta e olha fixamente para o jovem. Os olhos dele estavam semelhantes aos dos humanos. Ela sorriu e falou:

— Como você sabe meu nome?

— Eu recebi informações a teu respeito.

— Como você se chama?

— Meu nome é Raike.

Ela se aproximou dele. Ambos ficaram a 10 centímetros de distância um do outro. Ela estendeu a mão para o jovem e disse:

— Prazer em conhecer você, Raike.

Ele apertou a mão de Nívia. Em seguida, o jovem extraterrestre falou:

— Prazer em conhecer você também.

— Tu não és um humano. Tenho certeza que você veio de outro planeta. Não conheço ninguém da minha espécie que possa matar aquele animal sem nenhuma arma. A Terra deve lhe interessar muito para você ter vindo de muito longe.

— Voce não tem medo de mim?

— Eu não tenho medo de ti. Quero lhe agradecer por você ter salvado minha vida.

— Não há de quê.

— Por que teus olhos estão iguais aos dos humanos agora? Eu me lembro que eles eram completamente negros na primeira vez em que te vi.

— Posso mudar a aparência deles quando eu quero.

— Eu queria ver teus olhos escuros de novo.

— Está bem.

Nesse momento, as pupilas dele se expandiram até que os olhos do rapaz se tornaram iguais aos dos lagartos.

— Uau — ela disse.

Depois de alguns segundos, os olhos de Raike voltaram a ser como os de um humano. O virkoniano disse:

— Eu tento me parecer com os indivíduos de tua espécie quando estou andando entre eles na rua. Outros humanos teriam fugido de medo se vissem a aparência verdadeira dos meus olhos.

Mundos distantesWhere stories live. Discover now